Cellini

Cellini (1500-1571) foi um ourives e escultor italiano. Entrou para a história como o maior ourives do Renascimento e também como escultor de grande talento. A "Ninfa de Fontainebleau" e o "Saleiro de Ouro", feitos para o rei francês Francisco I, foram algumas de suas obras.

Benvenuto Cellini nasceu em Florença, Itália, no dia 3 de novembro de 1500. Era filho de um fabricante de instrumentos musicais que quis educar o filho para ser um grande músico. Contrariando o pai, Cellini foi trabalhar como aprendiz de joalheiro, dedicando-se com afinco ao aprendizado, mas por pouco tempo.

Convencido de que Roma era o único lugar que lhe oferecia campo para seu talento, logo se encontrava em plena estrada. Seu primeiro trabalho como profissional da ourivesaria foi um "saleiro de prata" encomendado por um cardeal que ficou tão maravilhado com o trabalho que saiu a exibi-lo pela cidade.

Durante o Renascimento, na Itália, os ricos, nobres e os políticos contratavam o trabalho dos artistas talentosos. Em torno do Papa Clemente VII se reuniam os melhores artistas e foi nesse círculo que Cellini se introduziu.

A guerra entre a França e a Espanha, além de devastar o norte da Itália, se estendeu até Roma, que foi invadida em 1527. Cellini refugiado no Castelo de Santo Ângelo comandou um grupo de homens e travou batalhas memoráveis. Uma vez expulsos os invasores, Cellini tornou-se o herói de Roma.

Depois da expulsão do inimigo, Cellini voltou ao seu trabalho de ourivesaria e produziu obras-primas. Para o papa Clemente VII produziu diverso trabalhos, entre eles um medalhão de ouro com a imagem do pontífice:

Em 1534, com a morte de Clemente VII, o novo papa, Paulo III, não dispensou o trabalho de Cellini, que na época era o maior artista em sua especialidade.

No início da década de 1540, Benevuto Cellini resolveu conhecer Paris. Encantado com seu talento, o rei da França, Francisco I, oferece-lhe lugar na corte, mas Cellini não aceitou e voltou para Roma.

Chegado a intrigas, foi preso, acusado por seus inimigos de ter roubado joias do tesouro pontifício. Nada provado e com ajuda de amigos influentes, foi solto e resolveu voltar para França. 

Atendendo ao convite do rei Francisco I, dedicou-se à produção de peças que encantou a corte francesa. O ano de 1540 foi o mais produtivo de sua vida. Para Francisco I, produziu "O Saleiro de Ouro" e a "Ninfa de Fontainebleau".

Cellini resolve voltar para a Itália e passou a trabalhar para o Duque Cosimo de Médici, para quem criou peças admiráveis. Dedicou-se também a escrever suas memórias, produzindo uma obra-prima sobre a vida do homem do Renascimento, entre elas, "Vita", "Sopra L'Arte del Disegno" e "Trattato sulla Scultura".

Cellini produziu diversos trabalhos em ouro, prata, bronze e mármore, que estão espalhados por vários museus, entre eles: a famosa estatua de "Perseu", o herói grego que matou a Medusa, "Narciso", "O Cristo na Cruz" que está no Museu do Escorial em Madri, "Cosimo I de Médici" e "Apolo e Jacinto", talhados em mármore, que pertencem ao Museu Nacional de Florença.

Embora solteirão durante toda sua vida, Cellini resolveu se casar em 1564, com sua governanta. Abandonou a vida de aventuras e escreveu várias obras sobre sua arte e a respeito de sua vida, com isso, produziu uma obra prima, um quadro vivo do homem da Renascença, dos seus valores e se sua maneira de ser, descrevendo o mundo em que viveu.

Cellini faleceu em Florença, Itália, no dia 13 de fevereiro de 1571.