Edmund Burke

Político e escritor irlandês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Edmund Burke

Edmund Burke (1729-1797) foi um político e escritor irlandês, um dos mais brilhantes membros do Partido dos Whigs no Parlamento Britânico.

Edmund Burke nasceu em Dublin, na Irlanda, no dia 12 de janeiro de 1729. FEra flho de um advogado protestante e de mãe católica. Em 1744 entrou para o Trinity College de Dublin. Em 1750, mudou-se para Londres e seguindo a vontade do pai ingressou no curso de Direito no Middle Temple, mas logo largou os estudos para se dedicar à carreira literária e viajar pela Europa.

Sua primeira obra foi “A Vindication of Natural Society” (1756), uma sátira na qual relata o abuso da lógica do ateísmo praticada no seu tempo. Em seguida, partiu para um lado mais filosófico e escreveu “Investigações Filosóficas Sobre a Origem de Nossas Ideias do Sublime e do Belo” (1757), livro que trata das percepções sobre o belo e o sublime, sendo o belo aquilo que agrada esteticamente e o sublime aquilo que nos leva à destruição. A obra chamou à atenção dos filósofos Diderot e Immanuel Kant.

Em 1765, Edmund Burke entrou para a política, quando foi escolhido para secretário do Marquês de Rockingham, líder do Partido dos Whings, que fazia oposição a rei George III.

Em dezembro deste mesmo ano, foi eleito membro da Câmara dos Comuns pelo mesmo partido, que agrupava tendências liberais. Em oposição aos Tories. Burke liderou uma discussão sobre os limites do poder do rei, defendendo o papel dos partidos políticos no sentido de evitar o abuso da monarquia.

Lançou o livro “Thoughts on the ause fo the Present Discontents” (1770), no qual atribui o descontentamento da população a um grupo de neo-tories, que eram chamados de “os amigos do Rei”.

Edmund Burke tornou-se conhecido por ter o dom da palavra e ser um dos mais destacados oradores de sua época. Burke tinha posições economicamente liberais, apoiando o atendimento das reivindicações das colônias inglesas e à liberdade do comércio, mas era politicamente conservador, mostrando posições contrárias à perseguição aos católicos, defendendo um mínimo de prudência e moderação, chegando a denunciar as injustiças da administração inglesa cometidas na Índia.

Como teórico político, Burke fez severas críticas sobre a ideologia da Revolução Francesa (1789-1799), ao afirmar que ela foi um marco da ignorância e da brutalidade, causando a execução de “homens bons”, entre eles, o cientista francês Antoine Lavoisier. Em 1790 escreveu “Reflexos Sobre a Revolução Francesa”.

Edmund Burke condenava o simplismo dos iluministas, e terminou por ser considerado um símbolo tanto dos conservadores como dos liberais.

Condenou o que chamava de neo-whigs, que apoiavam a revolução Francesa e pretendiam fazer algo parecido na Inglaterra, mas condenava os excessos da monarquia e virou um símbolo da moderação. Fiel aos princípios tradicionais da vida pública britânica foi considerado o precursor do conservadorismo moderno.

O pensamento conservador de Edmund Burke influenciou José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, figura marcante na política brasileira no início do século XIX que em 1812 publicou uma tradução de seus escritos intitulada "Extratos das Obras Políticas e Econômicas de  Edmund Burke.

Edmund Burke faleceu em Beaconsfield, Inglaterra, no dia 9 de julho de 1797.

Frases de Edmund Burke

"Para o triunfo do mal só é preciso que os bons homens não façam nada."

"Quem luta contra nós reforça os nossos nervos e aguça as nossas habilidades. O nosso antagonista é quem mais nos ajuda."

"Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados."

"Se controlarmos a nossa riqueza, seremos ricos e livres; se a nossa riqueza nos controlar, seremos na verdade pobres."

"As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade, se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados."

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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