Augusto Malta

Augusto Malta (1864-1957) foi um fotógrafo brasileiro, um dos mais importantes fotógrafos do Brasil no final do século XIX e início do século XX.

Augusto César Malta de Campos nasceu em Mata Grande, Alagoas, no dia 14 de maio de 1864. Em 1888, com 24 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde integrou a Guarda Municipal durante 1889 e 1893.

Após esse período, foi guarda-livros, comerciante de tecidos finos e de secos e molhados, mas não obteve sucesso.

Carreira de fotógrafo

Em 1900, já com 36 anos de idade, Augusto Malta tornou-se fotógrafo amador. Em 1903 inaugurou seu estúdio fotográfico onde atendia os clientes.

Malta retratava as famílias abastadas do Rio de Janeiro, suas festas e acontecimentos importantes, fazia as chamadas reportagens sociais e comerciais.

Foi apresentado ao Prefeito Pereira Passos que o convidou para ser o fotógrafo oficial da diretoria geral de obras e viação da Prefeitura Municipal.

Malta documentou todas as atividades da prefeitura: inaugurações, posses, obras públicas, e também as cenas do dia-a-dia. Nessa época, produziu mais de 30 mil fotografias.

Nenhum recanto do Rio antigo escapou de suas lentes: os quarteirões condenados da zona portuária, escolas, hospitais, prédios históricos, além de fotografar os políticos e intelectuais, tudo ficou registrado em seus negativos.

Além de documentar as transformações urbanísticas, fotografou eventos oficiais, como a Exposição Nacional de 1908 e a Exposição do Centenário da Independência em 1922.

Fotografou também acontecimentos ocasionais, como a ressaca na Avenida Atlântica em 1919, e na praia do Flamengo em 1906.

O Museu do Telefone guarda em seu acervo fotos raras em que Malta registrou o desenvolvimento da telefonia e o dia a dia das telefonistas do Rio do início do século

Foi Malta quem deu início à reportagem ilustrada sendo, talvez, o primeiro fotógrafo brasileiro a intuir a importância da fotografia como documento e veículo de comunicação com linguagem própria.

Entre 1913 e 1919, Malta registrou cenas da zona rural do Rio e fotografou a pavimentação da Estrada Real de Santa Cruz.

Malta registrou fotos do Hotel Avenida Localizado na Av. Central (atual Av. Rio Branco), que foi demolido em 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central.

A partir de 1932, Malta foi encarregado, pela prefeitura, da organização de um arquivo fotográfico com todas as imagens da urbanização e dos eventos realizados na cidade.

Augusto Malta aposentou-se como funcionário da Prefeitura, em 1936, depois de servir às administrações de Pereira Passos, Souza Aguiar, Carlos Sampaio, Prado Júnior, Alaor Prata e Pedro Ernesto.

Mesmo aposentado, continuou fotografando, por quase 20 anos, todos os aspectos da vida cotidiana, inclusive o carnaval, que ele registrou até meados da década de 40 e que hoje se constitui no mais valioso documento de memória do que foi o carnaval carioca.

Cartões postais

Ainda no início de sua carreira de fotógrafo, Malta tornou-se sócio da Sociedade Cartophila Internacional Emanuel Hermann e cedia suas fotos para a confecção de cartões postais.

A partir de 1909 passou a editar seus próprios cartões. As paisagens do Rio de Janeiro eram também editadas nos periódicos O Malho, Careta, Correio da Manhã e Jornal do Brasil.

Em sua carreira, Augusto Malta acumulou mais de 80 mil fotografias em mais de 50 anos de profissão. Foi casado com a Celina Augusta Vercheuren, com quem teve três filhos.

Augusto Malta faleceu no Rio de Janeiro, no Hospital da Ordem Terceira da Penitência, no dia 30 de junho de 1957, de insuficiência cardíaca.