Borba Gato

Bandeirante paulista
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Borba Gato

Borba Gato (1628-1718) foi um dos mais célebres bandeirantes, participou da importante expedição chefiada por Fernão Dias, em busca das sonhadas esmeraldas. Descobriu o filão de ouro das minas de Sabará.

Manuel Borba Gato nasceu em São Paulo, por volta de 1628. Era filho de João de Borba Gato e Sebastiana Rodrigues. Foi casado com Maria Leite, filha do bandeirante Fernão Dias.

Expedição das esmeraldas

Borba Gato acompanhou a caravana formada por seu sogro, o “Caçador de Esmeraldas” que partiu para o interior do Brasil em 1674, em busca das esmeraldas de Sabarabuçu.

Terminada a expedição, em 1681, que havia descoberto as pedras verdes, a caravana voltava para a vila quando Fernão Dias morreu nas proximidades do rio das Velhas.

Com a morte de Fernão Dias, o comando da bandeira passou para Garcia Rodrigues Pais, filho mais velho do bandeirante, que prosseguiu o caminho de volta à vila de São Vicente.

Antes de chegarem ao destino, encontraram Rodrigo de Castelo Branco, castelhano a serviço de Portugal no Brasil desde 1674.

Conforme lhe pedira seu pai, Garcia entrega as pedras a Castelo Branco, que toma posse da jazida. A medida provocou protestos de Borba Gato.

Em 1682, Castelo Branco foi encontrado morto no fundo de um despenhadeiro. Borba Gato foi acusado pela morte do ourives real

Temendo ser preso, Borga Gato foi obrigado a se refugiar no sertão, onde passou dezessete anos.

Superintendente das minas de ouro

Durante o período em que estava escondido, Borba Gato vasculhou a região das atuais cidades de Sabará e Caeté, nas proximidades do rio das Velhas em Minas Gerais, onde acabou encontrando um filão de ouro nas minas de Sabará.

Encontrado por Garcia Pais e João Leite, Borba Gato foi informado sobre o baixo valor das esmeraldas encontradas na expedição de Fernão Dias, que na verdade eram turmalinas.

O Governador do Rio de Janeiro, Artur de Sá, quando soube da descoberta do ouro de Sabará, negociou com Borba Gato sua liberdade em troca da informação onde estavam as grandes pepitas.

Novas descobertas foram surgindo e a região viveu o apogeu do ciclo do ouro. À medida que aumentava a remessa de ouro para a metrópole, crescia também o número de forasteiros.

Sentindo-se ameaçados, os paulistas procuraram garantir para si a posse das minas, descontando o quinto (20%) reservado para a coroa. Como Portugal dependia deles, aceitou suas reivindicações.

Essa política separou os mineradores em dois grupos: de um lado os paulistas, chefiados por Borba Gato, de outro, os emboabas, articulados em torno do português Manuel Nunes Viana.

Vários incidentes vieram acirrar a concorrência entre os grupos, entre eles duas mortes. Borba Gato resolve abandonar seu posto e retira-se para sua fazenda em Paraopeba.

Após uma série de conflitos e mortes, os chefes emboabas foram intimados a retirar-se, ordem que tiveram que cumprir, pois os comandados lhes retiraram o apoio.

Só então, Borba Gato retornou a seu posto de superintendente das minas do distrito do rio das Velhas, até que em 1710 foi criada as capitanias de São Paulo e a de Minas de Ouro.

As duas regiões estava em igualdade de condições, sob o controle direto da coroa.

Manuel Borba Gato faleceu em Sabará, Minas Gerais, no ano de 1718.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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