Maria Antonieta

Rainha francesa
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Maria Antonieta

Maria Antonieta (1755-1793) foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França. Esposa do rei francês Luís XVI, foi a última rainha da França.

Após o fim da monarquia e a instalação da República na França, o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta foram guilhotinados em praça pública

Maria Antônia Josefa Johanna von Habsburg – Lothringen ou Maria Antonieta, nasceu no Palácio Imperial de Hafburg, em Viena, Áustria, no dia 2 de novembro de 1755.

Foi a décima quinta filha dos dezesseis filhos de Francisco I, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, e da Imperatriz Maria Teresa, arquiduquesa da Áustria e rainha da Hungria e da Boêmia.

Infância

Entregue aos cuidados de uma governanta, Maria Antonieta foi bastante mimada. Com 12 anos ainda não falava nem escrevia corretamente o idioma francês nem o alemão. Só falava bem o italiano graças ao professor Pietro Metastasio. Aprendeu a tocar harpa e dançava de forma graciosa.

No dia 18 de agosto de 1765, com a morte do imperador Francisco I, Maria Teresa nomeou seu filho (o futuro José II) como herdeiro e seu corregente. Submeteu-se a um luto pelo resto da vida.  

Para criar uma aliança duradora com a França e outras cortes que viviam em constante conflito com a Áustria, a rainha Maria Teresa tinha planos para o futuro das suas filhas.

Casamento

Em 1768, após longas negociações para selar uma aliança com a França e sanar a rivalidade entre franceses e alemães, criada depois da derrota francesa na guerra franco prussiana, e da perda de territórios para a Alemanha, Maria Teresa acertou o casamento de Maria Antonieta com seu primo de segundo grau, Luís Augusto de Bourbon, neto de Luís XV e futuro rei da França.

Em novembro de 1768, o abade Vermond tornou-se tutor de Maria Antonieta, pois a jovem não estava preparada para desempenhar o papel de rainha. No dia 13 de junho de 1769 o noivado foi anunciado.

No dia 19 de abril de 1770, com apenas 14 anos de idade, o casamento foi realizado por procuração em uma igreja de Viena, quando Maximiliano o irmão da noiva fez o papel do noivo. A partir de então, a jovem foi oficialmente chamada de Marie Antoinette, Dauphine de France.

No dia seguinte, um cortejo com 57 carruagens deixou Viena e seguiu para a França. No dia 16 de maio, em território francês, uma suntuosa cerimônia foi celebrada no Palácio de Versalhes.

No dia 10 de maio de 1774, após a morte de Luís XV, o herdeiro foi coroado rei Luís XVI, com apenas 18 anos, e Maria Antonieta tornou-se rainha consorte da França. O casal teve quatro filhos:

  • Maria Teresa Carlota (1778-1851) a única filha que chegou à vida adulta.
  • Luís José (1781-1788) faleceu ainda criança.
  • Luís Carlos de França (1785-1795), o herdeiro do trono, que morreu na prisão com 10 anos de idade.
  • Sofia Helena Beatriz (1786) morreu no mesmo ano do nascimento.

Maria Antonieta e a corte francesa

A rainha consorte ganhou do marido o Palácio de Petit Trianon, em Versalhes, construído pelo rei Luís XV para sua amante. Maria Antonieta se encantou com a corte francesa.

Maria Antonieta empreendeu numerosas reformas no palácio, se divertia em passeios de carruagem, promovia corridas de cavalo e frequentava os bailes em que as mulheres compareciam mascaradas, e gastava fortunas em joias. Seus hábitos extravagantes se tornaram alvo da revolta da população.

O rei Luís XVI recebeu o trono com o país imerso em uma crise revolucionária e atolado em dívidas. Presa "ao luxo e a seus interesses particulares", a nobreza era incapaz de perceber as aspirações das outras classes.

Em busca de uma solução para a crise financeira, Jacques Turgot, Ministro das Finanças de Luís XVI propôs a supressão dos privilégios básicos e queria obrigar o clero e os nobres a pagar impostos.

O criticado programa econômico levou à eclosão de motins em toda a França, que ficaram conhecidos como a Guerra da Farinha. Foi nessa época que se atribuiu falsamente à rainha a frase: “Se o povo não tem pão, que coma brioches!"

Com o agravamento da situação financeira e política, em 1788, o rei tomou a decisão de convocar os "Estados Gerais" - o grande parlamento nacional, o que não acontecia há 175 anos.

Os Estados Gerais eram formados por representantes dos três estados em que se dividia a sociedade francesa: "O primeiro era composto pelo clero" e "o segundo pela nobreza" (do qual a rainha era um expoente).

"O Terceiro Estado" era formado pelo resto da população no qual se destacava a burguesia (economicamente dominante), que exigia reformas que lhes permitissem ampliar seus negócios e não mais sustentar o clero e os nobres.

A eles se juntava os camponeses e artesãos urbanos, que sobreviviam em péssimas condições e faziam suas próprias reivindicações.

Revolução Francesa (1789)

Solenemente foi aberto em Versalhes os Estados Gerais. Durante dias se discutiu intensamente o modo de votação, mas não entraram em acordo.

Foi então que, no dia 9 de julho, o Terceiro Estado partiu para uma medida audaciosa: separou-se dos demais e declarou em Assembleia Nacional os representantes da nação, e juraram permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição. 

Temendo o seu futuro político, o rei tentou organizar tropas para reprimir as manifestações burguesas e populares, mas não obteve sucesso.

Em 14 de julho de 1789, a massa urbana de Paris tomou a Bastilha - prisão política, símbolo do autoritarismo e das arbitrariedades cometidas pelo governo. Depois da "Tomada da Bastilha", a agitação espalhou-se por toda a França.

A fuga de Maria Antonieta e Luís XVI

Após a queda da Bastilha, a rainha tentou convencer Luís XVI a opor-se às restrições impostas pela Assembleia Nacional. No dia 5 de outubro, uma multidão armada, composta em sua maioria por mulheres, marchou para Versalhes para apresentar uma petição ao rei.

Na manhã do dia 6, Versalhes foi invadido, havendo morte entre os manifestantes e os seguranças. A pressão popular obrigou os soberanos a retornarem de Versalhes para Paris, sendo alojados no Palácio das Tulherias onde ficaram como reféns dos revolucionários.

No dia 21 de junho de 1791 os soberanos tentaram fugir de Paris para os Países Baixos Austríacos, mas foram detidos em Varennes, a poucos quilômetros da fronteira, pelas forças revolucionárias e novamente conduzidos a Paris.

Prisão e morte

No dia 10 de agosto houve o mais sangrento ataque ao palácio, quando morreram todos os guardas suíços do rei e muitos nobres permaneceram para defender a família real, que se refugiou na Assembleia Nacional.

Por ordem da Comuna, a família real foi transferida para a Torre do Templo, um antigo mosteiro dos Templários utilizado à época como prisão. No dia 21 de setembro de 1792, a monarquia francesa foi abolida.

No dia 21 de janeiro de 1793, Luís foi guilhotinado em praça pública (que mais tarde se chamaria Praça da Concórdia). Maria Antonieta viveu vários meses em confinamento na Torre do Templo com sua filha Maria Teresa, e o filho Luís Carlos, que morreu em 1795.

Maria Antonieta foi julgada e também condenada à guilhotina em praça pública, no dia 16 de outubro de 1793. Após a execução, os restos mortais de Maria Antonieta foram enterrados em uma vala comum no Cimetière de la Madeleine, na rua d’Anjou.

Só após o período napoleônico, o Congresso de Viena levou os Bourbon de volta ao trono da França. O conde de Provença, irmão de Luís XVI, foi aclamado rei com o nome de Luís XVIII.  Ao assumir o trono, mandou levar os restos mortais do rei e da rainha para a abadia de Saint-Denis, onde foram solenemente sepultados.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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