Os mistérios sobre a morte de Van Gogh que você não sabia

Laura Aidar
Laura Aidar
Formada em Comunicação

O icônico artista Vincent van Gogh é considerado um dos maiores nomes da história da arte ocidental. Nascido em março de 1853 em um vilarejo na Holanda, Van Gogh dedicou parte da vida à pintura, sempre com muita intensidade e paixão pelo ofício.

Sua trajetória foi marcada por problemas psiquiátricos e sua morte prematura permanece envolta em mistérios.

Retrato de Van Gogh em preto e branco
Retrato de Van Gogh feito por Victor Morin por volta de 1886. Foto: shutterstock

A versão mais difundida sobre a morte de Van Gogh

Van Gogh faleceu aos 37 anos no dia 29 de julho de 1890, dois dias após receber um tiro no peito. A versão mais conhecida sobre o trágico acontecimento aponta suicídio.

O artista foi encontrado baleado em um campo de trigo na cidade francesa de Auvers-sur-Oise. Socorrido e levado para o albergue que estava hospedado, recebeu a visita do irmão mais novo Theo, seu grande amigo e apoiador. Theo permaneceu ao lado de Vincent nos últimos dias.

Van Gogh, cuja saúde mental era delicada e esteve internado em instituição psiquiátrica, terminou a vida agonizando em seu leito.

Triste e debilitado, pouco tempo depois o irmão Theo também falece, sendo enterrado ao lado de Van Gogh.

Lápides de Theo e Vincent van Gogh
Lápides de Theo e Vincent van Gogh em Auvers-sur-Oise. Foto: shutterstock

As recentes descobertas sobre o fim de Vincent

Por muito tempo acreditou-se que por consequência de uma provável depressão e quadro psicótico ele tenha optado por acabar com sua vida.

Entretanto, em 2012 foi lançada uma biografia do artista intitulada Van Gogh: The Life (Van Gogh: A Vida). Nela, os autores Steven Naifeh e Gregory White traçam a trajetória do renomado pintor e sugerem outra versão para sua morte.

Segundo eles, o que teria ocorrido foi um a homicídio acidental. Dois jovens teriam atirado em Vincent sem intenção de matá-lo. Para proteger os adolescentes, Van Gogh afirmou que ele próprio havia atirado em seu peito.

Os autores fizeram uma longa pesquisa sobre a vida de Van Gogh e analisaram inúmeras cartas do pintor, que tinha o hábito de se corresponder com Theo.

A tese já havia sido defendida pelo historiador John Rewald, que esteve em Auvers-sur-Oise em 1930. John conversou com moradores da região e ouviu deles que a morte foi um acidente envolvendo dois jovens que brincavam de cowboy com uma arma defeituosa. 

Ainda assim, o Museu Van Gogh, em Amsterdã, não reconhece a nova tese e diz que há muitas perguntas sem resposta.

Alguns filmes foram feitos sobre o artista e apresentam essa versão dos fatos. Um deles é a animação Com amor, Vincent (2017) e o outro é No Portal da Eternidade (2018).

Importância e legado de Van Gogh

Hoje o artista é uma unanimidade quando se fala em genialidade nas artes. Mas na época em que viveu ele teve bem menos reconhecimento do que merecia. Apesar de ter contato e trocas com outros artistas, Van Gogh morreu sem dinheiro, tendo vendido pouquíssimas telas em vida.

Autorretrato de Van Gogh
Autorretrato de Van Gogh em Museu na Holanda. Foto: shutterstock

Com um estilo ousado, ele inovou as técnicas dos impressionistas, trazendo dinamicidade e drama, contribuindo para o surgimento de diversos movimentos artísticos do início do século 20, sobretudo o expressionismo.

Van Gogh teve uma carreira relativamente curta, mas sua obsessão pela pintura fez com que deixasse uma quantidade impressionante de telas e obras-primas e um dos maiores legados da arte ocidental.

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Laura Aidar
Laura Aidar
Formada em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.