Os fatos mais interessantes sobre o verdadeiro Rei Arthur

Gessica Borges
Gessica Borges
Bacharel em Publicidade e Propaganda. Mestre em Estudos Africanos.

Se o Rei Arthur realmente existiu, ainda não há certeza. Alguns historiadores afirmam que sim mas, de qualquer forma, a figura heroica do líder dos bretões é hoje preservada pela literatura, cinema, teatro e outras formas de comunicação. 

Neste artigo, selecionamos curiosidades sobre a vida do verdadeiro Rei Arthur: aquele que, supostamente, existiu de verdade na Idade Média britânica. 

1. Como o Rei Arthur virou uma lenda 

No ano de 1138 um clérigo chamado Geoffrey de Monmouth escreveu as crônicas "História dos Reis da Bretanha", colocando Arthur como um dos reis na linha dos líderes britânicos. Apesar de esses escritos não serem considerados fonte histórica, foi a partir deles que popularizou-se a lenda o tal Arthur Pendragron, filho de Ulther Pendragon, rei bretão responsável por liderar uma das resistências aos saxões (povo bárbaro germânico do leste), com a duquesa da Cornualha. 

Rei Arthur retratada em uma tapeçaria do século XIV
Rei Arthur retratada em uma tapeçaria do século XIV

2. Contexto de nascimento do Rei Arthur 

Na época em que Arthur teria vivido, já perto do final do século V, a Grã-Bretanha era um território dividido: povos com costumes diferentes (cristãos versus wiccas, bretões versus saxões, e etc.). Guerras civis eram comuns e as pessoas estavam acostumadas à violência. 

Era útil, então, a criação de uma figura lendária, responsável por defender as terras britânicas dos saxões bárbaros, e supostamente tendo como mestre o próprio Merlin, feiticeiro mais famoso do mundo. E ainda tendo como uma das principais missões o resgate do Santo Graal, cálice sagrado associado à figura de Cristo. 

3. As batalhas verdadeiras do Rei Arthur 

Não se sabe se o tal Arthur foi realmente um rei cercado por doze cavaleiros que se reuniam em volta de uma Távola Redonda no reino de Camelot (atual sudoeste da Inglaterra). Há evidências, no entanto, de duas das doze batalhas vencidas pelo guerreiro

Arqueólogos encontraram um anfiteatro e evidências de batalhas na cidade de Chester, na Inglaterra. 

Ilustração de Arthur Rackham retirada do livro Histórias do Rei Arthur (1905) 
Ilustração de Arthur Rackham retirada do livro "Histórias do Rei Arthur" (1905)

4. Camelot realmente existiu?

Não existe rei sem castelo, certo? No caso de Arthur, Camelot era uma cidade inteira, ou reino, e também o castelo mítico onde se reunia com seus cavaleiros e vivia com a sua esposa, a princesa Guinevere.  

Há algumas teorias de onde teria sido esse tal reino: o professor Peter Field, expert em literatura arturiana, diz que seria no antigo forte romano de Camulodunum, localizado em West Yorkshire, no Reino Unido. Outra hipótese é que teria sido no vilarejo de Tintagel, na região da Cornualha, no Reino Unido, onde recentemente arqueólogos descobriram resquício de um grande palácio datado do século V ou VI. 

5. O Rei Arthur e a Excalibur 

Uma das passagens mais famosas das lendas arturianas é a retirada da espada Excalibur de uma pedra, coisa que só um rei verdadeiro, como Arthur, conseguiria fazer. 

Essa parte da história também é atribuída à Geoffrey of Monmouth, que em suas crônicas citava uma espada mágica galesa chamada "Caliburnus", que já era comum em vários mitos celtas. Com o tempo, ela tornou-se a famosa espada invencível do Rei. Não há nenhuma evidência histórica, no entanto, que ela tenha realmente existido, ainda mais com poderes sobrenaturais. 

Ilustração de Newell Convers Wyeth retirada do livro The Boys King Arthur (1880)
Ilustração de Newell Convers Wyeth retirada do livro "The Boys King Arthur" (1880)

6. A verdadeira Avalon na história do Rei Arthur 

Na história mítica, Arthur é traído por um de seus cavaleiros, Mordred, e gravemente ferido em uma batalha. Ele teria sido, então, levado à ilha de Avalon, onde foi recebido pela fada Morgana e colocado em descanso permanente para se recuperar. 

Na vida real, no entanto, o que se sabe sobre o enterro de Arthur é um possível túmulo descoberto pelos monges da Abadia de Glastonbury, em Somerset, na Inglaterra. À época, em meados de 1191, os monges teriam encontrado na cave dois corpos e uma cruz antiga de chumbo onde se lia "Aqui jaz enterrado o famoso rei Artur com Guinevere, sua segunda esposa, na Ilha de Avalon".

Recentemente, na década de 1960, o arqueólogo e historiador Ralegh Radford recuperou o tal lugar, constatando que realmente havia sido remexido, mas até hoje não há sinal dos ossos encontrados, e nem da tal cruz. 

Reprodução do quadro The Death of King Arthur - John Garrick, 1862
Reprodução do quadro "The Death of King Arthur" - John Garrick (1862)

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Gessica Borges
Gessica Borges
Comunicadora, redatora, curiosa de berço e apaixonada por cultura em geral. Licenciada em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi em 2012. Mestre em Estudos Africanos.