Os 9 fatos e filmes icônicos que marcaram a biografia de Charlie Chaplin

Charles Chaplin, ou Charlie Chaplin, como é conhecido, é o cineasta mais premiado de todos os tempos, famoso pelo rigor e genialidade com que produzia, atuava e geria seus filmes, que foram sucesso absoluto na década de 1920, época do cinema mudo. 

Da infância pobre, passando pelas polêmicas de comportamento amoroso até o título de maior diretor de cinema que já viu, confira os 10 fatos e filmes icônicos que se destacam na vida de Chaplin. 

1. A infância pobre e os pais problemáticos 

fatos e filmes icônicos de Charles Chaplin
Charlie com cerca de 10 anos de idade 

Charles Spencer Chaplin nasceu em Londres, Inglaterra, em 1889, filho de um pai ator, com quem Chaplin teve pouco contato, e a mãe cantora de music hall, um tipo de teatro clássico britânico. Os pais deles se separaram quando Chaplin tinha apenas três anos, e o garoto passou a viver só com a mãe e o meio irmão, quatro anos mais velho. 

Sendo o pai um alcoólatra inveterado e a mãe constantemente internada com problemas mentais, ele e o irmão viviam em lares temporários, abrigos, orfanatos e nas ruas muitas vezes durante a sua infância. 

2. O início de Chaplin no teatro 

Tendo que ser independente ainda criança e inspirado pela profissão dos pais, ainda com 12 anos de idade Chaplin era membro de uma trupe de comediantes que atuava em Londres. Foi assim que passou a sobreviver sem a presença da família: com pequenas atuações e trabalhos aleatórios, até que aos 22 anos sua vida mudaria completamente. 

3. A ida de Charlie Chaplin aos EUA 

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Cartaz de divulgação da tour americana da companhia de teatro Fred Karno, da qual Chaplin participou (1913) 

Chaplin era ator da trupe de Fred Karno, um empresário teatral britânico, e fazia relativo sucesso local como mímico. Era 1910 quando a companhia saiu em turnê para a América. Depois de algumas performances em solo americano, o ator foi notado por Mack Sennett, conhecido como o Rei da Comédia e responsável pela popularização dos filmes mudos de humor no EUA.  

Sennett o convidou para atuar em filmes e Chaplin tinha então quase 25 anos de idade quando começou a fazer sucesso na Keystone Film Company

4. Primeiro filme como Carlitos

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O primeiro filme de Chaplin como Carlitos, em 1914

Era 1914 quando o personagem que revolucionou a história da comédia americana ganhou vida. Chaplin criou Carlitos, "O Vagabundo", um homem pobre de maneiras elegantes, que vestia roupas estranhas, incluindo um chapéu-coco e bengala de bangu. O filme Corrida de Automóveis Para Meninos, de apenas 11 minutos, foi lançado no dia 7 de fevereiro de 1914 e as pessoas conheceram o personagem que o artista interpretaria por mais 22 anos nas telonas. 

Foi um sucesso, e naquele mesmo ano Chaplin passou a produzir e dirigir seus próprios filmes

5. O estrelato de Charlie Chaplin em Hollywood com uma linguagem universal 

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Retrato de Chaplin em 1921

Um ano depois de estrear como Carlitos, Chaplin já tinha sinal verde do estúdio para dirigir e editar seus próprios filmes. Em 365 dias fez mais de trinta curtas e um longa metragem, todos bem recebidos pelo público. Foi a sua porta de entrada para a riqueza e fama.

Numa uma época em que muitos imigrantes chegavam à América, os filmes mudos de Charlie Chaplin ultrapassavam as barreiras da língua, e com o tempo ele foi consolidando como o principal nome desse ramo do cinema. Quando o artista tinha apenas 28 anos, em 1917, já era rico, famoso, e gerenciava um estúdio próprio em Hollywood

6. Os melhores filmes de Chaplin: O Garoto, Tempos Modernos e O Grande Ditador

Reputação consolidada, liberdade criativa e uma obstinação pela perfeição resumia a atuação de Chaplin como diretor, produtor e ator nos EUA. Seu primeiro filme, que tornou-se um clássico do cinema, foi O Garoto (1921), considerado o primeiro filme de comédia dramática da história

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Pôster e fotografia do filme "O Garoto" (1921)

Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos (1936) marcaram a transição da carreira do diretor no cinema mudo para os filmes sonoros. O som no cinema já era dominante desde 1927, mas Chaplin acreditava que a mímica ainda era uma arte valorosa para a sétima arte. 

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Pôster e foto do filme "Luzes da Cidade" (1931)

Luzes da Cidade já continha efeitos sonoros, e em Tempos Modernos, marcante por sua crítica inteligente à Revolução Industrial, capitalismo e sistema absolutistas de governo, foi a primeira vez em que o público ouviu a voz de Charlie Chaplin, em sua canção Smile, interpretada no final do filme. 

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Pôster e foto do filme "Tempos Modernos" (1936)

7. O primeiro filme falado de Charlie Chaplin e o exílio

Era 1940 e, depois de mais de 10 anos resistindo ao avanço dos filmes sonoros, Chaplin se rendeu ao cinema falado com o lançamento de O Grande Ditador

Listado como uma melhores comédias estadunidenses segundo o American Film Institute, o filme recebeu cinco indicações ao Oscar e causou um alvoroço social. A sátira ao nazismo e ao fascismo, em ascensão na época, especialmente através da figura de Adolf Hitler, levou o filme a ser censurado em vários países simpatizantes dos regimes ditatoriais, inclusive o Brasil (na época governado por Getúlio Vargas). 

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Pôster e foto do filme "O Grande Ditador" (1941)

Chaplin foi acusado pelo FBI de ser comunista por conta do discurso final do filme, e depois, com o lançamento de Monsieur Verdoux (1947), considerado um filme de crítica ao capitalismo, acabou por ter seu visto revogado, levando-o a exilar-se na Suíça em 1952, aos 63 anos de idade.  

8. A reconsagração americana e os últimos anos de Chaplin 

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Chaplin recebendo o Oscar Honorário de Jack Lemmon (1972)

Nos 20 anos que viveu fora do EUA, Chaplin, alcançado pela idade e por uma saúde frágil, já não produzia tanto quanto antes. Fez mais dois filmes, produziu outros, compôs canções originais e escreveu sua autobiografia, Minha Vida, publicada em 1964. 

Em 1972, voltou às terras americanas para receber o Prêmio Especial do Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Luzes da Ribalta (1952). Chegou a ser nomeado "Sir" pela Rainha Elizabeth II, também.

Faleceu em dezembro de 1977, no dia de Natal, aos 88 anos de idade, vítima de um derrame cerebral. 

9. A polêmica vida amorosa de Charlie Chaplin 

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Da esquerda para direita, as três primeiras esposas de Chaplin: Mildred Harris, Lita Grey e Paulette Goddard

O cineasta casou-se quatro vezes, teve 11 filhos e muitas amantes. A sua primeira esposa, Mildred Harris, tinha apenas 16 anos quando se casaram, e ele 29. Lita Grey, a segunda esposa, também casou-se aos 16, quando engravidou do artista, que tinha 35 anos. O casamento foi a saída para evitar que Charlie Chaplin fosse processado por abuso de menor. Eles tiveram dois filhos. 

A terceira esposa, Paulette Goddard, tinha 20 anos quando se casaram, o ator então chegava aos 43. A última esposa, Oona O'Neill, que viveu com o ator até o final de sua vida, tinha apenas 17 quando juntaram-se, Chaplin então já era um homem de 54 anos de idade. 

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Charlie e sua última esposa, Oona O'Neill

Acusações de assédio e pedofilia marcaram a biografia do artista por muitos anos até o seu casamento com Oona O'Neill que, segundo ele mesmo e outros biógrafos contam, foi equilibrado e feliz.

Quer saber mais sobre a trajetória do cineasta? Não deixe de ler a sua biografia completa.

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