13 cientistas brasileiras importantes no passado e no presente

Laura Aidar
Laura Aidar
Formada em Comunicação

As mulheres na ciência ainda são poucas se comparadas ao número de homens que se dedicam aos estudos e pesquisas científicas.

Isso ocorre não por falta de capacidade, mas sim por conta da desigualdade de oportunidades, falta de representatividade e de incentivo, além da discriminação e assédio nesses ambientes dominados por homens.

Ainda assim, muitas cientistas incríveis se destacam em todo mundo, inclusive no Brasil, onde temos nome importantes tanto no passado como no presente.

1. Bertha Lutz (1894-1976)

Bertha Lutz

Bertha Lutz é um grande nome da ciência no Brasil. Nascida em 1894, desenvolveu um trabalho potente e relevante na primeira metade do século XX. 

Se formou na França em ciências naturais e também em direito no Brasil. Seu objeto de pesquisa foi os anfíbios, tanto que algumas espécias de animais forma batizadas com seu nome, como a perereca Aplastodiscus lutzorum e a raia Hypanus berthalutzea.

Além de cientista, Bertaha também teve um papel essencial no feminismo brasileiro, contribuindo muito na luta pelo voto feminino no país, o que só ocorreu em 1932.

2. Elisa Frota Pessoa (1921-2018)

Uma das pessoas responsáveis pela fundação do Centro Brasileiro de Pesquisas foi uma mulher, seu nome é Elisa Frota Pessoa.

Elisa nasceu em 1921 no Rio de Janeiro e estudou física contra a vontade de seu pai, que esperava que ela tivesse uma vida como esposa e dona de casa.

Entretanto, em 1942 ela se torna a segunda mulher no Brasil a se formar em física. Seus estudos se concentraram na radioatividade.

3. Graziela Maciel Barroso (1912-2003)

Chamada de Primeira Dama da Botânica no Brasil, Graziela Barroso nasceu em 1912 em Corumbá (MS). Começou a aprender botânica de maneira autodidata e apenas aos 47 anos ingressou no curso de biologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, defendendo doutorado aos 60 anos.

É a maior referência em taxonomia de plantas no Brasil e se tornou um nome importante também internacionalmente. Cerca de 25 espécies de plantas foram batizadas levando seu nome como homenagem.

4. Lelia Gonzalez (1935-1994)

retrato de Lelia Gonzales

Foto: Cezar Loureiro

Lélia foi uma pesquisadora essencial para a construção e o aprofundamento dos estudos de gênero, raça e classe em nosso país. Doutora em antropologia, importante área das ciências sociais, ela ajudou a criar o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro.

Nasceu em 1935 em Belo Horizonte e desenvolveu um pensamento filosófico, teórico e prático com enfoque principalmente na vivência das mulheres negras latino-americanas.

Para saber mais, leia: Biografia de Lélia Gonzales

5. Maria José Deane (1916-1955)

Na área da ciência médica, uma das mulheres que se destacou foi Maria José Deane, que se especializou em parasitologia. Paraense, nascida em 1916, se formou na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, em 1937.

Seu marido também foi cientista e, juntos, eles viajaram pelo Brasil para pesquisar sobre diversas enfermidades causadas por parasitas em todo país.

Ocupou cargos relevantes na Fiocruz e contribuiu grandemente para a saúde pública e erradicação de doenças.

6. Enedina Alves Marques  (1913-1981)

Enedina

Enedina nasceu em 1916 em Curitiba (PR) e conseguiu um grande feito, ser a primeira engenheira negra no Brasil.

Se formou em 1945 pela Universidade Federal do Paraná e trabalhou no plano hidrelétrico de seus estado, além de outras obras públicas.

7. Nise da Silveira (1905-1999)

Quando falamos em psiquiatria no Brasil, Nise da Silveira é uma das primeiras pessoas lembradas.

A alagoana, nascida na primeira década do século XX, desenvolveu um trabalho primoroso na área da saúde mental, revolucionando e humanizando o tratamento dado aos pacientes com transtornos psiquiátricos.

Nos anos 40 foi médica no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro e aprofundou as pesquisas e tratamentos usando a arte e o convívio com animais (e tendo sucesso!) numa época em que os métodos utilizados em manicômios eram violentos e invasivos.

Leia também: Biografia de Nise da Silveira

8. Marta Vannucci (1921-2021)

A oceanógrafa Marta Vannucci nasceu na Itália em 1921 e veio para o Brasil ainda criança, em 1927. Se formou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e aos 25 anos defendeu seu doutorado.

Mais tarde fez parte do Instituto Oceanográfico da USP. Seus estudos se voltaram para o ecossistema de mangues, o que fez com que se tornasse uma autoridade no assunto internacionalmente.

9. Anita Canavarro Benite

A atual presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) ABPN é Anita Canavarro Benite. Ela se formou em química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, se especializando em bioquímica inorgânica em seu mestrado e doutorado.

Coordena o Laboratório de Pesquisas em Educação Química e Inclusão, da UFG (Goiás) e atua no coletivo CIATA (Grupo de Estudos sobre Descolonização do Currículo de Ciências).

10. Marcia Barbosa

Com pesquisas importantes em torno da água, Marcia é doutora em física e professora no Instituto de Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Seus estudos são tão relevantes que ela foi eleita uma das mulheres 20 mulheres mais poderosas do Brasil pela revista Forbes em 2020.

11. Vivian Miranda 

Vivian é a única mulher trans e brasileira a integrar uma equipe da NASA para a criação de um satélite. Formada em física pela UFRJ, fez seu doutorado nos EUA em astronomia e continuou os estudos em astrofísica.

12. Débora Diniz

A antropóloga Débora Diniz é referência quando se pensa em saúde pública no Brasil.

Ela se formou na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB) e se especializou em bioética, ou seja, em discussões em torno da "ética da vida". Assim, aborda temas importantes e urgentes como os direitos reprodutivos das mulheres, trabalhando sempre pautada nas ciências humanas e ciências da saúde.

13. Jaqueline Goes de Jesus 

Jaqueline foi uma das pesquisadoras que primeiro mapearam o genoma do novo coronavírus durante a pandemia de Covid-19.

Após somente 48 horas do primeiro caso no Brasil, a médica e sua equipe conseguiram tal feito, contribuindo muito para o enfrentamento da doença.

Atualmente a doutora em patologia humana faz pós-doutorado no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da Universidade de São Paulo.

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Laura Aidar
Laura Aidar
Formada em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.