11 curiosidades marcantes de Joana d'Arc

Gessica Borges
Gessica Borges
Bacharel em Publicidade e Propaganda. Mestre em Estudos Africanos.

Joana d'Arc foi uma simples camponesa que conquistou o posto de Padroeira da França por sua garra e coragem.

Em uma época em que mulheres não se envolviam em assuntos de guerra, a adolescente foi chefe militar da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), e tornou-se uma lenda histórica.

Neste artigo, contamos a vida de Joana d'Arc através de curiosidades e momentos importantes. 

1. Nasce Joana d'Arc, de simples camponesa à heroína francesa 

A inspiração e visão de Joana d'Arc, por Louis-Maurice Boutet de Monvel (1911)
A inspiração e visão de Joana d'Arc, por Louis-Maurice Boutet de Monvel (1911)

Joana nasceu em Domrémy-la-Pucelle, na França, filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée. Viveu em uma casa com mais três irmãos e uma irmã. Sendo a família de camponeses, Joana cresceu ajudando o pai no campo, criando carneiros. Nunca aprendeu a ler e a escrever. 

Desde criança, no entanto, alegava ouvir vozes que lhe destinavam a missão de libertar o seu país dos invasores ingleses. Foi a sua fé católica que a fez investir em uma jornada heroica que a tornaria o principal nome feminino da Guerra dos Cem Anos. 

2. O primeiro encontro de Joana d'Arc com o rei Carlos VII

Joana reconhece o rei Carlos VII em Chinon
Joana reconhece o rei Carlos VII em Chinon, tapeçaria do século XV

Joana nasceu quando sua nação já estava em guerra. Os ingleses, primos da dinastia que reinava a França há séculos, queriam o poder total do país, o que incluía a coroação de um rei inglês. Mas Joana estava no caminho. Dizia ter ouvido do Arcanjo São Miguel, de Santa Catarina de Alexandria e de Santa Margarida de Antioquia que deveria cumprir algumas missões em sua vida. 

A primeira delas era libertar a cidade de Orleans do cerco inglês, e em seguida coroar Carlos VII como rei. Com esse objetivo, a garota de apenas 17 anos conseguiu convencer soldados a acompanharem até o rei, para solicitar sua participação em batalhas. 

Chegando no castelo de Chinon, a jovem foi interrogada de todas as formas, por conselheiros, teólogos, bispos. Todos ficaram convencidos de sua sinceridade e Joana, agora como chefe de guerra, com uma espada na mão e vestes de cavalheiro, seguiu com uma tropa para Orleans, libertando a cidade depois de vários dias em batalha. 

3. Joana consegue cumprir a sua segunda missão como guerreira 

Joana d'Arc na coroação de Carlos VII
Joana d'Arc na coroação de Carlos VII, por Jean Auguste Dominique Ingres (1854)

Em abril de 1429, Joana e seu exército consegue a vitória na cidade de Orleans, e em outras três cidades próximas. Com excelente reputação e fama, a guerreira conduziu Carlos VII à cidade de Reims para a sua coroação como rei em julho de 1429. Estava cumprida a segunda missão divina de Joana d'Arc.

4. Joana d'Arc é capturada por ingleses 

Captura de Joana d'Arc, por Adolphe Alexandre Dillens (1847)
Captura de Joana d'Arc, por Adolphe Alexandre Dillens (1847)

O ano de 1429 foi de glória total para Joana. Como líder, venceu batalhas importantes, conseguiu coroar o rei que acreditava ser o verdadeiro herdeiro do trono francês e renovou a esperança do país em ficar livre do domínio inglês e vencer a Guerra dos Cem Anos. 

No entanto, mesmo depois de acordos de paz feitos por Carlos VII, os nobres sabiam que só conseguiriam reinar em totalidade se conquistassem Paris, na época dominada por tropas inglesas. Joana, então, retomou sua campanha militar no início de 1430. No caminho, acabou por ser capturada em Compiègne, cidade a 80 quilômetros de Paris, por um escudeiro borguinhão, aliado dos ingleses. 

5. O julgamento de Joana d'Arc 

Joana dArc sendo interrogada na prisão. Pintura de Paul Delaroche (1797-1856) 
Joana d'Arc sendo interrogada na prisão, por Paul Delaroche (1797-1856)

Tendo sido presa em maio de 1430, Joana esperou por mais de um ano até o seu julgamento. No processo, ela foi vendida, e depois presa na cela de um castelo na cidade de Ruão por meses, até que finalmente começasse a ser julgada em janeiro de 1431. 

Depois de dezenas de interrogatórios, audição com vários juízes e o próprio depoimento da guerreira, Joana d'Arc foi condenada por heresia, acusada de seguir vozes diabólicas, se vestir como um homem, e outras práticas inadmissíveis à Santa Inquisição. Além de cometer assassinato. 

6. Joana d'Arc, a herege, vai à fogueira

Morte de Joana Darc na estaca, por Hermann Anton Stilke (1843) 
Morte de Joana d'Arc na estaca, por Hermann Anton Stilke (1843) 

No dia 29 de maio de 1431, Joana é condenada à morte na fogueira. 

Na manhã seguinte, depois de se confessar,  levaram-na à Praça do Velho Mercado, em Ruão, onde foi queimada viva pela mesma Igreja que jurava seguir, aos 19 anos de idade. 

7. O perdão de Joana d'Arc 

Estátua de Joana dArc por Emmanuel Fremiet (1889) 
Estátua de Joana d'Arc por Emmanuel Fremiet (1889) 

A Guerra dos Cem anos acabaria 22 anos após a morte de Joana d'Arc. Assim que aconteceu, em 1453, o Rei Carlos VII negociou com a igreja a revisão do processo contra Joana, pois não queria sua imagem associada à uma herege. Três anos depois, sua condenação foi anulada e ela foi inocentada de todas as acusações pela Igreja, à época comandada pelo para Papa Calisto III.

8. De herege à santa: como Joana d'Arc se tornou um mito francês

Imagem da santa Joana d'Arc
Imagem da Santa Joana d'Arc

Engana-se se você acha que desde que o perdão concedido pela Igreja Joana automaticamente tornou-se um ícone francês. Na verdade, sua história só foi finalmente reacendida no século XIX, quando a historiografia francesa se esforçou para enquadrar a figura de Joana nos padrões da sociedade pós-revolucionária. 

De heroína feroz, ela passou a ser santa, beatificada pela Igreja em 1909. Onze anos depois, tornou-se uma santa reconhecida pelo Papa Bento XV, e em 1922 foi canonizada como Segunda Padroeira da França

9. Joana d'Arc é usada por Nicolas Sarkozy 

Em janeiro de 2012, foi a primeira vez que o presidente francês Nicolas Sarkozy presidiu uma cerimônia oficial em homenagem à Joana d'Arc. Mesmo 600 anos após sua morte, o então presidente quis utilizar a imagem da donzela a fim de impulsionar sua campanha política. 

10. Seu nome não tinha apóstrofo

Joana d'Arc por Roger de La Fresnaye (18851925)
Joana d'Arc por Roger de La Fresnaye (1885 - 1925)

Joana se autointitulava a Donzela (La Pucelle, em francês). Inúmeros documentos da história e fontes mais contemporâneas seu nome aparece simplesmente como Jehanne ou Jehanne, la Pucelle, ou até Jehanne Darc. O seu nome como é usado hoje em dia no português, Joana d'Arc, com apóstrofo, foi uma invenção pós período do Renascimento. 

11. Joana d'Arc: uma das figuras femininas mais documentadas da história

Atualmente existem aproximadamente 20 mil estátuas públicas, 800 biografias históricas, 52 filmes e centenas de peças de teatro, músicas, óperas dedicadas à personagem de Joana d'Arc. Segundo a historiadora francesa Colette Beaune, autora de uma de suas biografias, a donzela é "uma das figuras de mulher mais documentadas da história". 

Quer saber mais sobre Joana d'Arc? Não deixe de ler a sua biografia de Joana D'Arc.

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Gessica Borges
Gessica Borges
Comunicadora, redatora, curiosa de berço e apaixonada por cultura em geral. Licenciada em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi em 2012. Mestre em Estudos Africanos.