Joana d'Arc

Heroína francesa
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Joana d'Arc

Joana d'Arc (1412-1431) foi uma heroína francesa da Guerra dos Cem Anos, travada entre a França e a Inglaterra. Foi beatificada em 1920 e hoje é a Santa Padroeira da França.

Joana d'Arc nasceu no vilarejo de Domrémy, na região de Borrois, França, no dia 6 de janeiro de 1412. Filha dos camponeses Jacques d'Arc e Isabelle Romée tinha três irmãos e uma irmã.

Infância

Joana d’Arc não aprendeu a ler nem escrever. Ajudava o pai no trabalho na terra e na criação de carneiros. Foi criada seguindo os princípios da fé católica e com 12 anos teve sua primeira revelação divina que dizia: "Ides e tudo será feito segundo as vossas ordens."

Por onde ela andava a voz a acompanhava, ordenando, sugerindo e encorajando: "É preciso expulsar os ingleses da França." Afirmou ainda ter visto o arcanjo São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, que apareceram numa grande luz e cujas vozes ela também ouvira.

Contexto histórico

A história de Joana d’Arc é parte da história de uma guerra que durou cem anos, entre a França e a Inglaterra, a partir de 1337. Os ingleses obtiveram uma vitória decisiva e em 1415 foi assinado o Tratado em Troyes.

Segundo o tratado, metade da França passava para o domínio de Henrique V, rei da Inglaterra, ficando a metade francesa sob o governo de Carlos VI.

Com a morte de Carlos VI, foi coroado rei da França o filho de Henrique V, um inglês, mas para os franceses o rei mesmo seria Carlos VII, filho do falecido monarca.

Joana d’Arc à frente do Exército

Joana d’Arc acreditando na voz e na ordem que ouvia, em 1429, saiu de sua aldeia e dirigiu-se à corte de Carlos VII, que fora nominado "rei de Bourges", em alusão às reduzidas proporções de seus domínios.

Joana d’Arc foi recebida pelo capitão Robert de Baudricourt, que convencido pela jovem, a levou para o castelo de Chinon, onde estava o rei. Joana foi interrogada por bispos e cardeis e convencera a todos.

Carlos VII ao saber do caso, decidiu por Joana à prova. Na hora da entrevista, vestiu outras roupas e fez um de seus ministros sentar-se no trono. Joana entrou, atravessou todo o salão e parou diante do verdadeiro rei e disse:

“Em nome de Deus, sois vós o rei! Se fizeres como vou ordenar, os ingleses serão expulsos e vós sereis reconhecido por todos como rei da França.”

Joana ganhou confiança de Carlos VII, que lhe entregou o comando de um pequeno exército para socorrer Orléans, então sitiada pelos ingleses. Chegando à cidade, Joana intimou o inimigo a render-se:

“Voltai a vosso país. Deus assim o quer! O reino da França não vos cabe, mas a Carlos! Eu sou uma enviada de Deus e minha tarefa é expulsar-vos daqui! Deus me dará a força necessária para repelir vossos ataques!”

Os soldados ingleses não deram importância e Joana ordenou ao exército que atacasse. Após três dias de luta, os ingleses recuaram, Orléans estava livre.

Logo a seguir, Reims caia na mão dos franceses. Carlos VII agora reconhecido legítimo rei da França, foi coroado no dia 17 de julho de 1429, na catedral de Reims.

No entanto, faltava Carlos VII reconquistar a capital, Paris, ainda sob o jugo dos Borguinhões, seus opositores dentro da França.

Durante o embate com a capital, travado em setembro de 1429, Joana foi gravemente ferida, cessando a luta pela retomada da cidade.

Prisão, julgamento e morte

Em maio de 1430, Joana retoma a campanha militar e tenta libertar a cidade de Compiègne, perto de Paris, chefiada pelo Duque da Borgonha, Filipe III.

Na batalha, durante o cerco à Fortaleza de Margny, Joana foi presa em 23 de maio de 1430.

Nas mãos do inimigo, Joana se viu diante de incontáveis mudanças de cativeiro e interrogatórios. Por duas vezes tentou fugir, mas sem sucesso.

Confinada em um castelo na cidade de Rouen, ele teve sua vida investigada em seu vilarejo natal, e como era de se esperar, não havia nada que a comprometesse. Sua prisão era uma questão política e não religiosa.

Mesmo que tenha levado o rei Carlos VII ao trono, não houve qualquer movimento na França para resgatar Joana.

Nas mãos dos ingleses, Joana foi julgada pela Santa Inquisição, o mais elevado tribunal da Igreja na França.

O tribunal reuniu-se pela primeira vez em fevereiro de 1431, com a presença do Bispo, um partidário do Duque de Borgonha, aliado à Inglaterra.

Seu julgamento foi uma verdadeira tortura, acusada de herege e feiticeira, depois de meses de julgamento, Joana foi condenada à fogueira por heresia.

Joana d’Arc foi queimada viva na Praça do Velho Mercado, em Rouen, até então sede do domínio inglês, no dia 30 de maio de 1431.

Joana d‘Arc

Depois de 15 anos, o Papa Calisto III mandou publicar o evidente erro do tribunal e a inocência de Joana d’Arc, que foi reabilitada de todas as acusações e tornou-se a primeira heroína da nação francesa.

Canonização

Em 1909, Joana d’Arc foi beatificada pelo Papa Pio X. Sua canonização se deu no dia 16 de maio de 1920 pelo Papa Bento XV. Joana d'Arc tornou-se a Santa Padroeira da França.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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