Giuseppe Garibaldi

Guerrilheiro italiano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi (1807-1882) foi um militar e guerrilheiro italiano. Participou do movimento nacionalista "Jovem Itália" que pretendia a unificação de toda a península sob a forma de república.

Exilado no Brasil, participou da "Guerra dos Farrapos" e lutou na guerra entre a "Argentina e o Uruguai". De volta para a Itália participou de várias lutas pela independência italiana.

Giuseppe Garibaldi nasceu em Nice, no sul da França, quando essa cidade pertencia ao reino da Sardenha, Itália, no dia 4 de julho de 1807. Filho do capitão da Marinha Mercante desde pequeno sonhou com aventuras marítimas.

Infância e juventude

Em 1825, com 18 anos, Garibaldi entrou para a Marinha Mercante e embarcou rumo a Odessa, na Rússia. A partir daí, sucederam-se inúmeras viagens. Em 1832 voltou para a Rússia no comando da nau “Nossa Senhora das Graças”.

Nesse mesmo ano, esteve na Ucrânia onde encontrou alguns exilados italianos integrantes do movimento nacionalista de unificação da Itália, na época dividida em vários Estados absolutistas.

O movimento "Jovem Itália", ao qual Garibaldi aderiu imediatamente era dirigido por Giuseppe Mazzini e pretendia a unificação de toda a Itália sob a forma de república.

Exílio no Brasil

Em 1834, Garibaldi liderou uma conspiração em Gênova, com o apoio de Mazzini, mas derrotado, foi obrigado a exilar-se em Marselha. Condenado à morte fugiu para o exilo no Brasil.

Em 1835 desembarcou no Rio de Janeiro, onde já se encontravam outros exilados. No dia 20 de setembro desse mesmo ano, eclodiu no Rio Grande do Sul um movimento republicano, chefiado por Bento Gonçalves da Silva.

Ao tomar conhecimento da revolução, Garibaldi apoiou a causa e, a República de Piratini colocou à sua disposição um veleiro, doze homens e alguns fuzis.

Durante a Guerra dos Farrapos, Garibaldi tomou a cidade de Laguna, em Santa Catarina, ampliando os limites da República.

Garibaldi e Anita.

Durante esses anos de guerra, Garibaldi conheceu Ana Maria Ribeiro da Silva, que também lutava na revolução. Com a derrota dos republicanos, foi para Montevidéu com sua mulher que ficou conhecida como Anita Garibaldi.

Em 1842, estava no Uruguai quando eclodiu a guerra entre a Argentina e o Uruguai. O ditador argentino Juan Manuel Rosa ambicionava formar a Grande Argentina, incorporando os territórios dos países vizinhos.

Giuseppe Garibaldi comandou a frota Uruguaia que enfrentou no rio Paraná a armada argentina. Derrotado, fez incendiar todos os navios para que não caíssem nas mãos do inimigo.

Enquanto nova armada era construída, Garibaldi organizou uma legião de voluntários, constituída em grande parte por italianos exilados, que foi chamada de “Legião Italiana”.

Os legionários eram identificados pela camisa vermelha, que a partir dessa época foi usada por todos os soldados garibaldinos.

Giuseppe Garibaldi
Giuseppe Garibaldi e os camisas vermelhas

Depois de vencerem a batalha de San Antônio, em 8 de fevereiro de 1846, Garibaldi recebeu do governo uruguaio a promoção de “Comandante supremo das milícias de Montevidéu”.

Volta à Itália

Em 1848, Garibaldi soube que o rei Carlos Alberto da Sardenha havia declarado guerra à Áustria, então voltou para a Itália, sendo bem recebido em Milão.

Apesar de ser contra a monarquia, formou um corpo de voluntários para lutar ao lado do rei que também queria expulsar os austríacos e libertar a Itália dos estrangeiros.

Após ter conquistado algumas vitórias, foi surpreendido pela notícia de que a guerra terminara por meios diplomáticos: o rei, derrotado em várias tentativas para conquistar Milão, escolhera o armistício.

Garibaldi, no entanto, rejeitou esta solução e continuou na luta, mas a causa foi perdida e a Áustria continuou a manter sua supremacia sobre a Lombardia.

Dissolvida a força de voluntários, Garibaldi voltou para Nice, onde encontrou Anita e seus três filhos, que haviam nascido na América.

Em 1849 Garibaldi e Anita seguem em auxílio da recém-fundada República Romana, após a fuga do papa Pio IX. Defendeu a cidade contra o exército francês enviado para resgatar o governo papal.

A república Romana – que existiu de 3 de junho a 1 de julho, não pode ser salva e foi obrigada a ceder, embora o exército de Garibaldi tivessem derrotado as tropas francesas e também o exército das duas Sicílias que também apoiava o papa.

Giuseppe Garibaldi teve de fugir, mas foram perseguidos. Vestida de soldado e gravida de cinco meses, Anita adoece, em Orvieto, próximo à província de Ravena, acometida por febre tifoide e não resiste.

Triste e derrotado, Garibaldi alcança a república neutra de San Marino e em seguida exila-se nos Estados Unidos e depois no Peru.

Regresso à Itália

Em 1854 Garibaldi teve permissão para regressar à Itália e retirou-se para a ilha de Caprera, perto da Sardenha, que havia adquirido.

Numa nova guerra contra a Áustria, em 1859, assumiu o posto de major-general e dirigiu a campanha que terminou com a anexação da Lombardia pelo Piemonte.

Comandou as célebres camisas vermelhas, entre 1860 e 1861, que utilizando táticas de guerrilha aprendidas na América do Sul, conquistou a Sicília e depois o reino de Nápoles, até então sob o domínio dos Bourbons.

Após a realização de plebiscitos nas regiões centrais da Umbria, Marcas e o reino sulista das Duas Sicílias, Garibaldi renunciou aos territórios conquistados, cedendo-os ao rei de Piemonte, Vítor Emanuel II.

Em 1862, liderou uma nova expedição contra as forças austríacas e depois dirigiu suas tropas contra os Estados Pontifícios, convencido de que Roma deveria ser a capital do recém-criado estado italiano.

Na batalha de Aspromonte Giuseppe Garibaldi foi ferido e aprisionado, mas logo libertado. Participou depois da expedição para a anexação de Veneza.

Em sua última campanha, lutou ao lado dos franceses em 1870 e 1871, na guerra franco-prussiana. Participou da batalha de Nuits-Saint-Georges e da libertação de Dijon.

Por seus méritos militares, Garibaldi foi eleito membro da Assembleia Nacional da França em Bordéus, mas voltou para a Itália em 1874, sendo eleito deputado no Parlamento italiano.

Giuseppe Garibaldi viveu seus últimos anos em retiro na ilha de Caprera, Itália, onde  faleceu no dia 2 de junho de 1882.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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