Vicente do Rego Monteiro

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) foi um pintor brasileiro. Seus quadros foram expostos em museus nacionais e internacionais. Foi professor do Ginásio Pernambucano e da Escola de Belas Artes do Recife e do Instituto Central de Artes de Brasília. Foi também escultor e poeta.

Vicente do Rego Monteiro nasceu no Recife, no dia 19 de dezembro de 1899. Era filho de Ildefonso do Rego Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo, prima do pintor Pedro Américo.

Desde cedo, Vicente do Rego Monteiro demonstrou vocação para a pintura. Iniciou-se na arte sob a orientação de sua irmã, a também pintora Fédora do Rego Monteiro.

Formação

Em 1911 mudou-se para Paris, onde estudou desenho, pintura e escultura na Académie Julian. Frequentou a Académie Colarosi e a Académie de la Grande Chaumière.

Em 1913 expôs duas obras no Salão dos Independentes. Com a Primeira Guerra Mundial, voltou ao Brasil, em 1914, fixando residência no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918 realizou sua primeira exposição individual no Teatro Santa Isabel, no Recife.

Em 1920 estudou a arte marajoara da coleção do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. No mesmo ano, expõs em São Paulo quando apresentou quadros que exploram motivos indígenas, que foi considerada pela crítica como futurista.

Nessa época, aproximou-se da corrente modernista de pintura de São Paulo, especialmente de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, além do romancista Oswald de Andrade.

Em 1922, Vicente do Rego Monteiro voltou à Paris deixando oito óleos e aquarelas para serem expostas na Semana de Arte Moderna de São Paulo.

Nesse período, viajou por diversos países da Europa, em companhia de seu amigo o sociólogo e escritor Gilberto Freire. De volta ao Recife, passou a colaborar com o jornal de extrema direita - Fronteiras.

Obras

Vivente do Rego Monteiro pintou várias telas com temas religiosos, sempre adaptando para uma linguagem moderna, os temas tradicionais da arte sacra.

A pintura “Deposição”, também conhecida como “Pietá”, pintada em 1924, é uma tela de temática religiosa, na qual o artista representa a deposição de Cristo da cruz:

Um de seus quadros mais famosos, “Mulher com Galinha” (1925), foi pintada durante sua estada em Paris. O quadro possui elementos da Art Decor, com uma temática indígena, tema muito explorado pelo pintor.

É dessa época também, a tela “O Atirador de Arcos” (1925):

Com o Estado Novo, em 1938, foi nomeado diretor da Imprensa Oficial e professor de desenho do Ginásio Pernambucano, pelo então interventor Agamenon Magalhães.

Nesse período tentou ser produtor de aguardente no engenho Várzea Grande e produtor cinematográfico. Alguns de seus filmes foram exibidos na França.

Em 1939, editou junto com Edgar Fernandes, a "Revista Renovação", dedicada à educação popular.  

A partir de 1941 publicou seus primeiros versos, “Poemas de Bolso”. Promoveu no Recife e em Paris, Congressos de poesia, com a colaboração dos poetas João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Carlos Moreira e Edson Régis.

Entre os anos de 1946 e 1957, viveu em constantes viagens entre Paris, Rio de Janeiro e São Paulo. Suas atividades continuaram a transitar por vários estilos artísticos.

De volta ao Recife foi contratado como professor da Escola de Belas Artes. Passou a colaborar com o Jornal do Comércio.

Em 1966, Vicente do Rego Monteiro transferiu-se para Brasília, quando assumiu o cargo de professor do Instituto Central de Artes.

Vicente do Rego Monteiro faleceu no Recife, Pernambuco, no dia 5 de junho de 1970.