8 principais pintores brasileiros (e sua obra)
As telas desses artistas entraram para o hall de obras-primas brasileiras, muitas ficaram gravadas no nosso imaginário coletivo. Quem não sabe de cor os contornos do Abaporu?
Contemporâneos ou modernistas, esses pintores ajudaram a consolidar a cara da nossa arte e influenciaram gerações de criadores que os sucederam.
Descubra agora quem foram os maiores pintores do nosso país e saiba um pouco mais sobre a história de cada um deles.
1. Anita Malfatti (1889-1964)
Essa famosa pintora brasileira foi essencial para a renovação das artes plásticas no nosso país.
Nascida em São Paulo, filha de um engenheiro italiano e de mãe norte-americana, Anita não teve um início de vida fácil porque veio ao mundo com uma atrofia no braço direito.
Aos 13 anos a jovem Anita tentou cometer suicídio e, depois dessa experiência limite, resolveu se dedicar à pintura. Sua primeira professora foi a mãe, que dava aulas de artes plásticas e línguas.
Anita desenvolveu sua arte na Alemanha, onde estudou pintura expressionista, e anos mais tarde, em Nova Iorque. Quando voltou ao Brasil, se engajou em criar uma pintura moderna.
Conheça a vida e a trajetória artística de Anita Malfatti.
2. Cândido Portinari (1903-1962)
Esse pintor de renome internacional é autor de uma série de obras-primas, entre elas o painel Guerra e Paz, fixado na sede da ONU em Nova Iorque.
Portinari foi filho de imigrantes italianos e nasceu no interior de São Paulo. Prodígio, o menino aos 6 anos já desenhava, e aos 14, participou de um projeto de restauração.
Mas a sua carreira artística começou, de fato, no Rio de Janeiro, para onde se mudou aos 15 anos se matriculando no curso da Escola Nacional de Belas Artes. O talento era tanto que ultrapassou fronteiras e Portinari foi parar em Paris.
Engajado, quando retornou ao Brasil passou a pintar telas de cunho social e extremamente ligadas à nossa cultura.
Uma triste curiosidade: consta que Portinari faleceu devido à uma intoxicação provocada pelas tintas que usava.
Descubra a biografia completa do pintor modernista Cândido Portinari.
3. Tarsila do Amaral (1886-1973)
Pense em um quadro brasileiro. Abaporu, certo? Provavelmente adivinhei a imagem que veio à sua cabeça. A criadora desse clássico foi ninguém menos que Tarsila do Amaral.
Nascida no interior de São Paulo, no berço de uma família abastada, Tarsila foi estudar na Espanha onde começou a pintar.
Essa mulher que marcou a história das nossas artes plásticas lançou, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp, o movimento Antropofágico.
Suas obras foram um marco do modernismo e procuravam enfatizar temas tropicais e aspectos da cultura nacional.
Saiba mais sobre a biografia da incrível pintora Tarsila do Amaral.
4. Di Cavalcanti (1897-1976)
Ele gostava de carnaval, de samba, de mulatas, de alegria... não por acaso os temas escolhidos por Di Cavalcanti giravam em torno de representações consideradas tipicamente brasileiras.
O pintor começou a carreira fazendo charges políticas e chegou a ilustrar livros literários (como a obra Carnaval, de Manuel Bandeira, e Losango Cáqui, de Mário de Andrade).
Di Cavalcanti ficou conhecido por participar da Semana de Arte Moderna de 1922 e por ter elaborado a capa do catálogo do evento. Além de pintor, Di Cavalcanti atuou como ilustrador e jornalista.
Por ter sido comunista, o artista foi perseguido pelo governo de Getúlio Vargas e precisou se exilar na Europa, onde acabou divulgando a sua arte.
Desvende a biografia de Di Cavalcanti, um dos gênios das nossas artes plásticas.
5. Alfredo Volpi (1896-1988)
Quem não se lembra de ter estudado as coloridas bandeirinhas de Volpi na escola? O pintor ítalo-brasileiro, que ficou conhecido como mestre das bandeirinhas, é tido como o maior nome da Segunda Geração da Arte Moderna.
Alfredo nasceu na Itália, mas veio com a família para o Brasil quando tinha apenas 1 aninho. Eles se estabeleceram em São Paulo e, aos 15 anos, Volpi começou a aprender a pintar.
No início eram frisos, murais, painéis. Depois ele passou para a madeira e a tela. O que já chamava a atenção do jovem pintor era o uso das cores fortes. Não demorou muito para o artista enveredar para os temas populares e investir em um abstracionismo geométrico.
Gostou de conhecer um pouco da história do pintor ítalo-brasileiro? Então experimente descobrir a biografia completa de Alfredo Volpi.
6. Vicente do Rego Monteiro (1899-1970)
Pintor, escultor, docente, produtor cinematográfico, poeta (e até produtor de aguardante!): esse foi Vicente do Rego Monteiro.
Nascido no Recife, Vicente teve a sorte de nascer numa família com artistas. Com um primo pintor e uma irmã pintora, o artista começou a pegar nos pincéis logo cedo.
Sua formação aconteceu basicamente em Paris. Quando regressou da Europa, Vicente se estabeleceu no Rio de Janeiro e se aproximou de criadores modernistas como Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral.
Além de pintar belíssimos quadros, Vicente atuou como docente de destaque na Escola de Belas Artes do Recife e no Instituto Central de Artes de Brasília.
Conheça o interessante percurso de vida de Vicente do Rego Monteiro.
7. Romero Britto (1963)
Goste ou não goste do trabalho de Romero Britto, precisamos assumir que esse pernambucano saiu do nordeste para ganhar o mundo.
Suas telas coloridas, alegres e fragmentadas se espalharam com uma espantosa velocidade e logo Romero Britto - hoje em dia radicado em Miami - virou um símbolo da cultura pop.
Com uma estética cubista (não por acaso o pintor assume Picasso como a sua maior influência), o artista conseguiu imprimir um estilo próprio e é impossível não reconhecer os seus traços.
Atualmente, as suas obras estão não só em inúmeras galerias brasileiras (no Recife, em São Paulo, em Salvador, etc.) como também em espaços públicos e privados internacionais (vale lembrar as peças presentes nos aeroportos de Nova Iorque e Miami).
Descubra a história desse fenômeno da pintura brasileira, confira o artigo Os fatos e obras mais importantes da vida de Romero Britto.
8. Beatriz Milhazes (1960)
Beatriz Milhazes é um dos maiores nomes da pintura brasileira contemporânea.
Nascida no Rio de Janeiro, essa talentosíssima criadora se formou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e começou a carreira nos anos 80.
Logo, as obras de Beatriz ganharam o mundo e há telas da pintora espalhadas por Nova Iorque, Lisboa, Paris e outras tantas cidades.
Além de pintora, Beatriz também faz gravuras, colagens e esculturas. Independente da mídia, seu trabalho tem em comum a presença das cores vivas e as figuras abstratas, muitas vezes compostas com arabescos e listras.
Milhazes é também uma recordista em termos de cifras: o quadro Meu Limão foi vendido em leilão realizado em Nova Iorque, em 2012, por 2,1 milhões de dólares.
Saiba mais sobre a trajetória artística de Beatriz Milhazes.
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