Vicente de Carvalho

Poeta Brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Vicente de Carvalho

Vicente de Carvalho (1866-1924) foi um poeta, jornalista, advogado e político brasileiro. Seu livro “Rosa, Rosa de Amor” o consagrou como o poeta do Parnasianismo. Seus versos apresentam temas como o amor, a morte, a natureza e em especial o mar.

Vicente de Carvalho nasceu em Santos, São Paulo, no dia 5 de abril de 1866. Fez seus primeiros estudos na cidade de Santos. Ainda menino escreveu seus primeiros poemas. Aos 11 anos abandonou os estudos e foi trabalhar no comércio. Mais tarde foi levado para São Paulo para estudar no Seminário Episcopal.

Primeiras Obras

Com 16 anos Vicente de Carvalho abandonou o seminário e com uma licença especial, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, concluindo o curso em 1886. No ano anterior havia publicado seu primeiro livro, “Ardentias”, que apresentava características românticas.

Vicente de Carvalho militou na campanha abolicionista e na campanha republicana, aderindo ao positivismo. Dedicou-se simultaneamente à advocacia, à política, ao jornalismo e aos negócios, como fazendeiro, e à literatura. Em 1888 publicou “Relicário”.

Jornalista e Fazendeiro

Como jornalista colaborou para vários jornais, entre eles, O Estado de São Paulo e A tribuna. Em 1889 fundou o Diário da Manhã, em Santos. Em 1892 afastou-se da vida pública. Em 1896 tornou-se fazendeiro em Franca, onde permaneceu durante cinco anos. O insucesso da vida agrícola leva-o de volta a Santos, em 1901.

Poeta do Mar

Em 1902, Vicente de Carvalho publicou “Rosa, Rosa de Amor”, livro que o consagrou como “poeta do Parnasianismo”, mas é, sobretudo, o “Poeta do Mar”. Em sua obra, o oceano tem vida própria, caracteres animados e paixões humanas. Pinta-o com diferentes matizes, em razão da forte atração que as águas exercem sobre sua sensibilidade. Esse amor é exaltado em várias poesias, como “Palavras ao Mar”, “Sugestões do Crepúsculo”, “Cantigas Praianas”, “No Mar Largo” e “A Ternura do Mar”.

        Cantigas Praianas

Ouves acaso quando entardece
Vago murmúrio que vem do mar,
Vago murmúrio que mais parece
        Voz de uma prece
         Morrendo no ar?

Beijando a areia, batendo as fráguas,
Choram as ondas, choram em vão:
O inútil choro das tristes águas
        Enche de mágoas
         A solidão...

Duvidas que haja clamor no mundo
Mais vão, mais triste que esse clamor?
Ouve que vozes de moribundo
         Sobem do fundo
          Do meu amor.

Em 1905, Vicente de Carvalho fundou O Jornal. Em 1908, já em São Paulo, é nomeado juiz de direito. Nesse mesmo ano publica “Poemas e Canções”, livro que o levou à Academia Brasileira de Letras. Em 1914, foi nomeado Ministro do Tribunal de Justiça do Estado. Pertenceu  à Academia Paulista de Letras. Depois de abandonar o cargo de Ministro, volta para sua terra natal.

Os temas sociais também foram explorados por Vicente de Carvalho, como a escravidão, que surge em “Fugindo ao Cativeiro” e a miséria, que aparece como preocupação em “A Voz do Sino”, temas que também o situam como poeta do Parnasianismo.

Vicente de Carvalho faleceu em Santos, São Paulo, no dia 22 de abril de 1924.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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