Alberto de Oliveira

Poeta brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Alberto de Oliveira

Alberto de Oliveira (1857-1937) foi um poeta do Parnasianismo e professor brasileiro, considerado o mais perfeito dos parnasianos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Antônio Mariano Alberto de Oliveira, conhecido como Alberto de Oliveira, nasceu em Palmital do Saquarema, no Rio de Janeiro, no dia 28 de abril de 1857. Era filho de José Mariano de Oliveira, mestre de obras, e de Ana de Oliveira.

Estudou o primário em escola pública na vila Nossa Senhora de Nazaré e cursou Humanidades em Niterói. Formou-se em Farmácia em 1883 e estudou Medicina até o terceiro ano, onde foi colega de Olavo Bilac.

Estreia na Literatura

Ainda estudante, Alberto de Oliveira estreou na literatura com “Canções Românticas” (1878), mas ainda distante dos valores parnasianos. A partir de 1884, integrou-se à escola, sendo considerado “O Mestre do Parnasianismo”. Dentro das novas diretrizes publicou a obra intitulada “Meridionais” (1884).

Alberto de Oliveira trabalhou como farmacêutico e, em 1889 casou-se, em Petrópolis, com a viúva Maria da Glória Rebelo Moreira com quem teve um filho.  Em 1892 foi nomeado oficial de gabinete do primeiro presidente do Estado do Rio de Janeiro, José Tomás da Porciúncula.

Entre 1893 e 1898 exerceu o cargo de diretor geral da Instrução Pública do Rio de Janeiro. Foi também professor de Português e de Literatura Brasileira no Colégio Pio-Americano e na Escola Normal. Foi um dos sócios fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897.

Características da Obra de Alberto de Oliveira

A poesia da segunda metade do século XIX sofreu profundas modificações, pois rejeitou o modelo coloquial da poesia romântica e o Parnasianismo traçou novos caminhos para a produção poética.

Ao escritor parnasiano interessavam os temas descritivos como a paisagem, os objetos e as cenas históricas que preenchem os poemas com formas rígidas e versos perfeitos.

A poesia parnasiana utiliza uma linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. Seus temas são universais: a natureza, o tempo, o amor, objetos de arte e, principalmente a própria poesia.

A “tríade parnasiana” foi formada por Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, este o poeta que melhor se adequou aos princípios parnasianos e, ao mesmo tempo foi uma espécie de líder do movimento.

Sua poesia é fria e intelectualizada com um gosto acentuado pelo preciosismo formal e linguístico. Defende a arte pela arte e, em vez de se interessar pela realidade brasileira buscava inspiração nos modelos clássicos dos poetas barrocos a árcades portugueses.

A poesia de Alberto de Oliveira é descritiva e exalta a natureza e a saudade e até objetos como nos sonetos: "Vaso Grego”, “Vaso Chinês” e “A Estátua”.

        Vaso Chinês

Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio. (...)

Nos versos de Alberto de Oliveira estão também presentes as matas, as campinas, os rios, as flores e as árvores do Brasil, como no poema:

           Sob o Salgueiro

Dorme uma flor aqui, - flor que se abria,
que mal se abria, cândida e medrosa,
rosa a desabrochar, botão de rosa,
cuja existência não passou de um dia.

Deixai-a em paz! A vida fugidia
como uma sombra, a vida procelosa
como uma vaga, a vida tormentosa,
a nossa vida não a merecia. (...)

Príncipe dos Poetas

Em 1924, já em pleno Modernismo e sob o impacto da Semana de Arte Moderna, o parnasiano Alberto de Oliveira foi eleito o “Príncipe dos Poetas”, no lugar deixado vago por Olavo Bilac.

Embora tenha vivido 80 anos e atravessado profundas transformações políticas, econômicas, sociais, além de literárias, Alberto de Oliveira sempre foi fiel ao Parnasianismo, sendo considerado mestre dessa estética e o mais perfeito dos parnasianos.

Alberto de Oliveira faleceu em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 1937.

Obras de Alberto de Oliveira

  • Canções Românticas (1878)
  • Meridionais (1884)
  • Sonetos e Poemas (1885)
  • Versos e Rimas (1895)
  • Poesias (1900)
  • Poesias (segunda série) (1905)
  • Poesias (terceira série) (1913)
  • Poesias (quarta série) (1927)
  • Poesias Escolhidas (1933)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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