Conheça a Teoria Malthusiana de Thomas Robert Malthus

Gessica Borges
Gessica Borges
Bacharel em Publicidade e Propaganda. Mestre em Estudos Africanos.

O economista, matemático e filósofo Thomas Malthus é uma grande influência para os estudos feitos na contemporaneidade sobre a população mundial. Neste artigo você entenderá o porquê. 

Nascido na Inglaterra em 1766, Thomas Robert Malthus (1766 - 1834) teve boa parte de sua educação feita em casa, pois, filho de um rico proprietário de terras, estava sempre cercado pela elite intelectual da época. 

Quando completou dezoito anos foi admitido na Universidade de Cambridge, formando-se quatro anos depois em matemática, e aos vinte cinco anos, graduou-se também em filosofia

Aos 31 anos, Malthus foi ordenado padre da Igreja Anglicana e tornou-se pastor, mas em paralelo realizava os estudos que deram origem ao seu primeiro livro, Ensaio Sobre o Princípio da População (1798), que continha as suas ideias primárias sobre o crescimento desregulado da população. Para alguns estudiosos, esta obra foi a inauguração da demografia, matéria que investiga as populações humanas.

A Teoria Malthusiana

teoria de thomas malthus

Basicamente, a teoria malthusiana afirmava que a população crescia em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) enquanto a produção de alimentos crescia em produção aritmética (2, 4, 6, 8, 10...), o que, em dado momento, provocaria escassez de alimento para atender as necessidades da população mundial. A regra é simples: baixa produção alimentícia, pouco recurso natural, população cada vez maior, resultado: catástrofe.  

É bom lembrar que Malthus vivia em plena revolução industrial, quando o mundo estava evoluindo muito rapidamente em termos industriais, e as pessoas acreditavam que a industrialização levaria a um crescimento sem limites de recursos. O economista, no entanto, era pessimista em relação aos limites da natureza. 

Para provar a sua teoria, viajou pela Europa, detendo-se especialmente na Rússia, por ser um país enorme com grandes recursos naturais, apenas reafirmando a sua hipótese ao fim da viagem que, se o mundo não fosse remediado de alguma forma, acabaria em uma situação deplorável.

O filósofo e matemático acreditava que parte do remédio para a expansão populacional estava nas guerras, doenças e epidemias, que anualmente já matavam milhões de pessoas, funcionando como uma espécie controle populacional natural. 

Mas isso não era o suficiente. Malthus incentivava um controle moral da população que, entre outros métodos, incluía: o atraso do casamento até que o homem fosse capaz de sustentar seus filhos, a contenção sexual entre pessoas de baixa renda, e a diminuição da caridade, pois a esmola, segundo o filósofo e economista, era incentivo para preguiça. Pessoas preguiçosas não trabalhavam, não produziam nada e, logo, eram apenas mais bocas para alimentar, agravando o quadro população x alimentação. 

Frase de Thomas Malthus

Prevenir a recorrência da miséria é, infelizmente, além do poder do homem. 
Thomas Malthus 

A teoria malthusiana acabou por sofrer algumas modificações e mostrou-se errada em termos de previsão, pois a evolução da tecnologia e meios de produção provaram ser possível, sim, produzir alimento para a toda a população mundial. Apesar de que, devido a fatores como a má distribuição de renda (e de alimentos), muitas pessoas no mundo ainda são afetadas pela fome. 

Mas suas ideias influenciaram posteriormente políticas em relação à produção de alimentos (cálculos e estratégias para evitar a armadilha malthusiana de falta de alimentos), controle de natalidade (como a política do filho único, na China) e mesmo algumas formas de preconceito, como o racismo, pois uma vez que, segundo as suas previsões, a população mundial sofreria com a fome, teria que se escolher que tipo de gente (no caso, qual raça) seria mais afetada. 

Teóricos que seguiram o pensamento de Malthus, como os neomalthusianos e os ecomalthusianos, também culparam a expansão desenfreada da população, principalmente dos mais pobres, como causa da miséria mundial. Para os neomalthusianos, os países subdesenvolvidos sofriam com a fome e miséria por serem superpopulosos. Já os ecomalthusianos atribuíam ao mar de gente o esgotamento dos recursos naturais da Terra. 

A teoria populacional de Malthus, felizmente, não foi concretizada nos séculos seguintes aos seus estudos. Suas ideias relacionadas ao desequilíbrio habitacional versus recursos naturais, no entanto, ainda soam muito atraentes atualmente. Como é sabido, o ser humano continua a se reproduzir em grande velocidade e, para a sua sobrevivência, é necessário um arsenal tecnológico e biológico que já se revela potencialmente prejudicial ao meio ambiente, como o efeito estufa. 

Não deixe de ler a nossa biografia de Thomas Malthus

Gessica Borges
Gessica Borges
Comunicadora, redatora, curiosa de berço e apaixonada por cultura em geral. Licenciada em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi em 2012. Mestre em Estudos Africanos.