Rubem Fonseca

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Rubem Fonseca

Rubem Fonseca (1925-2020) foi um escritor brasileiro, considerado um dos maiores ficcionistas do Brasil. Ganhou vários prêmios, entre eles a Coruja de Ouro, o Kikito do Festival de Gramado, o Prêmio Jabuti e o Prêmio Camões.

Rubem Fonseca  nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 11 de maio de 1925. Estudou Direito na Universidade do Brasil, hoje Universidade do Rio de Janeiro. Entrou para a polícia como comissário do Distrito Policial de São Cristóvão.

Em seu primeiro plantão policial, em dezembro de 1952, registrou as seguintes ocorrências: ferimento por arma de fogo, atropelamento, furto,  choque de veículos com morte e agressão a faca. Com 27 anos começou a testemunhar o submundo do crime e a selvageria humana, o que serviram de inspiração para sua obra.

Trabalhou pouco tempo nas ruas e logo depois se tornou um policial de gabinete, que cuidava dos serviços de relações públicas da corporação.

Em 1953, foi escolhido para se aperfeiçoar nos Estados Unidos. Durante esse período, fez mestrado em Administração na New York University. Regressou ao Brasil em 1954.

Carreira literária

Argumentista e roteirista de filmes, Rubem Fonseca exerceu atividades policiais paralelamente ao trabalho na Light no Rio de Janeiro. Em 1958 foi exonerado da polícia e se dedicou integralmente à literatura.

Estreou na literatura com o livro de contos "Os Prisioneiros", em 1963. Retratou em seus livros o mundo violento das cidades. O seu livro, "Feliz Ano Novo", onde estão os devastadores contos, foi publicado em 1975, mas foi recolhido pela censura do regime militar. A obra só foi liberado, em 1989, depois de longa batalha judicial.

A obra "Agosto" (1990), na qual mistura História com ficção, se passa em agosto de 1954, época em que o caos e escândalos políticos aparecem diariamente na páginas dos jornais. O livro aponta os vultos históricos do episódio que culmina com o suicídio de Getúlio Vargas, como se fossem protagonistas do próprio romance. A obra foi adaptada com sucesso pela TV Globo em 1993.

Recluso e avesso a entrevistas, Rubem Fonseca criou uma aura de mistério sobre si que só ampliou a atração por sua obra.

Seu estilo cru revelado na narrativa de contos, crônicas e romances ganhou o apelido de "realismo feroz". Seus bandidos são amorais e cruéis. Seus heróis não são lá nada melhores. É o caso do cínico advogado Mandrake, figura frequente em diversos livros do autor, como o romance "A Grande Arte" (1983), que ganhou uma série no canal HBO, em 2005.

Rubem Fonseca recebeu o "Prêmio Coruja de Ouro", pelo roteiro de "Relatório de um Homem Casado". Recebeu o"Prêmio Kikito, do festival de Gramado, pelo roteiro de "Stelinha". Recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo roteiro de "A Grande Arte". Recebeu o Prêmio Jabiti e o Prêmio Camões.

Rubem Fonseca faleceu no Rio de Janeiro vítima de um infarto no dia 15 de abril de 2020.

Obras de Rubem Fonseca

  • Os Prisioneiros, contos, 1963
  • A Coleira do Cão, contos, 1965
  • Lúcia McCartney, contos, 1967
  • O Caso Morel, romance, 1973
  • O Homem de Fevereiro ou Março, antologia, 1973
  • Feliz Ano Novo, contos, 1975
  • A Grande Arte, romance, 1983
  • Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, romance, 1988
  • Agosto, romance, 1990
  • Romance Negro e Outras Histórias, contos, 1992
  • O Selvagem da Ópera, romance, 1994
  • O Buraco na Parede, contos, 1995
  • História de Amor, contos, 1997
  • A Confraria dos Espadas, contos, 1998
  • O Doente Moliére, romance, 2000
  • Pequenas Criaturas, contos, 2002
  • Ela e Outras Mulheres, contos, 2006
  • Axilas e Outras Histórias Indecorosas, contos, 2011
  • Amálgama (2013)
  • Histórias Curtas (2015)
  • Calibre vinte e dois (2017)
  • Carne Crua: Contos (2018)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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