Franklin Távora

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Franklin Távora

Franklin Távora (1842-1888) foi um escritor brasileiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. É Patrono da Cadeira n.º 14. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e um dos fundadores da Associação dos Homens de Letras. Foi também jornalista e advogado.

Infância e formação

João Franklin da Silveira Távora nasceu em Baturité, Ceará, no dia 13 de janeiro de 1842. Filho de Camilo Henrique da Silveira Távora e Maria de Santana da Silveira. Iniciou seus estudos em Fortaleza.

Em 1854 mudou-se com os pais para o estado de Pernambuco, onde passou grande parte de sua vida. Viveu sua infância e adolescência na cidade de Goiana. Após concluir o curso de Humanidades, mudou-se para o Recife.

Em 1859 ingressou na Faculdade de Direito. No dia 6 de novembro de 1863 concluiu o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com nota máxima.

Franklin Távora exerceu a advocacia e foi deputado provincial. Foi diretor de Instrução Pública. Defendeu o ensino livre, enfrentando grandes polêmicas. Publicava artigos em jornais, defendendo a liberdade do ensino, dos escravos e a liberdade religiosa.

Em 1873 transferiu-se para o Pará, onde foi nomeado secretário do governo da província. Em 1874 foi para o Rio de janeiro, onde trabalhou na Secretaria do Império.

Carreira literária

Franklin Távora estreou na literatura com os contos ultrarromânticos de Trindade Maldito (1861), nos quais ainda não apresentava a típica orientação de sua obra.

Como romancista, defendeu uma “literatura do Norte”, distinta da do Sul. Elaborou uma série de romances em que fixa aspectos do Norte, focalizando assuntos religiosos e o cangaço.

Franklin Távora tornou-se um dos mais polêmicos e radicais escritores regionalistas. Rebelou-se contra a “literatura do Sul”, especialmente a de José de Alencar, seu conterrâneo, alegando que ele se deixava levar pelos modelos estrangeiros.

O Cabeleira

Entre os seus romances regionais, o mais célebre é "O Cabeleira", que pode ser considerado o primeiro da série "Os Romances do Norte", onde o autor inaugura um dos veios mais férteis da ficção regional.

Franklin Távora trouxe à tona problemas até então pouco conhecidos em outras regiões do país, como o banditismo, o cangaço, a seca, as migrações etc., que mais tarde foi explorado por Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e outros.

No prefácio de O Cabeleira, o autor chama a atenção para a necessidade e a capacidade do Nordeste de criar sua própria literatura, construída a partir de um farto material disponível, como o passado histórico, os costumes e a poesia popular.

O Cabeleira é uma crônica que oscila entre a ficção e o relato histórico que focaliza a vida do famoso cangaceiro José Gomes o “Cabeleira”, que ao lado de dois malfeitores aterrorizam as populações das cidades pernambucanas no século XVIII.

O Matuto

No segundo romance da série, "O Matuto", o autor descreve fatos ocorridos durante a Guerra dos Mascates, que foi um dos grandes acontecimentos da história pernambucana do século XVIII.

Franklin Távora era ligado às instituições culturais como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Associação de Homens de Letras e a Academia Brasileira de letras, sendo um dos fundadores. É patrono da cadeira n.º 14.

Franklin Távora faleceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto de 1888.

Obras de Franklin Távora

  • Trindade Maldita, contos (1861)
  • Os Índios do Jaguaribe, romance (1862)
  • A Trinidade da Família, drama (1862)
  • A Casa da Palha, romance (1866)
  • Um Casamento no Arrabalde (1869)
  • Três Lágrimas, drama (1870)
  • Cartas de Semprônio a Cincinato, crítica (1871)
  • O Cabeleira, romance (1876)
  • O Matuto, romance (1878)
  • Lourenço, romance (1878)
  • Lendas e Tradições do Norte, folclore (1878)
  • Sacrifício, romance (1879)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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