Os 10 ditadores mais temidos que marcaram a história do mundo

Rebeca Fuks
Rebeca Fuks
Doutora em Estudos da Cultura

Esses homens foram o terror de muitos outros durante algum tempo. Autoritários, tiranos e despóticos, eles regeram seus países com mãos de ferro e não mediram meios para alcançarem os fins: perseguiram, torturaram, dissolveram partidos e se impuseram através da força.

Na memória de muitos ainda permanecem vivos esses nomes que concentraram tanto poder nas próprias mãos.

Com desejo de que a história nunca mais se repita, vamos relembrar os dez maiores ditadores de todos os tempos.

1. Benito Mussolini (1883-1945)

benito mussolini

O futuro líder do Partido Fascista (Fasci di Combatimento, em português Grupo de Combate), fundado em 1919, Mussolini nasceu província de Forli, Itália, no ano de 1883.

Atuou como professor de escola, jornalista e alcançou a patente de sargento do exército antes de entrar de vez para o mundo da política. Acreditava que a violência era um poderoso instrumento para provocar mudanças na sociedade.

Liderou um movimento operário, esteve envolvido em uma série de conflitos políticos e chegou a ser preso algumas vezes. Foi crescendo aos poucos na política até alcançar altos cargos de poder, quase sempre através da força.

Mussolini se descrevia como uma coleção de antis: antiparlamentarista, antiliberal, antidemocrático, antissocialista. Ditador feroz, mandou fechar uma série de redações de jornais, acabou com partidos da oposição, perseguiu inimigos políticos e restaurou a pena de morte. O lema de Mussolini era "Crer, obedecer e combater".

Conheça a biografia de Benito Mussolini.

2. Adolf Hitler (1889-1945) 

Hitler

O mais terrível dos ditadores, assim Hitler é conhecido por uma enorme parcela da população. Com uma fala sedutora, o político fundou o partido Nazista, que prometia trabalho e melhores condições de vida e pretendia instaurar uma caça à judeus, marxistas e estrangeiros.  

Foi carregando ideais racistas, totalitaristas, nacionalistas, unipartidários e anticapitalistas que Hitler chegou ao cargo de chanceler em 1933. Sua primeira grande medida foi dissolver o parlamento e assassinar uma série de opositores. 

Como presidente, já em 1934, aplicou com ainda mais afinco as terríveis doutrinas nazistas que acreditava e criou, por exemplo, os campos de concentração. O Holocausto foi responsável por dizimar milhões de judeus (e não só) com métodos de assassinatos cruéis.

Expansionista, seu exército invadiu a Áustria e ocupou a Tchecoslováquia. Também invadiu a Polônia, quando se acentuaram as perseguições aos judeus. Outros países foram igualmente invadidos pelo exército alemão como a Dinamarca, a Bélgica, a Noruega, os Países Baixos e a França.

Descubra a história de Adolf Hitler.

3. Napoleão Bonaparte (1769-1821)

Napoleão

Entusiasta da carreira militar, Napoleão, que chegou a ser imperador francês, era filho de um jurista. Fundamental para a história da França, foi ele o responsável por anexar uma série de territórios ao país.

Aos 10 anos, Napoleão começou seus estudos em um colégio militar em Brienne. De lá, seguiu para a Escola Real Militar de Paris e aos 16 anos já havia se tornado subtenente de artilharia.

O país virou de pernas pro ar com a Revolução Francesa e inicialmente Napoleão ficou ao lado dos monárquicos, mas logo mudou de time e simpatizou com os insurgentes que pediam liberdade, igualdade e fraternidade.

Sua primeira grande vitória aconteceu em Toulon, quando o comandante foi ferido e, ao assumir o seu lugar, derrotou os revoltosos. Dessa data em diante foi alcançando patentes cada vez mais altas no exército.

Junto com parte da burguesia, Napoleão deu o golpe e se tornou Primeiro Cônsul, depois Cônsul Vitalício e finalmente Imperador da França. Como imperador, defendeu os interesses da burguesia e eliminou quaisquer liberdades políticas e individuais.

Napoleão movimentou o mapa da Europa tendo entrado em conflito com uma série de potências.

Conheça a história de Napoleão Bonaparte.

4. Stalin (1878-1953) 

Stalin

O antigo líder na União Soviética na verdade não se chamava Stalin, o nome do senhor acima era Josef Vissarionovitch Djugatchvili. Stalin - que quer dizer homem de aço - foi o pseudônimo escolhido pelo político.

De origem humilde, Stalin nasceu filho de um sapateiro com uma costureira e chegou a frequentar o seminário quando era adolescente. Como era contra o czar e tinha uma postura revolucionária, acabou por ser preso e exilado algumas vezes.

Participou junto com Lenin na Revolução Russa que levou ao fim do regime czarista. Lenin esteve a frente do governo até falecer, em 1924. A partir de então, o poder passou a ser almejado por dois grandes nomes: Trótski, chefe do exército, e Stalin, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética. O resultado dessa disputa nós já sabemos...

Patriota, autoritário, centralizador e nacionalista, Stalin estimulou a economia através da industrialização e fomentou uma série de cooperativas e coletivos agrícolas. O ditador implacável promoveu uma série de perseguições aos seus rivais políticos aprisionando, exilando e torturando um número imenso de pessoas.

Saiba mais sobre o percurso de Stalin.

5. Augusto Pinochet (1915-2006)

Augusto Pinochet

O militar Augusto José Ramón Pinochet Ugarte assumiu o comando do Chile depois de liderar um golpe que tirou do poder o presidente Salvador Allende, eleito democraticamente pela Unidade Popular em setembro de 1970.

O golpe de Estado que levou ao assassinato de Allende aconteceu três anos mais tarde, em 1973, com o apoio dos Estados Unidos e levou Pinochet a ficar no comando do país por dezessete anos (entre 1973 e 1990). Ele foi Chefe Supremo da Nação (1974-1981) e depois se autoproclamou presidente (1981-1990). 

O ditador começou a carreira militar como Tenente de Infantaria (1936) e acabou por alcançar a patente de General (1969), tendo alcançado a chefia do Estado Maior do Exército.

Seu governo foi marcado por uma forte repressão, com direto à tortura e assassinatos, e pela centralização do poder.

Desvende a biografia de Augusto Pinochet.

6. Saddam Hussein (1937-2006)

Saddam Hussein

Saddam esteve a frente do Iraque entre 1979 a 2003. Faça as contas e chegará a um número impressionante: foram 24 anos impondo a força sobre o seu país!

Filho de agricultores pobres, o militar acabou sendo criado por um tio materno.

Desconfiado, quando finalmente alcançou o poder que tanto desejava, perseguiu e atacou membros do seu próprio governo quando duvidava da lealdade.

Belicoso, Saddam usou armas químicas durante a rebelião Curda (no norte do Iraque), durante os anos 80 e, não satisfeito em submeter a violência seu próprio país, invadiu os vizinhos Irã e Kuwait.

Condenado por violação de direitos humanos e guerra contra a humanidade, Saddam foi condenado à forca e teve a sua pena cumprida em dezembro de 2006.

Confira a trajetória de Saddam Hussein.

7. Mao Tsé-Tung (1893-1976)

Mao Tsé-Tung

Líder comunista e revolucionário chinês, Mao Tsé-Tung foi o organizador da primeira guerrilha comunista na China. Além de fundar a República Popular da China, ele esteve a frente do poder durante 27 anos (de 1949 a 1976).

Filho de camponeses pobres, precisou abandonar os estudos para trabalhar. Quando pode voltar ao aprendizado formal, formou-se e virou diretor de uma escola. Mais tarde, por identificar-se com o socialismo, alistou-se no exército revolucionário que veio a derrubar a dinastia Manchu.

Mao Tsé-Tung teve um governo caracterizado especialmente pelo culto à sua personalidade e pela propagação dos ideias comunistas chineses (que acabaram por se distanciar dos ideais de Stalin). 

Quer saber mais a história do líder chinês? Então investigue a biografia de Mao Tsé-Tung.

8. Nicolás Maduro (1962)

 Nicolás Maduro

Ditador no comando do nosso país vizinho, a Venezuela, Nicolás Maduro Moros mantém um governo totalitarista de esquerda dando continuidade ao trabalho de Hugo Chávez.  

Maduro deu início a sua vida profissional como condutor de metrô em Caracas. Foi fundador do sindicato da classe, tornou-se líder trabalhista. Em 1998 foi eleito para a Câmara dos Deputados, no ano a seguir ingressou na Assembleia Nacional Constituinte, que chegou a presidir.

Com a doença de Chávez, Maduro, que era seu braço direito, conquistou a vice-presidência, depois a presidência interina até finalmente se assumir como presidente definitivo através de uma eleição extraordinária altamente questionada por órgãos internacionais. 

Seus anos no poder vêm sendo marcados por uma forte crise econômica e pela perseguição feroz a opositores políticos.

Desvende mais a fundo a biografia de Nicolás Maduro.

9. Francisco Franco (1892-1975) 

Francisco Franco

A ditadura espanhola foi tão violenta e tão ligada à essa figura acima que o período foi batizado em sua homenagem. O franquismo durou quase quarenta anos, até a morte do líder espanhol.

O percurso militar de Francisco começou na Academia de Infantaria de Toledo (1910) e treze anos mais tarde tornou-se tenente-coronel passando a comandar a Legião Espanhola. 

Conhecido como generalíssimo Francisco Franco, o ditador, tido como um herói de guerra, impôs sobre a Espanha um regime tão totalitário como aqueles vistos na Alemanha (sob o comando de Hitler) e na Itália (nas mãos de Mussolini), ambos seus aliados.

Perseguições, exílios e repressão marcaram o seu longo período no poder. O governo franquista promoveu também uma promoção do nacionalismo, do militarismo e do catolicismo. 

Desvende a biografia do espanhol Francisco Franco.

10. Fidel Castro (1926-2016)

Fidel Castro

Esse bateu praticamente todos os recordes de tempo no poder: foram 49 anos a frente do seu país. Fidel Alexandro Castro Ruz era filho de imigrantes espanhóis e proprietários rurais. 

Formado em direito, começou a defender de graça camponeses, prisioneiros políticos e operários. Líder do Movimento Nacionalista Revolucionário, os rebeldes lutaram durante dois anos até derrubarem o líder do governo Fulgêncio Batista, que fugiu para a República Dominicana.

Inicialmente, Fidel recebeu auxílio norte-americano para afastar Fulgêncio, mas, conforme o lado socialista do líder foi vindo à tona, os Estados Unidos romperam qualquer tipo de ligação com o líder. Fidel passou a ser apoiado então pela União Soviética.

Sob uma determinada perspectiva, o governo de Fidel foi responsável por uma série de melhorias na ilha (investiu na saúde, na educação, na pesquisa científica). Por outro lado, o governo foi extremamente repressor e torturou, apreendeu e exilou uma série de cidadãos que faziam frente ao regime. 

Conheça a biografia de Fidel Castro.

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Rebeca Fuks
Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).