Mao Tsé-Tung

Líder comunista chinês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Mao Tsé-Tung

Mao Tsé-Tung (1893-1976) foi um líder comunista e revolucionário chinês. Organizou a primeira guerrilha comunista na China, consolidou sua liderança e fundou a República Popular da China em 1949. Governou a China de 1949 a 1976.

Mao Tsé-Tung (Mao Zedong) nasceu na aldeia de Shaoshan, na província de Hunan, China, no dia 26 de dezembro de 1893. Era filho de um camponês que se tornou pequeno proprietário rural. Influenciado pela mãe seguiu a religião budista, que abandonou ainda na juventude.

Juventude e o Partido Comunista

Com 8 anos, Mao iniciou seus estudos na escola da aldeia onde aprendeu os valores confucionistas. Com 13 anos de idade, seu pai o levou para a fazenda quando teve que trabalhar na lavoura. Para fugir de um casamento arranjado, saiu de casa e voltou a estudar.

Em Changsha, capital da província de Hunan, pela primeira vez entrou em contato com as ideias políticas ocidentais e especialmente com as do líder nacionalista Sun Yat-Sem.

Em outubro de 1911 teve início a revolução contra a dinastia Manchu, e as lutas se estenderam até Hunan. Mao alistou-se no exército revolucionário e passou seis meses como soldado, até a queda da monarquia absolutista do Imperador Pu Yi, e o nascimento da nova República da China, em 1912.

Entre 1913 e 1918 prosseguiu os estudos na Escola Normal de Hunan, onde frequentou cursos de história, literatura e filosofia chinesa. Iniciou-se na atividade política, com participação em várias associações estudantis.

Em 1919 mudou-se para Pequim e durante seis meses trabalhou na biblioteca da Universidade de Pequim, onde conheceu Li Ta-chao e Chen Tu-hsiu, futuros fundadores do Partido Comunista Chinês.

Nesse período, Mao envolveu-se no “Movimento Quatro de Maio”, que protestava contra a decisão das potências ocidentais de entregar ao Japão territórios em Shandong que haviam estado em poder da Alemanha.

Em 1921, Mao participou da fundação do Partido Comunista Chinês (PCC), que no início aliou-se ao partido nacionalista, o Kuomintang, para combater s governos militares do Norte e do centro do país, no entanto, o líder nacionalista Chiang Kai-Shek, assumiu o poder e quase aniquilou os comunistas em 1927.

Com a aliança desfeita, os comunistas seguiram um caminho próprio com o objetivo de construir o socialismo na China. O PCC formou então as bases do “Exército Vermelho”, constituído principalmente por camponeses que atuavam em diferentes regiões da China, iniciando uma luta guerrilheira que se prolongaria por 22 anos.

Em 1928, em meio a essa guerrilha, Mao conheceu e se casou com He Zizhen, uma revolucionária de 18 anos, com quem teve seis filhos.

Em 1929, o Exército Vermelho já contava com 10 mil soldados e dominava a província de Kiangsi. Em 1931, a tropa já havia crescido para 300 mil pessoas. Em 1933, o Kuomintang, iniciou uma campanha para aniquilar o exército Vermelho e reprimir os comunistas.

A Grande Marcha

Em outubro de 1934, o assédio das tropas do governo tornou-se insuportável, o que fez Mao e seu exército se retirarem para o noroeste da China, iniciando a “Grande Marcha” durante a qual gradativamente se firmou como líder do Partido Comunista Chines.

O Exército Vermelho percorreu durante um ano, cerca de 10 mil quilômetros a pé, atravessando a China de sul a norte. Ao saírem de Kiangsi eram cerca de 100 mil pessoas.

O exército chegou a Shensi em outubro de 1935 com apenas 30 mil pessoas. Apesar das perdas, o movimento foi decisivo para a Revolução Chinesa.

República Popular da China

Em 1937, os japoneses que ocupavam a Manchúria, invadiram outros territórios da China, mas as regiões ocupadas foram libertadas pelo Exército Vermelho. Com a expulsão dos japoneses, ao final da Segunda Guerra Mundial, a “China Vermelha” de Mao Tsé-Tung avançou sobre a China Livre, até conquistar a vitória final em outubro de 1949 e instaurar a “República Popular da China”.

Mao Tsé-Tun

Pouco depois de assumir o comando, em 1950, Mao tratou de eliminar a oposição, espalhando o terror por todas as províncias, ao ordenar que suas tropas executassem qualquer suspeito de atividade anticomunista.

Em 1958 implantou o chamado “grande salto adiante”, um plano que pretendia promover o desenvolvimento econômico do país, mas que na prática causou uma grande fome, com um número estimado de 30 milhões de mortos.

Revolução Cultural

Outro período sombrio lançado por Mao foi a "Revolução Cultural", iniciada em 1966, com o objetivo de eliminar velhos e novos hábitos que não estivessem de acordo com as ideias do comunismo.

Mao se aliou aos jovens recrutados entre os estudantes os “Guardas Vermelhos”, que formaram unidades paramilitares e que ajudaram Mao a garantir o comando do país.

O grupo, que chegou a ter 11 milhões de integrantes, iniciou uma onda de vandalismo contra os monumentos históricos – que lembravam a antiga cultura chinesa, e perseguiram membros rivais do PCC, professores e pessoas acusadas de conservadorismo.

Seu governo foi marcado pelo culto à sua pessoa e às suas ideias, muitas delas reunidas numa coletânea que foi chamada de “Livro Vermelho”.

Os jovens, fundamentados no famoso “Livro Vermelho” cultuavam o líder e destruíram o trabalho intelectual de toda uma geração, e o número de assassinatos promovido pelos fanáticos seguidores da doutrina maoísta é incerto, uma vez que o governo chines proíbe qualquer investigação independente sobre o assunto.

A Revolução Cultural só foi encerrada no IX Congresso do Partido Comunista Chines, em abril de 1969. Mao continuou governando o país até a sua morte, o que abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping, que deu início ao processo de reformas econômicas.

Mao Tsé- Tung faleceu em 9 de setembro de 1976. Seus sucessores abandonaram progressivamente o ideário maoísta e dez anos depois, a China iniciou seu verdadeiro grande salto que faria o país atingir o atual status de potência mundial.

Mao escreveu alguns textos para propagar sua ideologia comunista, entre eles: “Sobre a Prática e Sobre a Contradição” (1937), “A Nova Democracia” (1940), “A Revolução Chinesa e o Partido Comunista Chinês” (1940).

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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