Marcelino Freire

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Marcelino Freire

Marcelino Freire (1967) é um escritor brasileiro. autor da obra "Contos Negreiros" que recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura em 2006.

Marcelino Juvêncio Freire nasceu na cidade de Sertânia, Pernambuco, no dia 20 de março de 1967. Dois anos depois sua família foi morar em Paulo Afonso, na Bahia, onde permaneceram durante seis anos.

Em 1975, retornaram para Pernambuco e se instalaram na cidade do Recife. Nessa época Marcelino começou a participar de grupos de teatro e de leitura de poesias.

Em 1981 escreveu sua primeira peça, O Reino dos Palhaços. Integrou o grupo Poetas Humanos, junto com outros artistas e escritores, entre eles, Pedro Paulo Rodrigues, Adrienne Myrtes e Denis Maerlant, o que foi muito importante para sua formação artística.

Durante a década de 1980, Marcelino trabalhou como bancário e iniciou o curso de Letras na Universidade Católica de Pernambuco, porém não concluiu a graduação. Em 1989 participou da Oficina Literária do escritor Raimundo Carreiro.

Carreira e obras

Em 1991, Marcelino Freitas mudou-se para a cidade de São Paulo. Em 1995 publicou de forma independente seu primeiro livro intitulado AcRústico, que reúne aforismos e contos sobre a sociedade contemporânea.

Em 1998 publicou o livro de aforismos EraOdito. Sobre a obra comentou: “Eu sempre quis escrever um livro assim, sem rumo e sem prosa, um livro em que eu só fizesse transcrever, transferir frases que não são minhas para o meu domínio – público e popular”.

Em 2002, publicou o livro de contos Angu de Sangue. Nesse mesmo ano, Marcelino Freitas idealizou e editou a “Coleção 5 Minutinhos”, inaugurando com ela o selo “EraOdito editOra”.

Ainda em 2002 lançou a segunda edição do livro EraOdito, onde acrescentou mais 37 frases além das 51 da primeira edição.

Em 2003 Marcelino lançou o livro de contos BaléRalé, composto por dezoito contos poéticos caracterizados pelo autor como “improvisos” onde explora elementos como a busca pelo interior das palavras, a mistura entre erudito e popular e uma prosa ágil, influenciada pelo maracatu e pelo cordel de Pernambuco.

Nesse mesmo ano, Marcelino Freire começou a coordenar oficinas de criação literária. Nesse mesmo ano, junto com outros escritores, editou a revista de prosa PS:SP.

Em 2004 organizou a antologia de micro contos Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século.

Contos Negreiros

Em 2005 publicou Contos Negreiros, que recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura, de 2006.

Contos Negreiros é uma obra de ficção que o autor apresenta temas delicados e polêmicos através de 16 narrativas de brasileiros miseráveis que vendem de tudo para sobreviver, como drogas, o corpo e até os órgãos.

Em 2006 ele publicou Rasif – Mar Que Arrebenta (2006). Nesse mesmo ano criou a “Balada Literária”, evento que, reúne escritores, nacionais e internacionais, no bairro paulistano da Vila Madalena. Lançou também os blogs “EraOdito” e “Ossos do Ofídio”.

Marcelino Freitas é um dos integrantes do coletivo EDITH, pelo qual lançou o livro de contos Amar É Crime (2011).

O escritor já marcou presença em antologias no Brasil e no Exterior, entre elas: “Geração 90” (2001), “Os Transgressores” (2003), “Je Suis Favela” (2011, França) e “Je Suis Toujours Favela” (2014, França).

Nossos Ossos

O primeiro romance de Marcelino Freire, Nossos Ossos, foi publicado em 2013. Nesse mesmo ano, o livro foi publicado na Argentina e na França.

A obra narra a história de Heleno, um dramaturgo que vive em São Paulo e, após presenciar a morte de um garoto de programa, se vê obrigado a entregar o corpo à mãe e ao pai do jovem.

A obra ganhou o Prêmio Machado de Assis, 2014, de Melhor Romance pela Biblioteca Nacional.

Nossos Ossos foi também um dos finalistas do Prêmio Jabuti de Literatura de 2014, na categoria romance.

Em 2016 foi lançado o livro “Olhar Paris”, organizado por Leonardo Tonus, que reúne contos, crônicas, poemas etc. de 21 autores, entre eles está Marcelino Freire.

Em 2018 Marcelino Freire lançou Bagageiro que reúne pequenas histórias denominadas pelo autor como “ensaios de ficção”, que tratam de temas sobre a escrita, a vida literária e não literária, o Brasil e o mundo, sempre com um humor sagaz e poético.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
Veja também as biografias de: