Stalin

Político soviético
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Stalin

Stalin (1878-1953) foi um político soviético, o líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, entre os anos de 1924 e 1953. Implantou o regime socialista, mais tarde batizado de Stalinismo.

Sob seu governo, a URSS transformou-se numa potência industrial e nuclear, determinou a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial e estendeu sua área de influencia à China e ao leste europeu.

Stalin, pseudônimo de Iosif Vissarionovitch Djugatchvili, também conhecido no Ocidente como Josef Stalin, nasceu em Gori, na Geórgia, então anexada à Rússia Imperial, no dia 18 de dezembro de 1878. Era filho de um sapateiro e de uma costureira.

Após os primeiros estudos na escola religiosa russo-ortodoxa de sua cidade natal, foi enviado para o Seminário Teológico na capital georgiana, de onde acabou expulso em 1899, acusado de subversão, pouco antes de se ordenar.

Luta revolucionária

Ao sair do seminário, Josef Stalin entrou imediatamente na luta revolucionária. Militante do movimento social-democrático, membro do comitê clandestino de Tiblissi, em 1902 foi preso e deportado para a Sibéria, de onde fugiu em 1904.

Em 1905 organizou uma greve geral em Baku e encontrou-se com Lenin no congresso do partido realizado na Finlândia.

stalin e lenin
Lenin e Stalin

Preso novamente, em 1908, Stalin foi levado para Vologda, de onde fugiu no ano seguinte. Seguiu para São Petersburgo, onde, em 1912, foi eleito membro do comitê central do já independente "Partido Comunista Bolchevique". Editou, por um breve período, o Pravda (Verdade), jornal partidário recém-fundado.

Em julho de 1913 foi preso novamente e levado para a Sibéria quando só foi libertado em março de 1917. Adotou o apelido de Stalin (homem de aço) nome por que ficaria conhecido pelo resto da vida.

Revolução Russa

Com a deflagração da Revolução de outubro de 1917, Stalin seguiu para São Petersburgo, centro dos acontecimentos, e reassumiu a direção do Pravda. Teve início sua rivalidade com Leon Trotsky, que desempenhara a seu lado importante papel na tomada do poder pelos bolcheviques, liderados por Lenin.

Stalin foi nomeado comissário das "Nacionalidades no Conselho dos Comissários do Povo", logo depois do movimento, com o fim de assegurar o controle de todos os povos antes dominados pelo império.

Em 1922 foi eleito secretário geral do Partido Comunista da União Soviética. No ano seguinte, no congresso do partido, atacou abertamente a tese de Trotsky sobre a “revolução permanente”.

Sucessor de Lenin

Após a morte de Lenin em 21 de janeiro de 1824, o poder soviético foi então disputado por Leon Trotsky, chefe do exército vermelho, e Stalin, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS).

Com o apoio dos presidentes dos sovietes de Leningrado (Zinoviev) e de Moscou (Kamenev), Stalin foi eleito sucessor do chefe da revolução.

O Stalinismo

Em 1927, Stalin implantou um regime totalitário que pregava a consolidação interna da revolução, a estruturação de um estado forte e a implantação do “socialismo num só país”, para depois tentar expandir a revolução para a Europa,

No Congresso do Partido Comunista da URSS, Stalin obrigou Trotsky a demitir-se do cargo de comissário da Guerra e deixar o país, exilando-se na Turquia. Afastou ainda da direção suprema do partido Zinoviev e Kamenev que se opunham à sua teoria.

Após obter o reconhecimento do regime por algumas nações, Stalin lançou o “Plano Quinquenal”, que criava metas que o país deveria alcançar a cada cinco anos. O primeiro plano lançado em 1928 tinha o objetivo de dar prioridade à indústria pesada e passar para o Estado o controle de toda a atividade econômica.

O grande esforço pela industrialização gerou milhões de empregos e aumentou a quantidade de proletariados, a população que mais apoiava o regime

Entre 1929 e 1930 voltou-se para a coletivização da agricultura, com a liquidação dos kulaks (camponeses ricos), que foram executados ou deportados em massa e suas propriedades rurais foram transformadas em fazendas coletivas estatais.

A fome se espalhou por diversas partes do país. Calcula-se que dez milhões de pessoas tenham morrido em consequência dessas políticas.

Em 1933 teve início o “Segundo Plano Quinquenal”, que dava prioridade à indústria leve (mobiliário, vestuário etc.)

No plano internacional, a URSS entrou para a Sociedade das Nações, e os comunistas de outros países foram aconselhados a formaram frentes populares com os social democratas e outros esquerdistas. Era o temor do fascismo e do nazismo em ascensão.

Stalin levou adiante uma intensa política de centralização do poder. Usando métodos de extrema violência, reafirmou sua autoridade ao afastar todos os potenciais opositores.

Em 1936, por ordem de Stalin, começaram os julgamentos, condenações, expulsões do partido e punições, em processos que ficaram conhecidos como “Expurgos de Moscou”.

Zinoviev e Kamenev foram condenados à morte, os novos homens de confiança de Stalin foram afastados e executados. As forças armadas não ficaram imunes, sendo fuzilados vários de seus principais dirigentes, sob a acusação de cumplicidade com o inimigo.

Segundo denúncias, as vítimas estimadas da repressão chegaram a dezenas de milhões.

Segunda Guerra Mundial

Cada vez mais preocupado com a ameaça nazista, Stalin assinou um tratado de assistência mútua com a França e 1935.

Em 23 de agosto de 1939, firmou com Adolf Hitler um pacto de não agressão que encorajou o ditador alemão a invadir a Polônia e iniciar a Segunda Guerra Mundial.

Pretendendo expandir suas fronteiras ocidentais, no mês seguinte, Stalin anexou o leste da Polônia, a Estônia, a Letônia e a Lituânia. Em 1940 ocupa partes da Finlândia e da Romênia. Seu objetivo era formar um cordão de isolamento cada vez maior entre a URSS e a Alemanha.

Em 1940, Trotsky, que estava exilado no México, mas continuava fazendo oposição ao governo stalinista, foi então assassinado a mando de Stalin.

No dia 22 de junho de 1941, a Alemanha quebrou o acordo o que forçou a URSS a se aliar a seus maiores rivais - Reino Unido e Estados Unidos – contra Hitler.

Em março de 1943, Stalin assumiu o comando supremo das forças armadas soviéticas, no posto de marechal, e impôs severas derrotas à Alemanha. Nesse mesmo ano, dissolveu o “Komintern”, a organização encarregada de fazer a ligação com os comunistas do mundo todo.

Participou de conferências com Franklin Delano Roosevelt e Winston Churchill, em Teerã (1943), Ialta (1945) e Potsdam (1945), estabelecendo as bases para o desfecho da guerra.

Stalin
Stalin, Roosevelt e Churchill (1943)

Em 8 de agosto, atendendo à insistência do então presidente Truman, em Potsdam, Stalin declara guerra ao Japão.

Guerra fria

No fim do conflito mundial, acentuou-se as divergências entre os ex-aliados o que deu início a Guerra Fria. Stalin passou a atacar os Estados Unidos como “imperialistas”.

Fortalecido, Stalin patrocinou a difusão do socialismo nos países da Europa Oriental e logo assumiu seu controle político.

Na década de 50, Stalin intensificou a propaganda pessoal em massa, mais tarde denunciada como “culto à personalidade”, uma vez que a vitória na guerra lhe trouxe grande popularidade.

As divergências entre as principais nações capitalistas e o grupo socialista liderado pela URSS persistiram até a morte de Stalin.

Morte

Stalin faleceu subitamente em Moscou, no dia 5 de março de 1953, de derrame cerebral. Sua morte era tão desejada que houve suspeitas, nunca comprovadas, de assassinato. Seu funeral contou com a presença de milhares de pessoas.

Seu sucessor foi Nikita Khrtchev, que denunciou publicamente as atrocidades cometidas por Stalin.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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