Deodoro da Fonseca

Político brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Deodoro da Fonseca

Deodoro da Fonseca (1827-1892) foi um político e militar brasileiro, o primeiro presidente do Brasil. Exerceu papel decisivo no movimento de 15 de novembro de 1889, quando proclamou a República.

Deodoro assumiu a chefia do governo provisório, convocou o Congresso Constituinte e, foi eleito indiretamente para presidente da República. Permaneceu no cargo por um curto período, entre 15 de janeiro de 1889 e 23 de novembro de 1891.

Manuel Deodoro da Fonseca nasceu na cidade de Alagoas, hoje Deodoro, no Estado de Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827. Filho do vereador e militar Manuel Mendes da Fonseca e de Rosa Maria Paulina da Fonseca, tinha sete irmãos e todos entraram para o Exército.

Carreira militar

Em 1843, Deodoro iniciou sua carreira no Colégio Militar no Rio de Janeiro, completando o curso de artilharia em 1847.

Em dezembro de 1848 Deodoro foi servir em Pernambuco onde se incorporou às forças imperiais sob o comando do general José Joaquim Coelho (Barão da Vitória). Em 1849, como segundo tenente, ajudou a abafar a Revolução Praieira (1848-1849). Promovido a segundo tenente, retornou à corte em 1852.

Em 1856, Deodoro voltou a servir em Pernambuco. Em seguida, foi promovido a Capitão e, nomeado para ajudante de ordens do presidente da Província de Mato Grosso. Em 1860, casou-se com Mariana Cecília de Souza Meireles, mas não teve filhos.

Guerra do Paraguai

Em 1864, Deodoro da Fonseca seguiu em um dos batalhões da brigada expedicionária ao rio da Prata. Em 1865 participou do cerco de Montevidéu e, depois da capitulação da capital uruguaia, partiu para a campanha do Paraguai.

Sob o comando do General Osório e em seguida do Duque de Caxias, Deodoro lutou durante seis anos no Uruguai e depois no Paraguai. Em 1870, retornou do Paraguai como herói, no posto de coronel, com medalhas conquistadas por atos de bravura.

Nesse período, abolicionistas e republicanos buscam a adesão do Exército. Os partidos oficiais também desejam o apoio militar. Em 1874, Deodoro foi promovido a Brigadeiro e em 1884 a Marechal de campo.

Em 1885, Deodoro foi nomeado vice-presidente da Província do Rio Grande do Sul. O objetivo era transformar Deodoro em um grande conservador e esteio militar do regime. Em 1886, o Barão de Lucena regressou à Corte e Deodoro assumiu a Presidência do Rio Grande.

Campanha Abolicionista

O movimento pela libertação definitiva dos escravos intensificou-se depois da Guerra do Paraguai, que terminou em 1870, na qual se destacou a participação gloriosa de milhares de negros que morreram em defesa da Pátria. O Exército assumiu a defesa da abolição e se negou a perseguir os negros que fugiam.

Proclamação da República

O ideal republicano já havia surgido no Brasil através de vários movimentos, tanto na colônia, com a Guerra dos Mascates, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, como no Império , com a Confederação do Equador, a Sabinada, a Guerra dos Farrapos e a Revolução Praieira. Mas foi a partir de 1870 que as ideias republicanas se propagaram rapidamente e várias províncias criaram os seus próprios partidos republicanos.

O Marechal Deodoro da Fonseca, o mais prestigiado oficial daquele momento, aceitou a chefia do "Partido Revolucionário Evolucionista", apoiado pela aristocracia cafeeira do Oeste Paulista e pelos militares do Exército, sob a condição de que o movimento ocorresse sem violência.

No dia 14 de novembro, com o objetivo de agitar os meios militares, o Major Solon espalhou o boato de que o governo havia mandado prender Deodoro e Benjamin Constant, professor da Escola Militar. Antes de amanhecer do dia 15 de novembro de 1889, as tropas revolucionárias, comandadas pelo marechal Deodoro da Fonseca, já tinham dominado as ruas da cidade do Rio de Janeiro.

Deodoro da Fonseca
Proclamação da República - tela de Benedito Calixto

Nesse mesmo dia, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi assinado um manifesto que decretou o fim da monarquia e, os republicanos tomaram o poder.

Governo Provisório

Deodoro da Fonseca assumiu imediatamente o governo provisório, devendo permanecer no cargo até que fosse elaborada uma nova Constituição. No dia seguinte à proclamação o primeiro Ministério da República foi formado e as primeiras medidas estabelecidas.

No dia 21 de dezembro de 1889, foi convocada a "Assembleia Constituinte", que deveria elaborar a primeira Constituição da República Brasileira, que só foi promulgada no dia 24 de fevereiro de 1891.

Primeiro Presidente da República

No dia 25 de fevereiro de 1891, dia seguinte à promulgação da Constituição foram eleitos pelo Congresso Nacional, o primeiro presidente do país, Deodoro da Fonseca e o vice Floriano Peixoto. A eleição indireta já estava determinada na Constituição;

No curto período em que esteve no poder, Deodoro governou com minoria parlamentar, pois o Legislativo era dominado pelas oligarquias estaduais que lhe faziam oposição. Diante das desavenças políticas entre o Executivo e o Legislativo, Deodoro ordenou ao chefe de seu ministério, o Barão de Lucena, que preparasse um decreto dissolvendo o Congresso, o que ocorreu em 3 de novembro de 1891.

O Exército e a Marinha protestaram. O almirante Custódio de Melo comandava os navios de guerra amotinados na baía da Guanabara e ameaçava bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse.

Diante da iminência de uma guerra civil, no dia 23 de novembro de 1891, Deodoro renunciou e entregou o poder ao vice-presidente Floriano Peixoto. Ao assinar o termo de renúncia disse: “Acabo de assinar a carta de alforria do derradeiro escravo do Brasil”.

Deodoro da Fonseca faleceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de agosto de 1892, nove meses depois de deixar a presidência.

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Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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