Floriano Peixoto

Ex-presidente do Brasil
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Floriano Peixoto

Floriano Peixoto (1839-1895) foi um político e militar brasileiro, o segundo presidente do Brasil. Ficou no poder de 23 de novembro de 1891 até 15 de novembro de 1894. Recebeu o cognome de “Marechal de Ferro” por debelar sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da república,

Floriano sucedeu ao também militar o presidente Deodoro da Fonseca. O período que vai de 1889 a 1894, ficou conhecido como "República da Espada", em virtude da condição militar dos dois primeiros presidentes do Brasil.

Floriano Vieira Peixoto nasceu na cidadezinha em Ipioca, Alagoas, no dia 30 de abril de 1839. Foi o quinto de dez filhos do lavrador Manuel Vieira de Araújo Peixoto e de Joaquina de Albuquerque Peixoto.

Foi criado pelo tio e padrinho, coronel José Vieira de Araújo Peixoto, na mansão do Engenho Riacho Grande. Cursou o primário em Maceió e aos 16 anos foi para o Colégio São Pedro de Alcântara no Rio de Janeiro.

Carreira Militar

Em 1857, Floriano Peixoto alistou-se no Exército. Em 1861 ingressou na Escola Militar. Em 1863 recebeu a patente de primeiro-tenente.

Em 12 de dezembro de 1864, estava servindo em Bagé, no Rio grande do Sul quando irrompeu a Guerra do Paraguai. Participou da retomada de Uruguaiana e de outras importantes ações militares, inclusive a batalha final em Cerro Corá, quando foi morto o presidente do Paraguai Francisco Solano López.

Floriano Peixoto
Guerra do Paraguai 

Terminada a guerra em 1 de março de 1870, Floriano recebeu a Medalha Geral da Campanha e diversas outras condecorações. Foi promovido a tenente-coronel e, em seguida concluiu o curso de ciências físicas e matemáticas, interrompido pela guerra.

Em 1872, Floriano voltou para Alagoas, onde reencontrou sua jovem prima Josina Peixoto, filha de seu tio e pai adotivo, Coronel José Vieira Peixoto. No dia 11 de maio do mesmo ano, foi realizado o casamento. Logo em seguida, Floriano assumiu a direção do Arsenal de Guerra de Pernambuco, depois, serviu em Alagoas e no Amazonas.

Em 1883, Floriano Peixoto foi promovido a brigadeiro. Em 1884 assumiu a presidência da província de Mato Grosso, cargo que ocupou por um ano. Depois de um breve afastamento, em 1889 foi designado para a 2ª. Brigada do Exército e nomeado ajudante general de campo, segundo posto depois de ministro da Guerra.

Vice-Presidente da República

Floriano Peixoto esteve distante das conspirações republicanas, porém o presidente Deodoro da Fonseca contava com sua solidariedade. A confirmação veio na noite de 15 de novembro de 1889, quando Floriano se recusou a cumprir ordens do visconde de Ouro Preto para dispersar os rebeldes reunidos no Campo de Santana.

Em 30 de janeiro de 1890, Floriano foi promovido a tenente-general, posto mais alto da carreira do Exército. Dois meses depois, o título foi substituído pelo nome de “Marechal”.

Ainda em 1890, Floriano Peixoto substituiu Benjamin Constant na pasta da Guerra. Foi candidato a primeiro vice-presidente da República e elegeu-se pelo Congresso Constituinte em 25 de fevereiro de 1891.

Presidente do Brasil

Com a renúncia de Deodoro da Fonseca, em 23 de novembro de 1891, Floriano Peixoto, então vice-presidente, assumiu a presidência da República apoiado por uma ala militar e pelas oligarquias estaduais, o que lhe dava uma força de poder que seu antecessor não possuía.

Ao assumir o poder, a primeira medida de Floriano foi revogar o ato de dissolução do Congresso e depor os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro.

Tomou medidas drásticas para combater os oposicionistas que exigiam novas eleições baseados no artigo da constituição que determinava a convocação de eleições em caso de vaga na presidência antes do período de dois anos de mandato.

Por não realizar novas eleições, Floriano enfrentou as revoltas dos fortes de Santa Cruz e de Lages, no Rio de Janeiro, e um manifesto de treze generais que exigiam novas eleições. Demonstrando uma evidente atitude de força, Floriano mandou fuzilar o cabeça da revolta do forte de Santa Cruz e exonerou os treze generais.

Em meio à agitação popular, no dia 10 de abril, Floriano baixou um decreto suspendendo por 72 horas as garantias constitucionais, decretando estado de sítio e, ordenou a prisão e exilo em massa, principalmente de políticos e jornalistas, entre eles José do Patrocínio.

Pressionado, o Congresso aprovou medida que legitimava o mandato presidencial até 15 de novembro de 1894 e Floriano decretou anistia geral.

Consolidação da República

O Presidente Floriano Peixoto teve ainda que enfrentar duas revoltas iniciadas em 1893: A Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro. Os dois movimentos acabaram por se unir, com o objetivo de depor o marechal e restaurar a monarquia.

Floriano Peixoto
Revolta da Armada - Rio de Janeiro

Floriano rejeitou a oferta de apoio naval estrangeiro e com a chegada da nova esquadra que comprou, começou a combater os rebeldes que se asilaram em navios portugueses, provocando uma questão diplomática com Portugal e o corte de relações com este país.

Com a deposição dos governos revolucionários do Paraná e Santa Catarina, e a violenta repressão aos rebeldes, com centenas de fuzilamentos, a revolução terminou e o Marechal de Ferro consolidou a República. Por debelar as sucessivas rebeliões, recebeu o cognome de Marechal de Ferro.

Enfrentando crises militares e financeiras, Floriano teve pouco tempo para administrar, mas foi no seu governo que foi criada a Prefeitura do então Distrito Federal. O prefeito Barata Ribeiro realizou grande obra de urbanização no Rio de Janeiro.

Foi também nessa época que se iniciaram os estudos para a transferência da capital brasileira para o planalto goiano, chegando-se a demarcar a área destinada ao futuro Distrito Federal.

Ao terminar o mandato, em 1894, magro e doente, Floriano não compareceu à solenidade de posse do novo presidente, Prudente de Morais, o primeiro presidente civil. Em seu nome, o cargo foi transmitido pelo ministro da justiça. Floriano seguiu para uma estação de repouso em Cambuquira, Minas Gerais, por recomendação médica.

Floriano Peixoto faleceu na fazenda de um amigo no distrito de Divisa (hoje Floriano) no município de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, no dia 29 de junho de 1895.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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