João Figueiredo

Ex-presidente do Brasil
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de João Figueiredo

João Figueiredo (1918-1999) foi presidente do Brasil, o último presidente da ditadura militar. Exerceu seu mandato entre 1979 e 1985, tendo como vice-presidente Aureliano Chaves.

João Batista de Oliveira Figueiredo nasceu no dia 15 de janeiro de 1918, no bairro de São Cristóvão na cidade do Rio de Janeiro. Filho do General Euclides de Oliveira Figueiredo e Valentina Figueiredo, mudou-se com a família para Alegrete no Rio Grande do Sul.

Depois de estudar no Colégio Nilo Peçanha, em 1927 matriculou-se como interno no Colégio Marista e dois anos mais tarde obteve o primeiro lugar em um concurso para o Colégio Militar.

Carreira Militar

No dia 9 de abril de 1935, João Batista foi para a Academia de Realengo de onde saiu como aspirante, em 1937, classificado em primeiro lugar.

Em 15 de janeiro de 1942, casou-se com Dulce Maria de Guimarães Castro, que conhecera no Bairro da Tijuca no Rio de Janeiro. Com ela teve dois filhos: Paulo Renato de Oliveira Figueiredo e João Batista Figueiredo Filho.

Em 1940 recebeu a patente de primeiro tenente, e em 1944 a patente de Capitão. Figueiredo destacou-se como Auxiliar de Equitação da Escola Militar de Realengo. Em 1952 foi promovido a Major. Por merecimento, em 1953 concluiu o curso da escola do Estado Maior do Exército.

Entre 1955 a 1957 participou da Missão Militar Brasileira no Paraguai. Em 1956 recebeu a medalha Marechal Hermes, por ter obtido o primeiro lugar nos três cursos da carreira: Escola Militar, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e Escola do Estado Maior do Exército.

Em 1958, João Batista Figueiredo alcançou a patente de tenente-coronel. Entre 1959 e 1960 trabalhou na terceira seção do Estado Maior do Exército. Em 1961 trabalhou na secretaria geral do Conselho de Segurança Nacional.

Em 1964, Figueiredo foi promovido a coronel e nomeado chefe da Agência do Serviço Nacional de Informações (SNI), no Rio de Janeiro. Em 1966 comandou a Força Pública de São Paulo, e em 1967, o Regimento de Cavalaria de Guardas do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1969, quando foi promovido a general de brigada.

João Batista Figueiredo foi chefe do Estado Maior do III Exército e, logo depois, chefiou o gabinete militar do presidente Emílio Garrastazu  Médici. Em 1974 foi promovido a general de divisão e assumiu a chefia do SNI, cargo que ocupou até 1978.

Presidente da República

Nas eleições legislativas de 1978, fundamentais para a definição do Colégio Eleitoral que escolheria o sucessor do presidente Ernesto Geisel, MDB e Arena praticamente empataram em número de votos, mas o partido do governo conseguiu obter maioria nas duas casas do Congresso, além do controle sobre o Colégio Eleitoral que elegeu o presidente João Batista Figueiredo.

Figueiredo assumiu em março de 1979 e deu prosseguimento ao já traçado processo de abertura política. No entanto, a inflação crescia assustadoramente e as greves operárias sacudiam o país, com destaque para as greves dos metalúrgicos da região do ABC paulista. O governo decretou intervenção nos sindicatos envolvidos e destituiu seus dirigentes.

No dia 28 de agosto de 1979, o governo sancionou a Lei da Anistia, que foi votada pelo Congresso. Em setembro começou a retornar do exílio líderes e militantes da oposição, entre eles, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Luís Carlos Prestes e Fernando Gabeira.

Em novembro de 1979 o governo começou a reforma partidária com a extinção do MDB e da Arena e implantou o pluripartidarismo. Surgiram assim, o PMDB, o PDT, o PT, todos de oposição, e o PDS, de apoio ao governo. Em 1980 foram restabelecidas as eleições diretas para governador, marcadas para 1982.

Entre 1980 e 1981, os grupos mais reacionários dentro das Forças Armadas, apelaram para o terrorismo, em uma série de atentados a bomba e sequestros. No dia 30 de abril de 1981, explodiram uma bomba no Rio Centro - centro de convenções do Rio de Janeiro, onde se realizava um grande festival de música em homenagem aos trabalhadores.

Economia

A gestão do presidente João Figueiredo ficou marcada pela grave crise econômica que abalou o Brasil e o mundo, com altas taxas de juros internacionais e pelo choque do petróleo em 1979.

A inflação passou dos 45% ao ano. A dívida externa cresceu e pela primeira vez ultrapassou a marca de 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1982.

João Figueredo implantou um bem sucedido programa de modernização da agricultura e incentivou a construção de 3 bilhões de casas populares.

Só no último ano do governo Figueiredo o Brasil saiu da recessão e o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu um crescimento superior a 7%.

Sucessão

Em novembro de 1982 ocorreram eleições em todo o país e em todos os níveis, com exceção de eleições para presidente e para prefeito das capitais e das cidades consideradas pelo governo como primordiais para a segurança nacional.

Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas para presidente que ficou conhecida como "diretas já". Em pouco tempo, verdadeiras multidões tomaram as ruas das cidades, numa gigantesca mobilização popular.

Derrotada a campanha das diretas, a escolha do novo presidente se deu de forma indireta, pelo Colégio Eleitoral, que se reuniu em 15 de janeiro de 1985 e elegeu Tancredo Neves, como presidente. No entanto, Tancredo morreu antes de assumir o cargo e o vice, José Sarney, assumiu o poder, encerrando assim os dias da ditadura militar, devolvendo o poder nas mãos dos civis.

João Figueiredo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1999.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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