Ernesto Geisel

Ex-presidente do Brasil
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Ernesto Geisel

Ernesto Geisel (1908-1996) foi presidente do Brasil. Eleito pelo Congresso Nacional exerceu o cargo entre 15 de março de 1974 e 15 de março de 1979. Foi o quarto presidente do regime militar.

Ernesto Geisel deu os primeiros passos em direção à abertura democrática, com a chamada distensão lenta, segura e gradual.

Ernesto Geisel Beckmann nasceu em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, no dia 3 de agosto de 1908 Filho do imigrante alemão Wilhelm August Geisel, e da brasileira Lydia Beckmann, filha de alemães.

Carreira militar

Em 1921, Ernesto Geisel ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre. Aos 17 anos, iniciou sua carreira militar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Obteve diversas promoções por merecimento.  Em 1960, Geisel chegou a general-de-brigada e foi promovido a general-de-divisão no ano que começou o regime militar no Brasil.

Carreira política

A revolução de 1930 lançou o tenente Ernesto Geisel na política, e no ano seguinte foi nomeado secretário do Interior do Rio Grande do Norte e, em 1932 chegou a secretário da Fazenda, Agricultura e Obras Públicas da Paraíba.

Em 1961, quando exercia como general o comando da guarnição militar de Brasília, o presidente em exercício, Ranieri Mazzilli, nomeou-o chefe da casa Militar. Geisel teve papel importante nas negociações entre os ministros militares e o Congresso, o que resultou na implantação do sistema parlamentarista, como condição para a posse do vice-presidente João Goulart.

Geisel participou do movimento militar de 1964 e foi convidado pelo presidente Castelo Branco para a chefia da Casa Militar, posto que exerceu até os últimos meses desse governo. Foi depois ministro do Superior Tribunal Militar até 1969, quando recebeu o convite do presidente Costa e Silva para assumir a presidência da Petrobras.

Nesse cargo, Geisel consolidou sua reputação de administrador com a ampliação do campo de ação da empresa, que passou a ter maior participação no mercado distribuidor. Construiu novas refinarias e oleodutos. Ampliou a exploração da plataforma submarina, o que conduziu à descobertas de grandes jazidas de petróleo.

Geisel distinguiu-se também por conseguir acordos no exterior para a pesquisa e lavra de petróleo, realizados por outra empresa subsidiária, a Braspetro, que firou convênio com o Iraque, o Egito e o Equador.

Presidente da República

No dia 15 de janeiro de 1974, Geisel foi eleito presidente por um colégio eleitoral. No dia 15 de março, sucedeu a Emílio Garratazu Médici na presidência da República.

Ligado ao grupo da Escola Superior de Guerra assumiu o governo prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia. Em seus pronunciamentos usava a expressão “distensão lenta, segura e gradual”.

Mesmo lenta e controlada, havia sinais de que a abertura era para valer. Nas eleições para deputados e senadores de 1974, a oposição aglutinada no MDB obteve ampla vitória, principalmente nas grandes cidades.

Em outubro de 1975, o jornalista Wladmir Herzog foi encontrado enforcado nas dependências de um órgão ligado ao II Exército, sediado em São Paulo. Meses depois, o operário Manuel Fiel Filho morreu nas mesmas circunstâncias. O presidente tomou providências contra o que chamou de excessos. O comandante do II Exército foi demitido. Era uma derrota para a linha dura das Forças Armadas.

Porém, em fins de 1976 para evitar derrotas eleitorais da ARENA, o governo, através do Ministro da Justiça, Armando Falcão, proibiu a propaganda e o debate eleitoral no rádio e na televisão.

Em 1977, diante da recusa do MDB de aprovar uma reforma na Constituição proposta pelo governo, o presidente baixou um conjunto de medidas que ficou conhecido como “Pacote de Abril”. O Congresso foi fechado e o mandato do presidente da República, foi aumentado para seis anos. Estabeleceu-se que um terço do senado passaria a ser eleito de modo indireto.

Nas eleições de 1978 a oposição ganhou por milhões de votos à frente e clamou por uma Assembleia Nacional Constituinte como solução política para o país.

Entretanto, apesar dos poucos avanços no processo democrático e dos momentos de retrocesso, o governo do general Geisel passou para a história como o da distensão política, por sua pretensão de normalizar a vida política. Em seu governo revogou o AI-5 a partir de 1.º de janeiro de 1979.

Política econômica

Com o milagre econômico se esgotando, o governo Geisel aumentou a participação do estado na economia, graças à expansão das empresas estatais e ao planejamento econômico.

O governo deu continuidade a alguns projetos destinados a dotar o país de uma sólida infraestrutura, entre eles, a Ferrovia do Aço em Minas Gerais, o Programa Nacional do Álcool, o (Pro-álcool), criado em 1975 como alternativa para a gasolina, a construção de usinas nucleares para geração de energia e a construção da hidrelétrica de Tucuruí.

Esses projetos foram em geral muito criticados, por terem altos custos e serem executados em grande parte com dinheiro emprestado de bancos internacionais, o que alimentava cada vez mais a dívida externa do Brasil. De qualquer forma eles dotaram o país de uma base industrial capaz de produzir a maior parte dos bens necessários para a população.

Sucessão

Geisel escolheu como seu sucessor na Presidência da República o general João Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI). Eleito de forma indireta, Figueiredo assumiu o cargo em 15 de março de 1979.

Ernesto Geisel faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1996.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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