Benjamin Constant

Militar e político brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Benjamin Constant

Benjamin Constant (1833-1891) foi um militar, político e professor brasileiro, um dos fundadores da República. Foi também o grande divulgador do positivismo no Brasil.

Benjamin Constant Botelho de Magalhães nasceu em São Lourenço, Niterói, Rio de Janeiro, no dia 18 de outubro de 1833. Filho do português Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães, primeiro-tenente em Portugal, e da brasileira Bernardina Joaquina da Silva Guimarães, recebeu o mesmo nome do escritor francês.

Depois de tentar vários trabalhos, sem sucesso, seu pai foi convidado pelo Barão de Lage para administrar uma fazenda em Minas Gerais, mediante a divisão dos lucros.

Foram os melhores dias da infância de Benjamin, como descreve nos versos "Saudades da Infância". No dia 15 de outubro de 1849 falece Leopoldo deixando a viúva e cinco filhos pequenos.

Formação Militar

No dia 28 de fevereiro de 1852, Benjamin ingressou na Escola Militar, mas seu principal interesse era estudar matemática. Em maio de 1855 foi promovido a alferes. Em 1858, diante de uma rebeldia, foi preso na Fortaleza de Santa Cruz.

Em 1859 matriculou-se na Escola Central para estudar química, mineralogia e geologia. No fim do ano foi promovido a primeiro-tenente e bacharelou-se em ciências físicas e matemática.

Ainda em 1859, foi convidado pelo Governo para ser examinador de matemática dos candidatos ao curso superiores do Império, no Colégio Pedro II. Em 1861 entrou como praticante para o Observatório Astronômico do Rio de Janeiro, onde permaneceu durante cinco anos.

Casamento

Em agosto de 1862 foi nomeado professor de matemática do "Instituto dos Meninos Cegos", hoje "Instituto Benjamin Constant" Em 16 de abril de 1865 casa-se com Maria Joaquina da Costa, filha do diretor da instituição, Cláudio Luís da Costa, com quem teve quatro filhos.

benjamin constant
Instituto Benjamin Constant - Rio de Janeiro

Guerra do Paraguai

Benjamin Constant foi promovido a capitão em 22 de janeiro de 1866 e no dia 22 de agosto recebeu ordens para integrar as operações do Exército na Guerra do Paraguai.

No Paraguai realizou várias missões. Cuidou dos depósitos bélicos, construiu trincheiras e explorou, como engenheiro, o roteiro para as forças de Caxias seguirem.

Atacado por uma febre constante obteve uma licença e, depois de seis meses pediu dispensa do Exército, decidido a dedicar-se exclusivamente ao magistério, porém, seu pedido não foi aceito.

O Magistério e o Positivismo

Em 1869, Benjamin Constant voltou para o Instituto dos Meninos Cegos, agora na função de diretor. Cheio de ideias reformadoras fez um relatório das atividades da instituição, que foi discutido na Câmara. Foi acusado de subversivo, socialista e positivista.

Em 1871, um deputado conservador acusou-o de materialista e colocou no mesmo plano o positivismo e o Darwinismo, dizendo que o diretor do Instituto certamente aprovava os “tristes acontecimentos” da Comuna de Paris.

Em 1880, quando se criou  a Escola Normal, Benjamin foi nomeado professor de matemática, mecânica e astronomia e incumbido de dirigir o estabelecimento, onde permaneceu até agosto de 1889.

Manifestos contra o império

Em 1887, Benjamin fundou o Clube Militar, importante centro de propaganda republicana, do qual era o presidente. No dia 9 de novembro de 1889 presidiu a sessão em que foi decidida a queda monarquia.

Atuando junto ao Partido Republicano, garantiu o apoio de Deodoro da Fonseca. Proclamada a República, assumiu a pasta de “Ministro da Guerra” do Governo Provisório e em 1890 assume o posto de “General-de-brigada”.

Por discordar das ideias do presidente Deodoro da Fonseca, foi afastado do cargo e para ele foi criada a pasta da “Instrução Pública, Correios e Telégrafos”, onde permaneceu até 18 de janeiro de 1891, quando pediu demissão do cargo.

Benjamin Constant faleceu em Jurujuba, Niterói, no dia 18 de janeiro de 1891.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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