Fernando Collor

Político brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Fernando Collor

Fernando Collor (1949) é um político brasileiro. Foi o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois da ditadura militar. Foi o primeiro presidente do Brasil a sofrer um processo de impeachment após denúncias de corrução e crime de responsabilidade. Ficou conhecido pelo congelamento da conta poupança da população.

Fernando Collor de Mello nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto de 1949. Seu pai era o político alagoano Arnon Afonso de Farias Mello e sua mãe Leda Collor de Mello, filha de Lindolfo Collor, um dos articuladores da Revolução de 1930.

Fernando Collor fez seus estudos secundários em Brasília, e em 1972 formou-se em economia na Universidade Federal de Brasília.

Ainda em 1972, mudou-se para Maceió, onde dirigiu o jornal Gazeta de Alagoas. No ano seguinte, assumiu a superintendência da Organização Arnon de Mello, um complexo de comunicação de propriedade de sua família.

Carreira política

Fernando Collor iniciou sua carreira política em 1979, quando filiado a Arena, foi nomeado prefeito de Maceió, exercendo o cargo até 1982, quando foi eleito deputado federal por Alagoas pelo Partido Democrático Social (PDS).

Em 1986, Collor filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) sendo eleito governador do estado de Alagoas. No cargo, tornou-se conhecido nacionalmente pela campanha de “caça aos marajás”, como denominou aqueles funcionários públicos que recebiam salários exorbitantes.

Presidente da República (1990-1992)

Em fins de 1988, Collor lançou-se candidato à presidência da República por uma coligação liderada pelo Partido de Reconstrução Nacional (PRN), por ele criado. No dia 15 de novembro de 1989, venceu o primeiro turno seguido de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).

No segundo turno, em 17 de dezembro, color foi eleito com 42% dos votos, contra 37% do segundo colocado. Foi eleito presidente da república, pelo voto direto, o primeiro depois da ditadura militar que durou 20 anos.

Fernando Collor tomou posse em 15 de março de 1990.

Plano Collor I

Um dia depois de assumir a Presidência, Collor anunciou uma série de medidas que visavam reorganizar a economia nacional. Elaborado pela equipe da ministra Zélia Cardoso de Mello, O Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor I determinou:

  • A extinção do cruzado novo e a volta do cruzeiro como moeda nacional,
  • O bloqueio, por dezoito meses, dos depósitos em contas correntes e cadernetas de poupança que ultrapassassem os 50 mil cruzados novos,
  • O bloqueio, também por dezoito meses das demais aplicações financeiras, de cujo montante o investidor teria direito a resgatar apenas 20%,
  • O congelamento de preços e salários,
  • O fim de subsídios e incentivos fiscais,
  • O lançamento do Programa Nacional de Desestatização,

A extinção de vários órgãos do governo, entre eles, o Instituto do Açúcar e do Álcool, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste e o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS).

Plano Collor II

Menos de seis meses depois do Plano Collor I, o aumento da inflação levou o governo a elaborar novo pacote ou medida de impacto econômico: o Plano Collor II, que enfrentou forte oposição popular e empresarial. Assim como o primeiro, este também fracassou.

Em maio de 1991, o embaixador brasileiro em Washington, Marcílio Marques Moreira assumiu o ministério da Economia, que também não conseguiu acabar com a inflação.

O fim da era Collor

Em 1992, Pedro Collor, irmão do presidente, acusou a existência de tráfico de influências dentro do governo, intermediado pelo empresário Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Collor.

A repercussão das acusações pela imprensa resultou em uma indignação popular que se acentuou à medida que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) revelava as irregularidades do governo.

Depois de 84 dias de trabalho, a CPI esclareceu definitivamente o envolvimento de Collor com o esquema de tráfico de influências dirigido por Paulo César Farias. O relatório da Comissão colocou praticamente um ponto final no governo de Fernando Collor.

No dia 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados votou favoravelmente ao impeachment do presidente, que foi suspenso por 180 dias, até que o Senado ultimasse seu julgamento por crimes de responsabilidade.

O vice-presidente Itamar Franco assumiu interinamente a Presidência da República em 2 de outubro de 1992, sendo oficialmente levado ao poder em 29 de dezembro, quando Collor renunciou à presidência.  

O Senado votou favoravelmente ao impeachment e Collor foi proibido de exercer as funções políticas durante oito anos. Collor mudou-se para Miami, junto com Rosane, onde permaneceu durante vários anos.

Em 1995, o STF julgou Collor inocente, absorvendo-o das acusações que o levaram ao impedimento de suas funções políticas. Em 2007, Fernando Collor foi eleito Senador pelo estado de Alagoas para o mandato de oito anos, e em seguida foi reeleito para o mandato de 2015 - 2023.

Vida pessoal de Fernando Collor

Entre 1975 e 1981, Fernando Collor foi casado com Ceci Elizabeth Júlia Monteiro de Carvalho, conhecida como Lilibeth Monteiro de Carvalho, filha de Joaquim Monteiro de Carvalho do Grupo Monteiro Aranha, com quem teve dois filhos: Arnon Afonso de Mello Neto (1976) e Joaquim Pedro Monteiro de Carvalho Collor de Mello (1978).

Collor é pai de Fernando Collor de Mello Jamez Braz (1980), filho do relacionamento com Jucineide Brás e Silva. Fernando tornou-se vereador de Rio Largo, município do estado de Alagoas.

Em 1984, Collor casou-se com Rosane Brandão Malta, filha de políticos de Alagoas, que se tornou a primeira dama do país, quando Collor estava na presidência.

Em 2006, Collor casou-se com Caroline Medeiros, uma arquiteta alagoana, com quem teve duas filhas gêmeas, Cecile e Celine, nascidas em 2006.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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