Denis Diderot
Biografia de Denis Diderot
Denis Diderot (1713-1784) foi um filósofo, escritor e tradutor francês, um dos grandes pensadores do Iluminismo Francês e principal idealizador da Enciclopédia, um dos símbolos do Iluminismo, que preparou ideologicamente a Revolução Francesa.
Denis Diderot nasceu em Langres, na França, no dia 5 de outubro de 1713. Filho de um mestre de cutelaria recebeu boa educação. Estudou em colégio dos jesuítas, onde iniciou a carreira eclesiástica.
Em 1728, Diderot foi para Paris, e em 1732 recebeu o grau de mestre em Artes na Universidade de Paris. Ampliou sua formação estudando leis, literatura, filosofia e matemática.
Inicialmente, Diderot trabalhou como tradutor e escreveu sermões por encomenda. Frequentava os cafés parisienses onde conheceu pensadores iluministas como Étienne Condillac e Jean-Jacques Rousseau.
Contexto Histórico
Denis Diderot viveu na França do século XVIII, época em que o País atravessava transformações com a revolução intelectual denominada Iluminismo movimento político-filosófico que se caracterizou pela defesa dos direitos e da liberdade dos cidadãos.
Os filósofos, entre eles, Voltaire, Montesquieu e Rousseau, exaltavam a razão, dizendo que ela guia o homem para a sabedoria e desprezavam toda e qualquer crença de forma religiosa.
O principal instrumento de divulgação das ideias iluministas foram os livros, que se multiplicaram nesse período.
Enciclopédia
A partir de 1745, Diderot começou a trabalhar ao lado do matemático Jean Le Rond dAlembert, por encomenda do livreiro André LeBreton, na tradução da Cyclopaedia, do inglês Ephraim Chambers.
Ao realizar a tradução, Diderot teve a inspiração para criar uma grande Enciclopédia que fosse o veículo das novas ideias contra as forças, para ele reacionárias, da igreja e do estado, e que destacasse os princípios essenciais das artes e das ciências.
Diderot entregou-se à tarefa durante 16 anos, redigiu uma grande parte, mas sua tarefa foi, sobretudo, a de dirigir e supervisionar os trabalhos de 130 colaboradores, entre eles Montesquieu e Rousseau.
Apesar de enfrentar numerosas proibições e dificuldades, a Enciclopédia (Enciclopédia ou Dicionário Lógico das Ciências, Artes e Ofícios), composta de 17 volumes de textos e 11 volumes de desenhos, foi publicada entre 1751 e 1772.
A Enciclopédia, destinada a apresentar um panorama dos conhecimentos humanos naquele século, ávido de novidades, tornou-se um dos símbolos do Iluminismo e desempenhou papel destacado na criação do clima ideológico desencadeador da Revolução Francesa.
Pensamento de Diderot
Em 1746, Diderot publicou Pensamento Filosófico, uma formulação de objeções reacionárias contra a revelação sobrenatural. Em 1748 publicou Cartas Sobre os Cegos Para Uso Dos Que Enxergam. A tese do ensaio é a sujeição do homem aos seus cinco sentidos, o relativismo do conhecimento humano e a negação de qualquer fé transcendental.
Nas duas obras, Diderot expunha seu pensamento baseado no materialismo ateu que frisava o quanto o homem dependia de seus sentidos. As ordens religiosas se opuseram e Diderot foi preso, passando três meses na prisão.
Denis Diderot escreveu ainda as obras:
- As Joias Indiscretas (1748), livro de contos licenciosos.
- A Religiosa (1760),obra anticlerical que denunciava a vida dos conventos da época.
- O Sobrinho de Rameau (1762), obra escrita após uma crise religiosa.
- Jacques, o Fatalista e Seu Mestre (1773), obra que revela seu esforço por conjugar a filosofia materialista com a crença na liberdade humana.
Denis Diderot viveu seus últimos anos ajudado economicamente pela imperatriz Catarina II da Rússia, sua admiradora. Faleceu em Paris, França, no dia 31 de julho de 1784. Seus restos mortais encontram-se sepultados no Panteão de Paris.
Frases de Diderot
- "A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito."
- "Aquele que contigo fala dos defeitos dos demais, com os demais fala dos teus."
- "Perguntaram um dia a alguém se havia ateus verdadeiros. Você acredita, respondeu ele, que haja cristãos verdadeiros?"
- "Devem exigir que eu procure a verdade, não que a encontre."
- "Aquele que de algum modo condena o seu semelhante à felicidade - é feliz."
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