Jô Soares

Humorista e escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Jô Soares

Jô Soares (1938-2022) foi um humorista, entrevistador, escritor, dramaturgo, diretor teatral e artista plástico. O lado entrevistador do humorista teve início em 1988, no programa "Jô Soares Onze e Meia", no SBT, onde permaneceu até 1999. Entre 2000 e 2016 apresentou o "Programa do Jô" na TV Globo.

José Eugênio Soares, conhecido por Jô Soares, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de janeiro de 1938. Filho do empresário paraibano Orlando Soares e da dona de casa Mercedes Leal.

Jô teve uma educação refinada, estudou no Colégio São Bento no Rio de Janeiro e até a adolescência viveu nos Estados Unidos.

Posteriormente, Jô estudou em Lousanne, Suíça, para se preparar para a carreira diplomática, desejo que não se concretizou, porque seu dom humorístico o levou para outro lado.

Carreira artística

Em 1958, Jô trabalhou na TV Rio atuando em shows de comédia e escrevendo roteiros. Em 1959 estreou no filme “O Homem do Sputnik”, dirigido por Carlos Manga, no gênero comédia.

Tornou-se roteirista do programa Câmera Um, da TV Tupi. Nesse mesmo ano estreou no teatro, como o bispo, na peça “O Auto da Compadecida”. Passou a escrever para os programas humorísticos da TV Continental e atuava no Grande Teatro da TV Tupi.

Durante a década de 60, fez parte da equipe da TV Record, onde atuou nos programas humorísticos, “A Família Trapo” (1962), “Jô Show” (1965), “Praça da Alegria” (1967), “Quadra de Azes” (1969), entre outros.

Em 1970 Jô Soares foi contratado pela Rede Globo, onde participou de diversos programas, entre eles, “Faça Humor Não Faça Guerra” (1970), “Satiricon” (1973), “O Planeta dos Homens” (1976) e “Viva o Gordo” (1981).

Nessa época, Jô representou personagens marcantes, entre eles: “Francineide”, o mordomo “Gordon”, “Irmão Carmelo”, “Norminha” e “Capitão Gay”. Criou diversos bordões, entre eles: ”tem pai que é cego”, “cala a boca, Batista”, “a ignorância da juventude é um espanto”, “vai pra casa, Padilha” etc.

No fim da década de 80, Jô Soares foi contratado pelo SBT, quando no dia 17 de agosto 1988 estreou o programa “Viva o Gordo” e ganhou também o talk-show “Jô – Onze e Meia”, onde permaneceu até 30 de dezembro de 1999.

O artista que deu um tempo em sua carreira de humorista passou a se dedicar ao teatro, à música e à literatura. Nessa época escreve o livro “O Xangô de Baker Street” (1995) e “O Homem que Matou Getúlio Vargas” (1998).

No dia 03 de abril de 2000, Jô Soares retornou para a Rede Globo, para apresentar o programa de entrevistas intitulado “O Programa do Jô”. 

Durante as apresentações, Jô era acompanhado por um sexteto formado por Derico (sax), Bira (baixo), Miltinho (bateria), Tomati (guitarra), Chico Oliveira (trompete) e pelo maestro Osmar (teclados). 

No período de 16 anos do programa foram realizadas 14.426 entrevistas com diversas personalidades, entre elas, Pelé, Roberto Carlos, Hebe Camargo, Renato Aragão e Naomi Campbel.

No dia 16 de dezembro de 2016 o programa chegou ao fim. O último entrevistado foi o Cartunista Ziraldo. Muito emocionado, Jô agradeceu à sua equipe e ao público que o assistia com grande audiência.

Vida Pessoal

Jô Soares foi casado com a atriz Teresa Austregésilo entre 1959 e 1979. Em 1964 nasceu seu único filho, Rafael Soares, que era autista e faleceu em 31 de outubro de 2014.

Entre 1980 e 1983 Jô viveu com a atriz Silvia Bandeira, doze anos mais nova que ele. Entre 1987 e 1998 viveu com a designer gráfica Flávia Junqueira.

Jô é católico e devoto de Santa Rita de Cássia.

Além do português, Jô fala outros cinco idiomas, com diferentes níveis de fluência: inglês, francês, italiano, espanhol e alemão.

No dia 4 de agosto de 2016, Jô Soares foi eleito para a Academia Paulista de Letras para a cadeira n.º 33.

Jô Soares faleceu no dia 5 de agosto de 2022, aos 84 anos, após passar dias internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar de uma pneumonia.

Obras de Jô Soares

  • O Astronauta Sem Regime (1985)
  • Humor Nos Tempos de Collor (1992)
  • A Copa Que Ninguém Viu e Que Não Queremos Lembrar (1994)
  • O Xangô de Baker Street (1995)
  • O Homem Que Matou Getúlio Vargas (1998)
  • Twelve Fingers (2001)
  • Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (2005)
  • As Esganadas (2011)
  • O Livro de Jô: Uma Biografia Desautorizada (Matinas Suzuki e Jô, v. 1, 2017)
  • O Livro de Jô: Uma Biografia Desautorizada (Matinas Suzuki e Jô, v. 2, 2017)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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