Francisco Dias d'Ávila
Biografia de Francisco Dias d'Ávila
Francisco Dias d'Ávila foi um colonizador baiano, herdeiro da família que chegou à Bahia com Tomé de Souza. Seus domínios margeavam o rio São Francisco, estendendo-se para o norte pelos sertões de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.
Francisco Dias d'Ávila nasceu na Bahia, herdeiro de uma família que chegou ao Brasil com Tomé de Sousa. Filho de Diogo Dias e Isabel d'Ávila. Neto do português Garcia d'Ávilla. A família com a proteção de Tomé de Sousa, Governador Geral do Brasil, iniciou a criação de gado na península de Itapagipe, dirigindo-se em seguida para o litoral norte da Bahia, onde construiu uma casa fortificada que ficou conhecida como a Casa da Torre.
Francisco Dias d'Ávila, com o apoio das autoridades, reunia aventureiros, soldados e indígenas dominados, formando "exércitos", que marchavam pelo vale do Itapicuru na Bahia e em suas nascentes e se dirigiam para o rio Salitre, afluente do rio São Francisco, estabelecendo fazendas em uma enorme área que compreendia terras nas duas margens do rio.
As concessões de sesmarias eram conseguidas junto ao governo de Olinda para o chamado "sertão de fora", margem esquerda do rio São Francisco, e em Salvador, para as terras do "sertão de dentro", na margem direita. Seus domínios seguiam a margem do rio, desde a foz do Pajeú, seguindo para o norte pelos sertões da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, chegando a Lagoa de Paranaguá.
Para instalação das fazendas, os indígenas eram expulsos de suas terras e o gado passava a ocupar as pastagens. O índio não reconhecendo o direito de propriedade, caçavam não só os animais silvestre, como também os bois, cavalos bodes e porcos, dando motivo para que os fazendeiros atacassem as aldeias. Para justificar suas ações, os fazendeiros eram acompanhados de religiosos, alegando que era para evangelizá-los.
Os relatos de frei Martinho de Nantes, capuchinho francês, trazido pelos holandeses, que chegou ao Recife em 1671, descrevem o que presenciou nas ações de Francisco Dias d'Ávila para se apoderar das terras indígenas. O sentimento cristão e o poder de sacerdote de nada valia para impedir que as atrocidades fossem cometidas. Na Batalha de Salitre, travada em 1676, contou a situação de desespero que ficaram os indígenas, quando derrotados, tentaram atravessar o rio São Francisco, perderam suas armas e foram vítimas de matanças cruéis.
O procedimento de Francisco Dias d'Ávila e de seus seguidores, era comandado por uma grande matança de grupos indígenas. Um pequeno grupo era obrigado a se sedentarizar em aldeias perto das margens dos rios, onde era possível trabalhar na plantação para o próprio sustento e recrutados para atividades nos sítios e fazendas.
As Capitanias do Nordeste - Itamaracá, Paraíba, Rio Grande, Ceará e Piauí - eram dependentes da Capitania Geral de Pernambuco, até os últimos anos do século XVIII e a porção ocidental do São Francisco, denominada Comarca do Sertão, foi território de Pernambuco até 1824. Assim, Dias d'Ávila apesar de baiano, tinha grande influência em Pernambuco.