Mario Vargas Llosa

Escrito peruano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Mario Vargas Llosa

Mario Vargas Llosa (1936) é um escritor, jornalista, ensaísta, romancista e crítico literário peruano. Com a publicação do romance Batismo de Fogo (1963) se consagrou como uma das figuras mais importantes da literatura hispano-americana dos anos 60. Foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 2010.

Infância e Formação

Jorge Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa, no Peru, no dia 28 de março de 1936. Passou sua infância na cidade de Cochabamba na Bolívia, e nas cidades peruanas de Piura e Lima.

O divórcio e a posterior reconciliação de seus pais, o levou a frequentes mudanças de domicílio e de colégio. Entre os 14 e os 16 anos foi interno na Academia Militar de Lima. Pouco depois, ingressou na Universidade de San Marco em Lima, onde cursou Literatura. Para poder se manter nos estudos Vargas Llosa trabalhou como redator de notícias em uma emissora de rádio.

Carreira Literária

Entre 1956 e 1957, junto com Luis Loayza e Abelardo Oquedo, publicou o periódico “Cadernos de Composições”, e entre 1958 e 1959, a “Revista de Literatura”.

Com o lançamento dos periódicos e a publicação da coletânea de contos “Os Chefes”, Vargas Llosa tornou-se conhecido nos círculos literários.

Em 1959, Vargas Llosa mudou-se para Paris, onde começou a trabalhar como redator da agência de notícias Frances Press, na qual permaneceu até 1966.

A consagração de Vargas Llosa se deu com a publicação do romance “Batismo de Fogo” (1963), no qual descreve o ambiente opressivo do colégio militar de Lima, com base em experiência própria. Foi uma denúncia sobre a realidade política do Peru, país que vivia uma ditadura.

Temas semelhantes aparecem em “A Casa Verde” (1966), que recebe o Prêmio Rómulo Gallegos, e “Conversa de Catedral” (1969), obras que contribuíram para dar ao autor o reconhecimento internacional. Em 1967, Vargas Llosa mudou-se para Londres onde viveu três anos. Nesse período, lecionou na Queen Mary College.

Crítico Literário

Entre os trabalhos de Mario Vargas Llosa como crítico literário, se destacam os ensaios: “Garcia Márquez: história de un deicídio” (1971) e “La orgia perpétua: Flaubert y Madame Bovary” (1975).

Liberalismo

O ideário político de Mario Vargas Llosa passou por profundas modificações. Em sua juventude, rejeitou qualquer ditadura. Nos anos 60, deu total apoio à Revolução cubana de Che Guevara e Fidel Castro,  porém sua postura mudou chegando à ruptura definitiva com o governo de Fidel Castro.

Com o tempo, Mario Vargas Llosa acabou se convertendo em um firme defensor do liberalismo, mesmo sem renunciar os avanços sociais conseguidos pelo progressismo dos anos 80, chegando a participar ativamente da política de seu país.

Impulsionado pelo partido da Frente Democrática, cujo programa combinava o neoliberalismo com os interesses da oligarquia tradicional peruana, em 1990, Vargas Llosa se candidatou à presidência do Peru, chegando ao segundo turno, mas perdeu a eleição para Alberto Fujimori.

Nacionalidade Espanhola

Mario Vargas Llosa resolveu deixar o país e foi para a Espanha quando se dedicou por completo à literatura. Nessa época, publicou artigos em periódicos como El País, La Nación, Le Monde, The New York Times e El Nacional. Em 1993 obteve a nacionalidade espanhola, e em 1994 foi nomeado membro da Real Academia Espanhola.

Em 1993, Mario Vargas Llosa publicou “Peixe na Água”, livro de memórias em que traz um duplo relato: suas experiências na campanha presidencial de 1990 e sua infância até o momento em que decidiu partir para a Europa, para consagrar-se na literatura.

Prêmios de Mario Vargas Llosa

  • Príncipe das Astúrias de Literatura (1986)
  • Prêmio Miguel de Cervantes (1994)
  • Prêmio Nobel de Literatura (2010)

Frases de Mario Vargas Llosa

  • Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos
  • O esquartejamento da humanidade em blocos rigidamente diferenciados - como em ser negro, muçulmano, cristão, branco, budista, judeu etc - é perigoso porque estimula o fanatismo dos que se consideram superiores.
  • O mesmo continente que, por suas gigantescas desigualdades entre pobres e ricos, por seus governos ditatoriais e populistas, é a própria encarnação do subdesenvolvimento detém um alto coeficiente de originalidade literária e artística.
  • A comunidade internacional tem a obrigação de agir, pondo em ação todos os meios ao seu alcance para acabar com um regime que se transformou em risco para o resto do planeta.

Obras de Mario Vargas Llosa

  • Os Chefes (1959)
  • Batismo de Fogo (1963)
  • Conversa na Catedral (1969)
  • Tia Júlia e o Escrevinhador (1977)
  • O Falador (1988)
  • A Casa Verde (1996)
  • A Linguagem da Paixão (2000)
  • O Paraíso na Outra Esquina (2003)
  • Travessura da Menina Má (2006)
  • Sabres e Utopia (2009)
  • Os Chefes e os Filhotes (2010)
  • O Sonho do Celta (2010)
  • Conversa no Catedral (2013)
  • O Herói Discreto (2013)
  • A Civilização do Espetáculo (2013)
  • Cinco Esquinas (2016)
  • O Barco das Crianças (2016)
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.