Cornélio Penna

Escritor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Cornélio Penna

Cornélio Penna (1896-1956) foi um escritor brasileiro que se destacou no Segundo Tempo do Modernismo no Brasil. Desenvolveu também as atividades de pintor e gravador.

Cornélio Oliveira Penna nasceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 20 de fevereiro de 1896. Tinha um ano de idade quando a família se transferiu par Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, terra da família de seu pai

No ano seguinte ficou órfão de pai e com a mãe e os irmãos mudou-se para São Paulo. Em 1900 retornou para Itabira, onde ficou durante um ano, época de grande importância para seus futuros romances..

Em 1901 seguiu com a família para a cidade de Campinas, onde sofreu um acidente e perdeu a visão direita. Depois de fazer o primário em várias escolas, em 1910, ingressou no Ginásio Culto à Ciência. Nessa época, despertou seu interesse pela literatura e pela pintura.

Em 1913 seguiu para a capital paulista e em 1914 ingressou na Faculdade de Direito, período em que escreveu os seus primeiros ensaios literários que foram publicados em "O Floreal".

Em 1919, Cornélio Penna se formou em Direito. Em seguida foi morar no Rio de Janeiro onde começou a trabalhar na imprensa. Em seguida, conseguiu um emprego público, mas o abandonou em 1941.

Carreira de pintor

Em 1920, Cornélio Penna iniciou sua carreira de pintor. Ao realizar sua primeira exposição chegou a alcançar certa projeção. Desenvolveu atividades de gravador, ilustrador e desenhista trabalhando para diversos jornais.

Em 1935 encerrou a carreira de pintor por considerar seus trabalhos apenas uma “literatura desenhada”.

Carreira literária

Ainda em 1935, Cornélio Penna publicou seu primeiro romance Fronteira, que tem como ambiente a cidade de Itabira de Mato Dentro (embora não apresente a cidade pelo nome) no qual aparecem os cenários e a atmosfera da velha cidade do ferro, com suas ladeiras e casarios antigos.

Faz também referência a Maria Santa, figura estranha do lugar, que para os habitantes era revestida de uma áurea de santidade.

Profundamente introspectivo, tudo no romance decorre na fronteira entre o sonho e a realidade, entre o passado e o presente, entre o natural e o sobrenatural, entre a lucidez e a loucura.

Fora do caminho dos romances da época, a obra se constituiu um marco, um ponto de partida de uma nova linha do romance brasileiro.

Dentro da mesma corrente do primeiro romance, Cornélio Penna escreveu mais três romances de ficção:

  • Dois Romances de Nico Horta (1938)
  • Repouso (1948)
  • A Menina Morta (1954)

A obra A Menina Morta foi o mais importante de seus romances, recebeu o Prêmio Carmem Dolores Barbosa, de São Paulo. Bem menos estranhos que os anteriores, o enredo se desenrola em uma fazenda do Estado do Rio, ao tempo da escravidão. Com essa obra, Cornélio começou a despertar o interesse do leitor.

Como os personagens de seus próprios livros, Cornélio Penna era um homem de temperamento estranho e amigo da solidão. Quase sempre viveu ao lado da mãe, casando-se no ano da morte desta, em 1943, não deixando filhos.

Com o tempo, Cornélio afastou-se do ambiente literário, vivendo cada vez mais dentro de seu próprio mundo.

Cornélio Pena faleceu em Petrópolis, Rio de Janeiro, no dia 12 de fevereiro de 1958.

Em 1958 sua obra foi reunida em “Romances Completos de Cornélio Penna”, junto com os fragmentos de romance inacabado “Alma Branca”, e um caderno de reprodução de suas pinturas e desenhos.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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