Couto de Magalhães

Couto de Magalhães (1837-1898) foi um escritor e folclorista brasileiro. Foi o iniciador dos estudos folclóricos no Brasil com a publicação da obra "Os Selvagens", em 1876 e "Ensaios de Antropologia", em 1894. Foi também político, militar, etnólogo e geógrafo.

Couto de Magalhães nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia 1 de novembro de 1837. Era filho de Antônio Carlos de Magalhães, militar e comerciante de pedras preciosas, e de Tereza do Prado Couto Vieira, ambos descendentes de portugueses.

Formação

Em 1847 ingressou no Seminário de Mariana, Minas Gerais, centro de formação de boa parte da elite mineira. Foi aluno da Academia Militar do Rio de Janeiro e do curso de Artilharia de Campanha de Londres, Inglaterra.

Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1859 e doutorou-se em 1860. Falava inglês, francês, alemão, italiano e diversos dialetos indígenas. Estudou os costumes, a etnologia, o folclore a língua dos indígenas.

Carreira política

Couto de Magalhães foi secretário de Governador de Minas Gerais, Vicente Pires da Mata, entre 1860 e 1861. Durante o Segundo Reinado, foi governador da província de Goiás, de janeiro de 1863 a abril de 1864, do Pará entre julho de 1864 e 1866, de Mato Grosso, entre fevereiro de 1867 e abril de 1868.

Como general do Exército, tomou parte da campanha da Guerra do Paraguai, vencendo as batalhas em Alegrete e Corumbá.

Couto de Magalhães foi também governador da província de São Paulo, mas depois da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, ele retirou-se da vida política.

Explorador e estudioso 

Couto de Magalhães dedicou-se à exploração do Brasil desconhecido iniciando a navegação a vapor em direção ao Oeste. Explorou as duas grandes bacias do Amazonas e do Prata, facilitando o intercâmbio comercial com as nações vizinhas.

Estudou os costumes, a etnologia, o folclore e a língua dos indígenas, traçando para eles um plano de educação.

Obras de Couto de Magalhães

Couto de Magalhães publicou sua primeira obra em 1860, “Os Guaianás”, um romance histórico sobre a Revolta de Filipe dos Santos.

Em 1863 publicou “Viagem ao Araguaia”, onde narra com detalhes a viagem realizada na região do rio Araguaia.

Em 1876 publicou “Os Selvagens”, obra que relata sua relação com “os selvagens”, nome usado, naquela época, para se referir aos povos indígenas.

A obra que foi escrita a pedido de D. Pedro II para figurar na Exposição de Filadélfia em 1876, introduziu os estudos folclóricos no Brasil.

Couto de Magalhães é patrono da Cadeira n.º 31 da Academia Tocantinense de Letras, da Cadeira n.º 19 da Academia Mato-grossense de Letras e da Cadeira n.º 11 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Outra obra de grande importância publicada por Couto Magalhães foi “Ensaios de Antropologia” (1894).

Couto de Magalhães faleceu no Hotel Vista Alegre, no Rio de Janeiro, no dia 14 de setembro de 1898 em decorrência da Sífilis.