Ártemis

Deusa grega
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Ártemis

Ártemis foi uma deusa da mitologia grega, Diana para os romanos, foi deusa da caça e da vida selvagem. Tida como virgem e defensora da pureza, era também protetora das mulheres em trabalho de parto e estava ligada a ritos de fecundidade.

Embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava as forças da natureza e protegia as ninfas, os animais selvagens e o mundo vegetal.

Ártemis era filha de Zeus e de Leto, e irmã gêmea de Apolo. Ela nasceu na ilha de Delos (ou Ortygia). Conta a lenda que sua mãe procurou refúgio em uma ilha flutuante para dar à luz, pois Hera a esposa de Zeus proibiu Leto de ter seus filhos em qualquer terra firme.

Ártemis que nasceu antes de Apolo, ajudou sua mãe no trabalho de parto, e ficou horrorizada com o seu sofrimento. Mais tarde, pediu ao pai o privilégio de permanecer para sempre virgem.

Ártemis e a Religião na Grécia Antiga

A religião grega era politeísta. Os deuses gregos da Época Homérica (1.150 a.C.- até 800 a.C.) tinham forma humana, além de sentimentos, fraquezas e paixões. Existia a hierarquização e a divisão de função. Os deuses se diferenciavam dos homens por serem imortais.

Os deuses, senhores do Céu e da Terra, que os gregos supunham habitar no Olimpo, monte sagrado da Grécia, serviam de explicação para os fatos misteriosos do universo e para as fortes paixões humanas. Para obter as boas graças dessas criaturas poderosas, os gregos realizavam ritos e oferendas em santuários adequados.

O pai dos deuses era Zeus, o senhor todo poderoso do Céu e da Terra. Logo em seguida vinham Hera, sua irmã e mulher, Poseidon, Hefesto, Hermes,  Ares, Ártemis, Apolo (seu irmão e deus do Sol e protetor das artes), Atena, Héstia, Afrodite e Deméter.

Na escala mais baixa, situavam-se as divindades subalternas, que tinham a função de servir àqueles deuses mais importantes.

Culto a Ártemis

Quando tinha três anos, depois de ser ofendida pela madrasta, Ártemis sentou no colo do pai, e pediu a ele para lhe conceder seis desejos: manter-se sempre virgem, ter muitos nomes, ser a protetora da luz, ter arco e flecha, uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar e ter diversas ninfas, conhecidas como “as caçadoras de Ártemis”. Desejava governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.

Ártemis era cultuada sobretudo nas áreas rurais, na África enfatizou-se seu caráter de senhora das feras, na ilha de Eubéia foi considerada protetora dos rebanhos e no Peloponeso reconheceu-se seu domínio sobre o reino vegetal.

Acompanhada pelas ninfas e por diversos animais, Ártemis percorria selvas e montanhas. Tal como Apolo, a quem muitas vezes estava associada no mito e no culto, carregava o arco e suas flechas sempre certeiras.

Apesar de uma imagem protetora, Ártemis exibia facetas cruéis: matou o caçador Orion que tentou conquistá-la, condenou à morte a ninfa Calisto por deixar-se seduzir por Zeus, transformou Acteão em cervo para ser despedaçado por sua própria matilha e, com seu irmão Apolo (deus do Sol), exterminou os filhos de Níobe e Anfião, para vingar uma suposta afronta.

Representações de Ártemis

Ártemis teve diversas representações. As cópias de suas estátuas no "Templo em Éfeso", correspondem ao modelo das chamadas deusas mães e apresentam muitos seios, símbolo de fecundidade.

Ártemis
Ártemis no Templo de Éfeso

Na Grécia Clássica, Ártemis era representada com longa túnica e um arco e flecha, uma vez que era a deusa da caça.

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Ártemis na Grécia Clássica

Na Época Helenística era representada com uma túnica curta, segurando um filhote de cervo. Essa imagem foi também a mais comum em Roma, que identificou Ártemis com Diana.

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Ártemis na Época Helenística

Templo de Ártemis

O Templo de Ártemis, também conhecido como Templo de Diana, foi um dos maiores templos da antiguidade grega. Foi construído em Éfeso, cidade da Ásia Menor, às margens do mar Egeu.

A mais antiga edificação do Templo de Ártemis, em Éfeso, data do século X a.C. O templo foi reconstruído várias vezes depois de terremotos e incêndios. A reconstrução mais famosa foi realizada em 544 a.C. Media 129 metros de comprimento e era sustentado por 127 colunas em estilo jônico, todas com 18 metros de altura e um diâmetro de 2 metros.

Ártemis
Modelo do Templo de Ártemis

Em 354 a.C., exatamente em 7 de junho, o templo foi incendiado pelo grego Eróstrato que visava com isso passar seu nome para a História. Hoje existem apenas ruínas.

Ártemis
Ruínas do Templo de Ártemis

Hoje, o parque arqueológico de Éfeso está localizado na parte ocidental da Ásia Menor, na região de Anatólia, próximo ao Mar Egeu, na Turquia.

A cidade de Éfeso é citada muitas vezes na Bíblia, pois teve grande relevância para o Cristianismo, uma vez que o apostolo Paulo, em suas viagens missionárias, visitou a cidade nos anos 54 e 65, e o apóstolo João no ano 66.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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