Dilermando Reis

Músico brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Dilermando Reis

Dilermando Reis (1916-1977) foi um  violonista e compositor brasileiro. Em 1940 formou uma orquestra composta de 10 violonista, uma das primeiras do país. Acompanhou diversos cantores com apenas seu violão e em seguida fazia o solo da música.

Dilermando Reis nasceu Guaratinguetá, São Paulo, no dia 22 de setembro de 1916. Começou a estudar violão com o pai, o violonista Francisco Reis, ainda na infância. Em 1931, aos 15 anos de idade, já era conhecido como o melhor violonista de Guaratinguetá. Neste mesmo ano, conheceu o violonista Levino da Conceição, que se apresentava na cidade. Tornou-se seu aluno e passou a acompanhá-lo em suas excursões.

Carreira profissional

Em 1933 foi para o Rio de Janeiro, em companhia de Levino. Lá foi ao encontro do violonista João Pernambucano, amigo de Levino. Iniciou sua vida profissional aos 18 anos de idade. Atuou como instrumentista, professor de violão, compositor e arranjador. Naquela época as lojas de instrumentos musicais mantinham professores de música que ajudavam a aumentar a clientela. Deu aulas numa loja na rua Buenos Aires, depois fui apresentado por um aluno ao dono da loja "O Bandolim de Ouro".

Em 1935, passou a lecionar na loja "A Guitarra de Prata". Começou a acompanhar calouros na Rádio Guanabara. No intervalo de uma dessas apresentações, solava a valsa "Gota de Lágrima", de Mozart Bicalho quando o radialista Renato Murce ouviu e gostou. Levou o violonista para a Rádio Transmissora e deu-lhe um programa de solos de violão. O programa fez grande sucesso.

Em 1940, transferiu-se pra a Rádio Clube do Brasil. Nesse mesmo ano, formou uma orquestra composta de 10 violonistas, uma das primeiras do gênero. Atuou com êxito na Rádio Clube e também no Cassino da Urca. Em 1941, gravou seu primeiro disco pela Colúmbia, onde constavam a valsa "Noite de lua" e o choro "Magoado", um dos mais tocados.

Em 1944, Dilermando lançou o segundo disco, também com composições suas. Em 1946, lançou mais dois discos. Gravou pela primeira vez músicas de outro compositor. Encerrou a década de 1940, com um total de nove discos gravados. A década de 50, representou a consolidação e grande avanço na carreira do artista.

Em 1956, assinou contrato com a Rádio Nacional, com o programa "Sua Majestade, o Violão", nos primeiros anos apresentado por Oswaldo Sargentelli e posteriormente por César Ladeira. O programa tinha por prefixo a mazurca "Adelita", de Francisco Tárrega e se manteve no ar até 1969. Na década de 60, gravou vários discos. Em 1960, lançou "Melodias da Alvorada", em homenagem à nova capital do Brasil, com arranjos e regência de Radamés Gnattali.

De 1941 a 1962, lançou 34 discos de duas faces num total de 68 músicas, em 78 rotações. Dentre essas, 43 de sua autoria. Com o início da era do LP, Dilermando passou a gravar perfazendo um total de 35 LPs gravados em sua carreira. Os LPs, mostraram uma nova faceta do violonista: o acompanhamento de cantores com apenas um violão, que neste caso se caracterizava pela apresentação da canção, seguida de um solo de Dilermando. Nesse estilo de acompanhar, Dilermando fez um total de sete LPs com o cantor Francisco Petrônio.

Em 1970, Radamés Gnattali dedicou ao violonista o Concerto nº.1, gravado nesse mesmo ano. Como professor, ensinou a grandes violonistas dentre os quais Darci Vilaverde e Bola Sete. Foi também professor de Maristela Kubitscheck, filha do presidente Juscelino, de quem foi grande amigo e parceiro de serenatas. Essa amizade, aliás, valeu a Dilermando a nomeação para um cargo público, o que muito lhe aliviou as dificuldades financeiras.

Em alguns de seus LPs foi acompanhado pelos grandes violonistas Horondino Silva, o Dino Sete Cordas e Jaime Florence, o Meira. Além de sua vasta obra, Dilermando deixou inúmeros arranjos editados. Na década de 90, o violonista Genésio Nogueira iniciou uma coleção de LPs e CDs dedicados à obra do compositor.

Dilermando dos Santos Reis morreu no Rio de Janeiro, no dia 02 de janeiro de 1977.

Discografia de Dilermando Reis

  • Noite de lua e Magoado (1941)
  • Dança chinesa e Adeus de Pai João (1944)
  • Recordando e Saudade de um dia (1945)
  • Minha saudade e Rapsódia infantil (1945)
  • Noite de estrelas e Dedilhando (1946)
  • Adelita e Grajaú (1946)
  • Vê se te agrada e Dois destinos (1948)
  • Araguaia (1948)
  • Súplica e Tempo de criança (1949)
  • Flor de aguapé e Doutor sabe tudo (1949)
  • Alma sevilhana e Quando baila la muchacha (1950)
  • Xodó da baiana e Promessa (1951)
  • Cuidado com o velho e Vaidoso (1951)
  • Sentimental e Bingo (1951)
  • Sons de carrilhões e Abismo de rosas (1952)
  • Calanguinho e Penumbra (1953)
  • Alma nortista e Interrogando (1953)
  • Recordando a Malaguenha e Uma noite em Haifa (1954)
  • Eu amo Paris e Fingimento (1954)
  • Poema de Fibich e Barqueiro do Volga (1955)
  • Dois destinos e Vê se te agrada (1955)
  • Limpa banco e Sonhando com você (1955)
  • Rosita e Chuvisco (1955)
  • Tristesse - opus nº 3 e Adelita (1956)
  • Dilermando Reis (1956)
  • Sua majestade o violão (1956)
  • Se ela perguntar e Índia (1958)
  • Romance de amor e Pavana (1958
  • Abismo de rosas (1958)
  • Volta ao mundo com Dilermando Reis (1958)
  • La despedida (Chilena n° 1) e Ausência (1960)
  • Melodias da alvorada (1960)
  • Abismo de rosas (1960)
  • Uma valsa e dois amores e Marcha dos marinheiros (1961)
  • Soluços e Odeon (1961)
  • Oiá de Rosinha e Abandono (1962)
  • Pequena cantiga de Natal, Idealista, Felicidade, Ato de caridade (1962)
  • No tempo do vovô e Fingimento (1962)
  • L'arlequin de Toléde e Recordando a malagueña (1962)
  • Presença de Dilermando Reis (1962)
  • Uma voz e um violão - Francisco Petrônio e Dilermando Reis (1962)
  • Sons de carrilhões e Despertar da montanha (1963)
  • Gotas de lágrimas e Cisne Branco (1963)
  • Uma voz e um violão em serenata - volume 2 (1963)
  • Junto a teu coração (1964)
  • Meu amigo violão (1965)
  • Gotas de lágrimas (1965)
  • Sua Majestade, o Violão (1965)
  • Junto a teu coração (1965)
  • Subindo ao céu (1966)
  • Recordações (1967)
  • Saudade de Ouro Preto (1968)
  • Dilermando Reis (1968)e (1969)
  • Grand prix (1970)
  • Dilermando Reis (1970) e (1971)
  • Uma voz e um violão em serenata - volume 6 (1971)
  • Dilermando Reis Interpreta Pixinguinha (1972)
  • Homenagem a Ernesto Nazareth (1973)
  • Uma voz e um violão em serenata - vol 7 (1973)
  • O violão brasileiro de Dilermando Reis (1975)
  • Concerto nº1 para violão e orquestra (1976)
  • O melhor de Dilermando Reis (1977)
  • Dilermando Reis (1978)
  • Presença de Dilermando com Orquestra de Radamés (1978)
  • Dilermando Reis no Choro (1978)
  • Aplausos (1979)
  • Violão brasileiro (1986)
  • Dilermando Reis Interpreta Pixinguinha (1988)
  • Noite de estrelas (Revivendo)(2004) CD
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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