Mata Hari

Dançarina holandesa
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Mata Hari

Mata Hari (1876-1919) foi uma dançarina holandesa que brilhou na Europa no início do século XX. Acusada de espionagem em favor dos alemães, durante a Primeira Guerra Mundial, foi presa e fuzilada.

Margaretha Geertruida Zelle, conhecida como Mata Hari, nasceu em Leeuwarden, na Holanda, no dia 7 de agosto de 1876. Filha do comerciante holandês, Adam Zelle e de Antje van der Meulen levava uma vida de privilégios até os 13 anos quando seus pais se separaram. Após a morte de sua mãe, com 15 anos de idade, foi morar com seus padrinhos. Com 18 anos, ela respondeu a um anúncio do Capitão do exército colonial, John McLeod, 20 anos mais velho que ela, que convocado para o comando de um batalhão nas Índias Ocidentais Holandesas (hoje Indonésia), procurava uma esposa para acompanha-lo.

Os dois se casaram e logo se mudaram para Malanq, no leste da ilha de Java, levado o filho nascido em 1895. Em 1898 nasceu sua filha Jeanne-Louise. Em seus primeiros tempos em Java, Margaretha estudou as tradições indianas e se debruçou sobre os textos budistas, além de estudar dança. Com três anos de idade morreu seu filho, envenenado de forma misteriosa. O casamento fracassou. Margaretha sofria agressões do marido alcóolatra.

Depois que seu marido passou para os quadros da reserva, o casal voltou para a Holanda. No dia 30 de agosto de 1902 se separam e McLeod abandona a família. Sem recursos para sobreviver Margaretha vende alguns objetos da casa e refugia-se na casa de uma tia. Durante uma visita de Jeanne ao pai, MacLeod resolveu não mais devolvê-la para a mãe.

Em 1903, Mata Hari mudou-se para Paris, e começou a trabalhar em um circo. Logo, tornou-se uma profissional da “dança indiana” e se apresentava com o nome artístico de Mata Hari (sol, em malay). Logo, Mata Hari se tornou uma dançarina exótica conquistando fama e a admiração da elite europeia. Era convidada para se apresentar nas festas organizadas em luxuosas mansões. Com suas roupas exóticas e reveladoras, se apresentava coberta de seda transparente, um biquíni bordado de joias e alguns ornamentos nos braços e na cabeça. Rejeitava sua origem europeia, gostava de se passar por nativa das Índias Holandesas.

Em 1905 passou a morar em um hotel em Neuilly, oferecido por um rico industrial que lhe cobria de presentes. No dia 13 de março deste mesmo ano estreou no Musée Guimet. Em 1906 seu divórcio foi oficializado. Durante anos ela desfrutou do sucesso, mas em 1912, sua carreira começava a declinar. No início de 1914 ainda se apresentou no maior cassino de Berlim. Em agosto de 1914, com o desenrolar da Primeira Guerra, Mata Hari voltou para a Holanda, passando a viver discretamente em Amsterdã.

Conta-se que em maio de 1916, Mata Hari foi procurada por Karl Kramer, adido da imprensa da embaixada alemã em Haia, na Holanda. Teria ele lhe passado pequenas tarefas que ela poderia executar em Paris. A oferta do agente secreto lhe renderia 20 mil francos. D volta a Paris, com o codinome de H 21, Mata Hari entrou para a lista dos colaboradores do Serviço Secreto Alemão. Nesse período, virou cortesã, tendo como amantes diversos oficiais e políticos influentes. Tinha livre passagem por diversos países durante a guerra, razão pela qual levantou suspeitas do governo francês.

Em 1917, Mata Hari foi levada para a prisão de mulheres em Saint-Lazane, e interrogada durante meses. Nada foi provado contra ela, mas foi descoberto o pagamento dos 20 mil francos pelo agente alemão. A punição pela espionagem era a pena de morte. No dia 15 de outubro de 1917, sete meses depois de sua prisão, Mata Hari foi levada para um bosque em Vincennes, Paris, onde seria executada por 12 soldados da artilharia francesa. Depois de recusar a venda nos olho, teria dito: “Eu tenho orgulho do meu passado e não fui espiã, eu fui Mata Hari”.

Mata Hari faleceu em Vincennes, Paris, no dia 15 de outubro de 1917

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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