Matias de Albuquerque
Biografia de Matias de Albuquerque
Matias de Albuquerque (1595-1647) foi Governador Geral do Brasil e Governador da Capitania de Pernambuco. Recebeu o título de Conde de Alegrete.
Foi o grande herói da primeira invasão holandesa à Bahia, época em que Salvador era a sede do Governo Geral. Nomeado Governador Geral em 1624, comandou a expulsão dos invasores e iniciou a restauração das fortificações.
Matias de Albuquerque nasceu em Portugal, no ano de 1595. Era filho do segundo casamento de Jorge Coelho de Albuquerque. Irmão de Duarte Coelho de Albuquerque e neto de Duarte Coelho - o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco.
Em 1619, veio para Pernambuco, com a finalidade de administrar a Capitania de seu irmão, Duarte Coelho de Albuquerque, que casado com a filha do Conde de Basto, preferiu ficar na metrópole.
Governador da Capitania de Pernambuco
Ao chegar à cidade do Recife, Matias de Albuquerque enfrentou sérios problemas, como o ataque dos invasores franceses e dos holandeses, que tentavam fundar colônias no Brasil, com aventureiros, que aportavam à procura de fortuna fácil, e com a uma vida desregrada na nobreza e no clero.
Nessa época, a grande produção de açúcar e de outros produtos tropicais, cujo comércio era feito pelo porto do Recife, proporcionava o crescimento e a riqueza da capitania.
Governador Geral do Brasil
Em 1624 tropas holandesas invadiram a Bahia. Salvador era a sede do Governo Geral e dispunha de um porto aberto, de fácil acesso. A grande esquadra holandesa chegou ao porto fazendo com que a população fugisse para o interior.
O governador Diogo de Mendonça Furtado foi aprisionado e as cargas dos navios ancorados foram saqueadas e enviadas para a Holanda. No interior da capitania, foi organizada uma resistência sob o comando do bispo D. Marcos Teixeira.
Nessa época, Portugal estava sob o domínio espanhol e era governado pelo rei Filipe IV da Espanha, III de Portugal, que decidiu nomear Matias de Albuquerque para o cargo de "Governador Geral do Brasil", para suceder a D. Diogo de Mendonça Furtado.
Matias de Albuquerque foi orientado a não ir para Salvador e designou tropas organizadas em grupos de guerrilheiros para socorrê-la. Logo em seguida, uma esquadra espanhola com mais de cinquenta navios, chegou a Salvador.
Depois de 40 dias de batalha, o comandante holandês foi forçado a se render. No dia 30 de abril de 1625 os holandeses finalmente foram expulsos e Matias de Albuquerque seguiu para Lisboa
Invasão Holandesa em Pernambuco
Em 1629, Matias de Albuquerque ainda estava em Portugal, quando foi nomeado para superintendente da guerra e fortificador da capitania, pois a Holanda preparava uma grande invasão a Pernambuco.
No dia 12 de agosto de 1629, partiu de Lisboa, com poucos reforços, apenas uma única caravela com 27 soldados e alguma munição, devendo inspecionar uma longa costa e restaurar os fortes do litoral, além de fortificar a vila de Olinda e a povoação do Recife.
Matias de Albuquerque aportou no Recife no dia 18 de outubro de 1629. Logo reforçou o forte do rio Tapado, em Pau Amarelo, local esperado para o desembarque dos invasores, preparando a resistência ao avanço sobre Olinda. Instalou canhões ao longo da praia de Olinda e cercou o Recife com uma linha dupla de paliçadas.
No dia 14 de fevereiro de 1630 a Capitania de Pernambuco foi invadida pelos holandeses, que encontraram resistência em todo o trajeto, nas ladeiras de Olinda e no caminho para o Recife.
A superioridade bélica dos holandesa era de tal ordem que em poucos dias eles haviam conquistado a vila e o porto. Aos luso-brasileiros restou organizar a resistência no interior com o apoio da população.
Olinda incendiada
Matias de Albuquerque, após a perda de Olinda e Recife, estabeleceu-se no interior. Retirou-se com suas tropas para um lugar elevado, longe de Olinda e do Recife, que passou a se chamar Arraial do Bom Jesus (hoje Sítio da Trindade, na atual Estrada do Arraial), para organizar a resistência.
Procurou reunir tropas formadas tanto por soldados de linha como civis, incluindo negros e índios, entre eles, João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Filipe Camarão.
No dia 21 de setembro de 1631, o donatário Duarte de Albuquerque Coelho desembarcou na capitania de Pernambuco e encontrou uma situação crítica face à invasão holandesa, que continuaram avançando, tomaram a capitania de Itamaracá e iniciaram a construção do forte Orange.
Na impossibilidade de construírem um sistema de defesa eficiente em Olinda, em 24 de novembro de 1631, os holandeses incendiaram a cidade, então capital de Pernambuco e a uma das cidades mais ricas do Brasil, e se concentraram no Recife.
A situação foi agravada quando os holandeses receberam ajuda do traidor Domingos Fernandes Calabar, que em abril de 1632 passou-se para o exército inimigo.
Matias de Albuquerque manteve sob seu controle um porto, no sul do Cabo de Santo Agostinho, por onde recebia reforços e mantimentos, até que em 1635 o local caiu nas mãos dos invasores. No fim de cinco anos, os holandeses já dominavam o litoral desde o Rio Grande até Pernambuco.
Matias de Albuquerque, com aproximadamente oito mil pessoas, empreendeu uma retirada para Alagoas. Alguns reforços chegam da Espanha e também seu sucessor, D. Luiz de Rojas e Borja.
Prisão e morte
Em 1635, Matias de Albuquerque chegou em Portugal e encontrou um clima de insatisfação, pois parte da nobreza portuguesa não se conformava com a união pessoal da coroa portuguesa com a da Espanha, que após a morte de D. Henrique I, nomearam Filipe II da Espanha para rei de Portugal como D. Filipe I.
Os portugueses também estavam prejudicados com a guerra com a Holanda, pois anteriormente mantinham intenso comércio com ela e eram inimigos da Espanha.
Matias de Albuquerque foi acusado de incompetência por ter perdido o controle do território pernambucano. Foi submetido a julgamento e preso no castelo de São Jorge.
Em 1640, com a revolução que levou D. João IV ao trono e consagrou a independência e a soberania portuguesa, Matias de Albuquerque foi solto, recebeu honras e foi agraciado com o título de "Conde de Alegrete" e com o posto de comandante das armas da província de Alentejo.
Em 1644, depois de lutar na batalha de Montijo, casou-se com D. Izabel de Carmem, tendo deixado grande descendência.
Matias de Albuquerque faleceu em Lisboa, no dia 9 de junho de 1647. A invasão holandesa durou 24 anos (1630-1654) e as terras brasileiras só foram reconquistadas depois da saída do conde Maurício de Nassau, que havia de instalado no Recife e fundado a "Cidade Maurícia".
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