Duarte Coelho
Biografia de Duarte Coelho
Duarte Coelho (1485-1554) foi um navegador, fidalgo e militar português. Donatário da Capitania de Pernambuco. Iniciou a colonização em 1535 e fez de Pernambuco a capitania mais rica do país.
Duarte Coelho desembarcou às margens do canal de Santa Cruz e em seguida rumou para o continente onde fundou a vila de "São Cosme e Damião", hoje Igarassu, onde construiu a primeira igreja do Brasil.
Para expandir sua conquista, navegou para o sul e no alto de uma colina, nas proximidades do rio Beberibe, fundou o povoado que deu o nome de Olinda, que logo foi elevado à categoria de vila.
Duarte Coelho Pereira nasceu em Miragaia, Porto, Portugal, em data não conhecida. Filho do escrivão da Fazenda Real, Gonçalo Coelho, casou com Dona Brites de Albuquerque, da nobre família dos Albuquerque e irmã do administrador Jerônimo de Albuquerque.
Desde 1509, Portugal se dedicava às conquistas de terras da África e Ásia. Entre 1516 e 1517, Duarte Coelho exerceu a função de embaixador junto à corte do rei do Sião, hoje Tailândia. Realizou viagens no mar da China, para carregamento de especiarias. Navegou na costa africana para fiscalizar as fortificações portuguesas. Em 1531 comandou uma expedição para a Índia.
Em 1532 comandou a frota que percorreu o Oceano Atlântico, fiscalizando e combatendo os franceses que invadiam e fundavam feitorias no litoral do Brasil, pois o rei da França não reconhecia a validade do Tratado de Tordesilhas.
Em 1534, o rei de Portugal Dom João III resolveu povoar a nova colônia ou corria o risco de perdê-la para os invasores. A divisão do Brasil em capitanias se deu em 1534, seguindo os mesmos sistemas adotados em outras colônias.
Donatário da Capitania de Pernambuco
No dia 10 de março de 1534, o fidalgo e militar Duarte Coelho foi um dos primeiros a ser agraciado com terras no Brasil. Recebeu a capitania de Pernambuco, conforme Carta de Doação da Capitania de Pernambuco a Duarte Coelho Arquivo Nacional da Torre do Tombo Lisboa, Portugal.
Na carta estavam relacionados todos os direitos do donatário: podia delimitar terras para exercer a propriedade pessoal das mesmas, distribuir terras em sesmarias aos que o acompanhavam e tinham condições financeiras de explorá-las.
O donatário podia nomear autoridade para a capitania, fundar vilas, fundar cidades sobre o controle direto da Coroa, explorar a pesca e a passagem dos rios, ter direito a um percentual sobre a produção de pau-brasil e minérios que eram monopólio da Coroa.
Duarte Coelho chegou a Pernambuco no dia 9 de março de 1535. Trouxe sua mulher, Dona Brites de Albuquerque, o irmão desta, Jerônimo de Albuquerque, filhos, parentes, agregados, amigos, enfim, o séquito de um grande senhor da época.
Quando Duarte Coelho chegou, já encontrou povoamentos anteriores, originários de feitorias dedicadas à exploração de pau-brasil. A capitania abrangia os atuais estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e parte da Bahia.
Instalação das primeiras vilas
Duarte Coelho e sua comitiva se instalaram inicialmente nas margens do canal de Santa Cruz, mas parte da região era cercada de manguezais e bancos de areia que eram cobertos diariamente pela maré alta, imprestável para o desenvolvimento da agroindústria açucareira.
Com a ajuda de Jerônimo de Albuquerque, Duarte Coelho venceu os índios caetés que habitavam a região e em seguida, subiu o rio Igarassu até o ponto que era navegável e em 27 de setembro de 1535 fundou a vila de Santos Cosme e Damião, onde edificou a primeira igreja do Brasil.

A vila de Santo Cosme e Damião, hoje a cidade de Igarassu, foi a primeira vila criada em sua capitania e foi confiada ao colono André Gonçalves, que reuniu seus conterrâneos e amigos e iniciou a plantação de mantimentos, para depois iniciar a agricultura comercial.
O primeiro engenho da capitania de Pernambuco foi fundado em Igarassu e se chamava Engenho do Capitão, construído pelo Capitão Afonso Gonçalves a mando de Duarte Coelho, mas teve uma existência curta devido o ataque dos índios.
Para expandir sua conquista, dois anos depois, Duarte Coelho navegou para o sul e chegou à foz do rio Beberibe e, cerca de 10 quilômetros para o interior, em um morro com uma bela vista, conquistou terras dos índios caetés e fundou um povoado que recebeu o nome de Olinda.
Em 12 de março de 1537, Olinda foi elevada à categoria de vila e foi a sede da capitania de Pernambuco por quase três séculos, de 1537 a 1827. No alto da colina foi construída a igreja do Salvador, onde hoje se situa a Sé de Olinda.
Nessa época o Recife era uma povoação de pescadores com armazéns de açúcar e de seu porto saíam todas as mercadorias que eram levadas para Portugal.
Durante mais de dez anos Duarte Coelho teve dificuldade de consolidar o domínio da terra, pois a região era dominada pelos índios caetés. Depois do casamento de seu cunhado, Jerônimo de Albuquerque, com a índia tabajara, Muirá-Ubi, o donatário recebeu o apoio dos índios tabajaras, inimigos dos caetés.
Ao lado da luta contra os índios, teve que enfrentar também os franceses, os exploradores de pau-brasil e os degredados que não obedeciam às suas ordens.
O grande objetivo de Duarte Coelho era o de extrair alguma riqueza da terra. A exploração do pau-brasil, cujo comércio era monopólio da Coroa não constituía grande fonte de renda para o engrandecimento da capitania.
Produção de açúcar
Em uma carta ao rei, Duarte Coelho chama a atenção para a plantação de cana-de-açúcar, oriunda do mediterrâneo que estava sendo cultivada na Capitania de São Vicente, e também do algodão, natural da região.
Bem conceituado o donatário consegue créditos para implantar engenhos em sua capitania. Em 1542, Jerônimo de Albuquerque construiu na várzea do rio Beberibe, o primeiro engenho de Olinda, o de Nossa Senhora da Ajuda.
Com a dificuldade de mão de obra local, os índios não eram suficientes, Duarte Coelho solicita à Coroa, uma autorização para importar escravos africanos, uma vez que já era hábito o tráfico de escravos na Península Ibérica.
A expansão dos canaviais e a produção do açúcar nos engenhos serviu a atração para comerciantes e militares que pretendiam enriquecer. Vieram judeus, italianos, alemães e holandeses. Em 1550 a capitania já possuía cinco engenhos produzindo açúcar.
Em 1541 Duarte Coelho foi a Portugal buscar financiamento para seus empreendimentos. Em 1553 levou seus filhos Duarte e Jorge para estudarem no Reino. Sua esposa Dona Brites, assumiu o governo, com a ajuda de Jerônimo de Albuquerque.
Olinda prosperou, ganhou fama, que em 24 de novembro de 1550, quando foi criado um governo Geral no Brasil, com sede em Salvador, Pernambuco ficou fora da jurisdição do governador Tomé de Souza, pois Duarte Coelho não permitia interferência em sua administração.
Duarte Coelho faleceu em Portugal, no dia 7 de agosto de 1554. A administração da capitania permaneceu sob a administração de Dona Brites e de Jerônimo, até a maioridade dos filhos de Duarte Coelho.
Antes de falecer, Duarte Coelho legou a seu filho mais velho, Duarte Coelho de Albuquerque, uma capitania próspera que fazia sombra à da Bahia, sede do governador geral do Brasil.
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