Pero Lopes de Sousa

Pero Lopes de Sousa (1497-1539) foi um navegador português, responsável pelo Diário de Navegação da primeira expedição colonizadora de seu irmão Martim Afonso de Sousa, que veio para o Brasil em 1530. Teve grande participação na luta contra os franceses.

Pero Lopes de Sousa nasceu em Lisboa, Portugal, em 1497. De família nobre, era o irmão mais velho de Martim Afonso de Sousa, a quem acompanhou como imediato a bordo da nau Capitânia, na expedição enviada ao Brasil pelo rei D. João III em 1500

A famosa expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa no dia 3 de dezembro de 1530 e alcançou a costa brasileira na altura do cabo de Santo Agostinho, na região da futura capitania de Pernambuco, no dia 1 de janeiro de 1531.

As conquistas e as lutas com os franceses

Próximo à ilha de Santo Aleixo (no litoral do atual estado de Pernambuco), a expedição colonizadora encontrou dois navios franceses que contrabandeavam pau-brasil. Ao entrar em combate, venceu a luta e apossou-se dos navios inimigos. Prosseguindo pela costa brasileira, chegou ao estuário do rio da Prata, atingindo o território hoje pertencente à Argentina.

Na volta, Martim Afonso ficou em São Vicente, onde fundaria a vila e iniciaria a colonização da área, estabelecendo relações com João Ramalho, um náufrago ali residente, e iniciando o povoamento do território que depois lhe seria concedido pelo rei, como Capitania Hereditária.

Em 1532, Pero Lope de Sousa retornava para Portugal e navegando pela costa, chegou à ilha de Itamaracá, (no litoral de Pernambuco), onde pretendia passar alguns dias e depois iniciar a travessia do Atlântico.

Em Itamaracá teve grande surpresa ao saber que o francês Jean Duperret havia atacado a feitoria e dela se apossado, tendo feito uma grande coleta de produtos que foram enviados para a França pela nau Pereline. Depois, nas proximidades de Gibraltar a nau foi aprisionada pelos portugueses.

Em Itamaracá, Pero Lopes encontrou cerca de 70 franceses, chefiados por De La Motte. Os franceses foram atacados pelos homens de Pero Lopes, mas não reagiram e pediram como condição, a permissão para voltar para Europa.

Porém, vítima de um atentado, Pero Lopes exigiu que os franceses indicassem os autores. Não sendo atendido e descobrindo que eles estava desarmados, Pero Lope aprisionou os franceses e começou a enforcar um a um, inclusive o chefe francês. Só depois quando os responsáveis se apresentaram, ele suspendeu as execuções.

Dominada a situação, Pero Lopes passou o comando da feitoria a Francisco Braga e retornou à Europa, onde ficaria a serviço do rei, desempenhando tarefas no Mediterrâneo e no Oriente.

Diário de Navegação (1530-1532)

Pero Lopes de Sousa foi muito importante na história da colonização do Brasil não só por sua atuação, mas também pela autoria do Diário de Navegação da expedição de Martim Afonso de Sousa, um importante documento para a reconstituição da história de Pernambuco e da fundação das vilas de São Vicente e Piratininga.

A obra foi descoberta pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagem e publicada em Lisboa em 1839.

Últimos anos

Sem mais voltar para o Brasil, em 1534, Pero Lopes de Sousa recebeu em doação real, três lotes de terra: a capitania de Itamaracá, a de Santo Amaro e a de Sant’Ana em terras hoje de Pernambuco, São Paulo e Paraná, que foram administradas por prepostos.

Em 1539, em uma viagem no oceano Índico, na costa de Moçambique, quando comandava uma esquadra com cinco embarcações, foi atingido por uma tempestade e naufragou vindo a falecer