Américo Vespúcio

Navegador italiano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Américo Vespúcio

Américo Vespúcio (1451-1512) foi um mercador, navegador e cartógrafo italiano de grande importância para os descobrimentos, pois escrevia cartas a seus superiores descrevendo os lugares por onde passava.

O nome da América é uma homenagem ao navegador, o primeiro a constatar que as recém descobertas terras do Novo Mundo constituíam um continente e não parte da Ásia.

Américo Vespúcio nasceu em Florença, na Itália, no dia 9 de março de 1451. Era o terceiro filho do notário Anastácio Vespúcio e de Isabel Mimi.

Foi educado por seu tio, o dominicano Jorge Antônio Vespúcio, recebendo educação humanística. Esteve na França onde estudou Geografia, Astronomia e Cosmografia.

De volta à Florença, passou a prestar serviços para a família Médici, que em 1491 o mandou para Sevilha, Espanha, como ajudante de Giannotto Berardi, importante armador e fornecedor dos navios usados por Cristóvão Colombo.

Nessa época travou contato com Colombo e outros navegadores. Em 1496, com a morte de Berardi, Vespúcio assumiu a direção da firma, e mais tarde, estimulado por seu contato com os navegadores, decidiu participar das viagens de exploração às Índias.

Primeira viagem de Américo Vespúcio

No dia 18 de maio de 1499, Vespúcio partiu de Cádiz, na expedição de Alonso de Ojeda e Juan de la Cosa, com uma frota espanhola de quatro naus, que pretendiam seguir a rota da terceira viagem de Colombo.

Atravessaram o Atlântico e chegaram próximo à costa brasileira que seria mais tarde a atual Guiana Francesa. Após uma desavença, Ojeda e Vespúcio teriam se separado, ficando cada um no comando de duas naus.

Ojeda rumou para o norte e Vespúcio para o sul pela costa do Brasil. Avistou o estuário do rio Amazonas e foi até o cabo de Santo Agostinho, local que foi visitado no ano anterior por Vicente Pinzon, e que estaria mais tarde situado na capitania de Pernambuco

Em seguida, voltou para o norte, explorou a foz do rio Orinoco e a ilha de Trindade. Os dois navegantes voltaram a se encontrar no Haiti e regressaram à Espanha em junho de 1500.

Convencido até então de ter percorrido a península do extremo leste da Ásia descrita por Ptolomeu, Américo Vespúcio conseguiu que o rei D. Manuel I de Portugal financiasse nova expedição em busca de uma passagem para os mares da China.

Segunda viagem de Américo Vespúcio

Em uma segunda viagem, Américo Vespúcio seguiu na expedição comandada por Gonçalo Coelho que partiu de Lisboa no dia 13 de maio de 1501, chegando ao cabo Santo Agostinho em Pernambuco, no final do ano.

Velejando para o sul, esteve na foz do São Francisco, na Bahia de Todos os Santos e em outros pontos da costa que foram sendo batizados de acordo com o santo do dia do descobrimento.

No final do mesmo ano, avistou a baía de Guanabara e ultrapassou o estuário do rio da Prata. Foi o primeiro navegador a alcançar e registrar a costa meridional da Patagônia.

Américo Vespúcio
Gravura do livro Colombo e Vespúcio (1898) Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Em 1502 regressou a Portugal, convencido que havia percorrido a costa de um novo continente, pois seria impossível que a suposta península asiática se prolongasse de tal forma para o sul.

Em 1505 regressou para Sevilha. Foi nomeado piloto-mor da corte, ajudando na preparação de mapas oficias e rotas marítimas a partir dos dados fornecidos pelas expedições. Neste mesmo ano recebeu a cidadania espanhola.

Américo Vespúcio
Mapa mundial segundo Américo Vespúcio

Cartas de Américo Vespúcio

Vespúcio adquiriu fama graças a uma série de documentos escritos a respeito de suas viagens.

A primeira consiste em uma carta em italiano, datada de setembro de 1504, procedente de Lisboa, aparentemente endereçada ao magistrado supremo da República Florentina, Pier Soderini.

A segunda são duas versões latinas desta carta, publicadas sob os títulos de “Quattuor Americi Navigationes” e “Mundus Novus”.

Existem também três cartas particulares dirigidas à família Medici. Foi essa série de cartas, verdadeiras “crônicas de viagem”, embora cheias de fantasias, que deu maior notoriedade a Vespúcio.

O primeiro a sugerir a designação de América para o novo continente, em homenagem a Vespúcio, foi o humanista alemão Martin Waldseemüller, que em 1507 reeditou o relato “Quattuor Americi Vesputii Navigationes”, numa “Introdução à Cosmografia”.

Em 1509 o nome América apareceu no mapa-múndi impresso em Estrasburgo.

Américo Vespúcio faleceu em Sevilha, Espanha, no dia 22 de fevereiro de 1512.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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