Jorge Ben Jor

Cantor e compositor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Jorge Ben Jor

Jorge Bem Jor (1945) é um cantor e compositor brasileiro, autor de grandes sucessos como Chove Chuva, Mas, Que Nada, Cadê Teresa e País Tropical.

Jorge Bem Jor, nome artístico de Jorge Duílio Luna Meneses nasceu no bairro da Madureira, no Rio de Janeiro, no dia 29 de dezembro de 1945. Filho de Augusto Meneses, estivador, e de Sílvia Saint Ben Lima, africana, originária da Etiópia.

Infância e juventude

Jorge Bem passou sua infância no bairro do Rio Comprido. Estudou em um grupo escolar, próximo à sua casa. Concluiu o ginásio no Colégio Diocesano São José, dos Irmãos Maristas, onde cantava no coro da igreja.

O gosto pela música, Jorge herdou do pai, que tocava pandeiro no Bloco Cometa do Bispo, cantava e compunha para o carnaval. Ainda menino, Jorge Bem ganhou um pandeiro e fez parte do conjunto regional do bairro.

O desejo de Jorge Bem era jogar futebol. Terminado o ginásio, apresentou-se ao treinador do time infantil do Flamengo e, logo era o centroavante do time fazendo muitos gols.

Chamado para servir ao Exército, passou a integrar o Regimento de Cavalaria Mecanizada, onde também jogava futebol de salão. Seu time venceu um campeonato e Jorge ganhou sua primeira medalha.

Carreira Musical

Com 18 anos, Jorge ganhou de sua mãe seu primeiro violão, junto com um livro com aulas para principiantes. Cantava e tocava tudo que fazia sucesso, bossa nova, rock e twist, animando as festinhas dos amigos.

Nessa época, começou a frequentar o Beco das Garrafas e a frequentar o Little Club e o Bottle’s, reduto da Bossa nova, onde se apresentavam diversos cantores, entre eles, Sergio Mendes, Elis Regina e Wilson Simonal.

Os frequentadores do Beco das Garrafas estavam acostumados com o som dos conjuntos de Bossa Nova, e com a apresentação de Jorge Ben receberam o impacto do ritmo quente do seu violão, acompanhado pelo conjunto Copa Cinco.

Em 1963, o Tamba Trio incluiu em seu segundo LP “Mas, Que Nada”, música que já revelava sua marca característica, uma cadência da música que favorecia o poderoso embalo rítmico, forte de todas as suas composições.

Dois meses depois, Jorge Bem estava lançado seu primeiro disco pela Philips, um compacto com as músicas “Mas, Que Nada” e “Por Causa de Você, Menina”. Foram cem mil cópias vendidas e a consagração de Jorge Bem.

Ainda em 1963 Foi lançado o segundo disco, “Samba Esquema Novo”, com 12 músicas onde se destacaram “Chove Chuva” e “Por Causa de Você Menina”.

Nesse mesmo ano, Jorge Bem foi para São Paulo para cantar no Festival da Universidade Mackenzie. Logo conquistou o público com Mas, Que Nada e Chove Chuva.

Mas, Que Nada

Mas, que nada
Sai da minha frente
Eu quero passar
Pois o samba está animado
O que eu quero é sambar...

Chove Chuva

Chove chuva
Chove sem parar
Pois eu vou fazer uma prece
Pra Deus nosso senhor
Pra chuva parar
De molhar o meu divino amor...

Em 12 de julho de 1964, Jorge Bem se encontrou com Elis Regina, também formada no Beco das Garrafas, durante o show, “O Fino da Bossa”. Acompanhado pelo trio de Édson Machado, cantou Chove Chuva e Bicho do Mato.

Os espetáculos do Teatro Paramount transformaram-se em programa de televisão, comandado por Elis Regina, e Jorge estava sempre se apresentando.

Temporada nos Estados Unidos

Em 1966, o Ministério das Relações Exteriores convidou Jorge Bem para divulgar a música brasileira nos Estados Unidos, fazendo parte do conjunto “Brasil 66” liderado por Sérgio Mendes, seu antigo conhecido do Beco das Garrafas.

As músicas Mas, Que Nada e Chove Chuva, gravadas por Sérgio Mendes, fizeram grande sucesso nos Estados Unidos. Foram três meses de apresentações em clubes e universidades.

País Tropical

De volta ao Brasil, Jorge Bem passou a se apresentar na televisão nos programas de Roberto Carlos e de Elis Regina. Gravou três compactos, mas sem grande repercussão.

Mesmo sem as intenções revolucionárias de Caetano Veloso e Gilberto Gil, ele participava do Tropicalismo, mas se recusava a usar os camisolões como queria o empresário Guilherme Araújo.

No fim da década de 60, Jorge Bem lançou diversas músicas de grande sucesso, como, Cadê Teresa, Que Pena, Que Maravilha e País Tropical.

O Cantor e violonista Toquinho foi parceiro de Jorge Bem na música “Que Maravilha”, o responsável pelo requinte e elaboração melódica da canção, gravada em 2 de junho de 1969 e eleita a musica do ano por cronistas cariocas.

Que Maravilha

Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só para ver o meu amor.
Ela vem toda de branco, toda molhada e despenteada
Que maravilha
Que coisa linda que é o meu amor.
Por entre bancários, automóveis,
ruas e avenidas
Milhões de buzinas tocando sem cessar...

Em outubro de 1969 lançou País Tropical, uma gravação em que altera as divisões das frases musicais e lançou moda ao cortar a última sílaba das palavras, um de seus momentos de maior liberdade como intérprete:

País Tropical

Moro
Num país tropical
Abençoado por Deus,
E bonito por natureza (mas que beleza)
Em fevereiro (fevereiro)
Tem carnaval
Tenho um fusca e um violão...

Em 1989, Jorge Bem resolve mudar seu nome artístico para Jorge Bem Jor. Especulou-se que essa mudança seria baseada na numerologia.

Em 1995, Jorge Bem Jor lançou “Bem Jor World Dance”, que estourou nas paradas de dança com a música W/Brasil (Chama o Síndico). Em 2009 lançou “Salve Jorge”, onde reuniu músicas antigas e também inéditas.

Em 2018, dez anos depois lançou o single “São Valentin”, a canção é uma homenagem ao santo que dá nome ao dia dos namorados em vários países do mundo.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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