Marcel Proust

Romancista francês
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Marcel Proust

Marcel Proust (1871-1922) foi um romancista, ensaísta e crítico literário francês. Autor da obra-prima “Em Busca do Tempo Perdido” composta de sete volumes entre eles: “Sodoma e Gomorra” e “A Prisioneira”.

A obra narrada na primeira pessoa, foi escrita em forma de uma autobiografia imaginária em que tempo e espaço são eliminados no espírito, o qual reconstitui a experiência passada por meio das associações presentes.

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust nasceu em Auteuil, próximo de Paris, França, no dia 10 de julho de 1871. Era filho de Adrien Proust, de tradicional família católica, médico e professor da Faculdade de Medicina de Paris, e de Jeanne Weil, de origem judaica, natural da região francesa de Alsácia. Com uma saúde frágil, com nove anos sofreu seu primeiro ataque de asma.

Proust cursou o ensino secundário no Lycée Condorcet, onde logo mostrou sua vocação para as letras. Entre 1889 e 1990 cumpriu o serviço militar no Seguimento de Infantaria em Orleans. Em sua juventude levava uma vida mundana. Frequentou os salões da princesa Mathilde, de Madame Strauss e de Madame Caillavent, quando conheceu Charles Maurras, Anatole France e Léon Daudet, personagens importantes da época.

Carreira Literária

As primeiras experiências literárias de Marcel Proust datam de 1892, quando fundou com alguns amigos a revista “Le Banquet”. Colaborou com a Revue Blanche, época em que frequentava os salões aristocratas parisienses, cujos costumes lhe ofereciam material para sua obra literária.

Foi aluno da École Livre De Sciences Politiques, mas descartou a possibilidade de entrar para a carreira diplomática. Ingressou na Universidade de Sorbonne onde em 1895 concluiu o bacharelado em Artes. Trabalhou na Biblioteca de Mazarino de Paris, até decidir se dedicar à literatura.

Em 1896, Marcel Proust publicou “Os Prazeres e os Dias”, uma coleção de crônicas, poemas, contos e textos breves anteriormente divulgados em revistas literárias, com prefácio de Anatole France.

Entre 1896 e 1904, se dedicou a obra “Jean Santeuil”, mas que deixou inacabada. Trabalhou na tradução para o francês de La Bible d’Amiens e Sesamo et les Lys, do crítico de arte o inglês John Ruskin.

Em 1903, seu irmão casou-se e deixou a casa da família. Nesse mesmo ano, seu pai faleceu. Em 1905, depois da morte de sua mãe, Proust se sentiu solitário, doente e deprimido, mesmo tendo recebido uma valiosa herança.

Em Busca do Tempo Perdido

Marcel Proust decidiu se isolar do meio social e se dedicar à criação de sua obra-prima “Em Busca do Tempo Perdido”, que se tornou uma das obras mais importante da literatura mundial.

Os sete volumes da obra constituem um emaranhado complexo de personagens. A obra narra a vida de Marcel – o protagonista – em seu percurso para se tornar um escritor. Ao longo da trama, Proust faz reflexões sobre amor, arte e a passagem do tempo. A homossexualidade é termo recorrente na obra, principalmente em Sodoma e Gomorra.

O protagonista relembra toda a sua infância na cidade fictícia de Combray - um retrato da aldeia de Illiers onde Proust passou longos períodos de férias com sua família. (Por ocasião das comemorações do centenário de Proust, Illiers foi renomeada para Illiers-Combray).

A obra é composta de sete volumes:

  • No Caminho de Swann (1913) 
  • À Sombra das Raparigas em Flor (1919), que ganhou o Prêmio Goucourt 
  • O Caminho de Guermantes (1921) 
  • Sodoma e Gomorra (1922) 
  • A Prisioneira (1923),
  • A Fugitiva (1925)  
  • O Tempo Redescoberto (1927) 

Os três últimos livros foram publicados depois de sua morte, por seu irmão Robert.

O primeiro volume é dedicado à infância e adolescência do herói, Swann, um intelectual e amante atormentado. No segundo e no terceiro volumes o narrador descobre o mundo social, suas intrigas e afetações, primeiro entre jovens inexperientes e depois no círculo elegante dos Guermantes.

Sucedem-se as idealizações amorosas: Gilberte Swann Albertine e a duquesa de Guermantes. Sodoma e Gomorra fala do mundo secreto das ligações homossexuais, que fascina o narrador.

Os dois volumes seguintes são dedicados ao amor desmedido por Albertine, que lhe desperta ciúmes, é posta em reclusão e foge, até que, anos depois, o narrador tem notícias de sua morte.

No sétimo volume, o narrador volta a antigos ambientes e descobre que o tempo que parece perdido pode ser recuperado pela memória – tese central de toda obra.

A obra “Em Busca do Tempo Perdido” foi levada para o cinema: Em 1984, Volker Schlondörff lançou “Um Amor de Swann”, adaptado de um trecho do primeiro volume. Em 1999, Raúl Ruiz lançou “O Tempo Redescoberto”, com Catherine Deneuve e Marcello Mazzarella. Em 2000, a belga Chantal Akerman lançou “A Fugitiva”, adaptada do sexto livro.

Marcel Proust faleceu em Paris, França, no dia 18 de novembro de 1922, em consequência de uma asma crônica complicada por uma pneumonia.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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