Pablo Escobar

Narcotraficante colombiano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Pablo Escobar

Pablo Escobar foi um narcotraficante colombiano, chefe do Cartel de Medellín, uma organização criminosa sustentada pelo dinheiro do tráfico e responsável pelo fornecimento de 80% da cocaína que foi despejada em vários países entre os anos de 1980 e 1990.

O narcotraficante foi o criminoso mais procurado do mundo. Depois da sua morte, a família Escobar pediu asilo político na Argentina, onde acabou por se estabelecer. 

Pablo Emílio Escobar Gaviria, conhecido como Pablo Escobar, nasceu em Rionegro, Antioquía, Colômbia, no dia 1 de dezembro de 1949. Filho de um administrador de sítios e de uma professora rural, desde pequeno se envolveu com diversas atividades, como lavador de carros e ajudante em mercados, até chegar a guarda-costas.

O Cartel de Medellín

A vida de delinquente de Pablo começou com o roubo de carros e a venda de cigarros contrabandeados até se iniciar no tráfico de maconha e, finalmente, no de cocaína.

Em 1974 criou um negócio para a produção e distribuição de cocaína, que cresceu e se tornou uma violenta organização criminosa denominada “Cartel de Medellín”.

Em 1976, Escobar foi preso com 26 quilos de pasta de cocaína na fronteira da Colômbia, mas mesmo assim o seu caso foi arquivado, ele foi libertado, mas sua fama só cresceu.

O cartel de Medellín prosperou rapidamente e na década de 80 Pablo Escobar já era o responsável pelo fornecimento de 80% da cocaína despejada em vários países. Só para os Estados Unidos ele chegou a traficar 15 toneladas da droga por dia.

Os seus métodos para manter o negócio eram particularmente violentos. O seu lema era “plata o plomo” (prata ou chumbo). Estima-se que o traficante tenha se envolvido em pelo menos seis mil assassinatos, muitos cometidos com as próprias mãos.

Fortuna de Pablo Escobar

Com o dinheiro gerado pelo tráfico de drogas, Pablo Escobar tornou-se dono de uma considerável fortuna. O seu nome chegou a figurar durante sete anos na lista da Forbes, a partir de 1987, como um dos maiores bilionários do mundo. Em 1989 alcançou a sétima posição no ranking.

A estimativa é que a sua fortuna tenha alcançado a impressionante cifra de 30 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, durante os anos 80, o cartel de Medellín faturava 430 milhões de dólares por semana (ou 22 bilhões de dólares por ano). Durante o seu auge, o grupo levava todos os dias 15 toneladas de cocaína para os Estados Unidos.

Na fazenda “Nápoles” onde Escobar viveu no auge de sua vida como traficante, foi construído um zoológico com 1200 espécies de animais, um aeroporto, heliponto e 27 lagos artificiais. Escobar empregava 700 pessoas, possuía mais de 100 carros de todas as marcas e modelos, helicópteros e aviões.

Apesar de receber muito dinheiro, Pablo não era capaz de lavar a quantidade de notas que recebia e, por isso, as escondia na sua fazenda ou na casa de amigos. Estima-se que Escobar perdia 2,1 bilhões de dólares por ano com notas que se estragavam por conta da umidade ou dos ratos.

Influência política

Pablo Escobar financiava campanha de diversos políticos da Colômbia para adquirir mais poder e capacidade de manipulação. Formou um grupo político denominado “Civismo em Marcha”. Em 1982 foi eleito deputado suplente.

Homem do Povo

Mesmo envolvido em atividades ilícitas, Escobar fazia o papel de homem do povo, financiando o desenvolvimento de subúrbios de Medellín com a construção de conjuntos residenciais e campos de futebol.

Era frequente a distribuição de dinheiro para os pobres e a população coagida escondia das autoridades as atividades ilícitas comandadas por “El Patrón”.

Ameaça de extradição

Durante a presidência de Virgílio Barco (1986-1990), Escobar foi ameaçado de extradição para os Estados Unidos, junto com o chefe do Cartel de Cali.

A ameaça fez o cartel reagir violentamente com a explosão de bombas em diversas cidades para obrigar o governo de desistir da ideia. Vários atentados e assassinatos comoveram a opinião pública mundial.

Em 1989, um atentado contra a sede do Departamento Administrativo da Segurança Pública de Bogotá matou 70 pessoas. Em 1990, três candidatos à presidência da Colômbia foram mortos.

Em 1991, durante a presidência de Cesar Gaviria (1990-1994), foi aprovada uma lei que proibia a extradição de cidadãos colombianos. Diante da garantia jurídica e temendo por sua segurança, Escobar resolveu se entregar, na condição de construir sua própria prisão e ficar preso durante cinco anos.

A luxuosa prisão denominada “LA Catedral” foi erguida no município de Envigado. O local parecia mais um clube de férias, com campo de futebol, salão de jogos, de festas e uma academia. O local passou a ser palco de festas regadas a drogas, álcool e mulheres.

la catedral
La Catedral, a prisão construída por Pablo Escobar

Altamente equipada, La Catedral foi projetada para a segurança de Escobar, pois ele temia a invasão de facções rivais.

De dentro da prisão, Escobar continuava administrando seus negócios ilícitos. Os guardas eram fieis a ele e nada impediam. Porém, essa regalia não durou muito tempo.

Fuga e morte

No dia 22 de julho de 1992, depois de ser informado que o governo iria transferi-lo para outra prisão e temendo ser extraditado para os Estados Unidos, Escobar organizou uma fuga cinematográfica.

Ao lado de 12 comparsas, Pablo Escobar fez reféns, entre eles o vice-ministro da Justiça, Eduardo Mendoza e o diretor da prisão, o coronel Hernando Navas Rubio.

Durante mais de um ano de perseguições e oferta de recompensas, Escobar foi finalmente localizado em uma casa no bairro de América, em Medellín, onde vivia com a mulher e os dois filhos.

Ao tentar fugir, segundo a polícia, Escobar foi alvejado enquanto corria sobre o telhado da casa. Segundo seu filho, Escobar teria se suicidado, pois dizia sempre: “Eu tenho quinze tiros na minha pistola, catorze são para meus inimigos e o último é para mim”.

Pablo Escobar faleceu no dia 2 de dezembro de 1993. Na época, seu filho Juan Pablo tinha 16 anos e sua filha, Manuela, nove anos.

A família após a morte de Pablo Escobar

Na época da morte de Escobar, a viúva Victoria Eugenio e os filhos passaram um tempo em Moçambique e depois pediram exílio na Argentina, onde acabaram por se estabelecer.

Para levarem uma vida anônima, negociaram com as autoridades da Colômbia novas identidades para deixar o país. Mudaram os nomes para: Maria Isabel Santos Caballero, Juan Sebastián Marroquín Santos e Juana Marroquín.

A viúva já teve problemas com a justiça argentina em duas ocasiões tendo sido acusada de lavagem de dinheiro. Por uma das acusações ficou 18 meses presa. O filho, Juan, também foi detido na mesma ocasião e ficou um mês e meio na prisão em Buenos Aires.

Hoje, Juan é um arquiteto e escritor dedicado a pesquisar e escrever a vida de seu pai. Em 2015 lançou “Pablo Escobar – Meu Pai”.

Séries inspiradas na vida de Escobar

A vida de Pablo Escobar inspirou diversas produções audiovisuais. Em 2015, a Netflix lançou a série “Narcos”, com Vagner Moura no papel do traficante.

Também na plataforma de streaming é possível encontrar a série Pablo Escobar, el Patrón del Mal.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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