Ovídio
Biografia de Ovídio
Ovídio (43 a.C. 17) foi um poeta romano da antiguidade, um mestre da poesia latina. Ficou conhecido pela publicação de influentes obras, entre elas: Metamorfoses, Amores e A Arte de Amar.
Com seus versos cheios de suavidade e harmonia, Ovídio influenciou diversos artistas, como Dante, Chaucer, Milton e Shakespeare. Também inspirou Bernini na obra Apolo e Dafne.
Públio Ovídio Naso nasceu em Sulmo, atual Sulmona, em Abruzos, Itália, no dia 20 de março de 43 a.C. Criado em uma família abastada, foi enviado para Roma para estudar retórica. No curso que treinava o aluno para falar de improviso sobre qualquer assunto, Ovídio escolheu os temas éticos, propícios para considerações psicológicas e morais.
Seu pai desejava que Ovídio seguisse a carreira administrativa, mas uma viagem pela Grécia, Ásia Menor e Sicília, que percorreu ao lado de seu amigo Pompeu, levou-o a extasiar-se com as associações mitológicas entranhadas na paisagem helênica.
Carreira literária
De volta à Itália, Ovídio ocupou cargos oficiais secundários, até decidir se dedicar à poesia e à convivência com os poetas Propércio e Horácio. Não conheceu Virgílio nem Tibulo.
Nessa época, o panorama cultural na Roma do imperador Augusto refletia uma crescente dissociação entre literatura e realidade. Com Ovídio, teve início o domínio da poesia pela retórica. Instalado em Roma, Ovídio tornou-se um romano típico de seu tempo, hedonista complacente e um evasionista convicto.
Atraído pelos temas da moda, elaborou verso leves e bem construídos que fizeram dele o poeta favorito da sociedade mundana.
Por volta de 20 a.C. Ovídio começou a publicar sua primeira obra, Os Amores, poemas endereçados a uma Corina imaginária. Explorando com eloquência espirituosa os lugares comuns de aventuras eróticas, documenta as fases típicas de um caso característico.
Na obra A Arte de Amar, Ovídio elaborou um autêntico tratado sobre a sedução e o jogo amoroso. Sua concepção frívola e as vezes erótica do amor contrasta com a austeridade moral preconizada pelo imperador Augusto.
A doutrina do amor exposta nessa obra, foi apontada como uma das causas que fez o poeta cair em desgraça. Também são desse período: Heróides e Os Remédios do Amor.
Entre os anos 1 e 8 da era cristã, Ovídio dedicou-se às suas mais extensas e mais importantes obras. A primeira foi As Metamorfoses, poema narrativo em 15 livros, redigido em versos de seis sílabas, uma coletânea de lendas antigas, sobretudo gregas, em cada uma das quais ocorre alguma metamorfose.
Ao escrever Metamorfose, Ovídio fez do mito Apolo uma tragédia de abuso e perseguição. Na lenda, Apolo deus do sol, das artes, da medicina e profecia, entre os mais belos e influentes do Olimpo, se apaixona por Dafne, filha do deus Peneu, uma das ninfas mais bonitas e encantadoras da floresta, devota da deusa Ártemis e contrária à ideia do casamento algo que desagradava ao pai, que a achava bela demais para nunca casar.
Apolo, arrogante e prepotente com toda a sua habilidade no arco e flecha, provoca Cupido, que, em revanche, lança uma flecha de ouro em Apolo, atraindo o amor, e outra de chumbo em Dafne que, por sua vez, afasta o sentimento.
Completamente obcecado pela ninfa, o deus grego passou a importuná-la sem nenhum pudor. Descreve Ovídio: É por amor que te persigo! Espere, ninfa, filha de Pneu, eu te imploro! gritou Apolo. Mas Dafne nem olha para trás.
Depois de tanto fugir do homem, a mulher, privada de suas vontades, pediu ajuda ao pai para que ele destruísse sua própria beleza ou até sua vida. O pedido foi aceito e, assim que Apolo a alcançou, Dafne começou a se transformar em um nobre loureiro, com seus braços virando galhos, o cabelo, folhas, e seus pés, raízes. (O desespero da ninfa foi retratado pelo artista barroco italiano, Bernini).
Na obra seguinte predominam as lendas romanas: Os Fastos, são 12 livros dos quais se conservam seis dedicados cada um deles a um mês do ano, nos quais se comentam as festas romanas e suas origens lendárias.
Exílio
Quando Ovídio chegou ao auge do prestígio, foi mandado para o exílio, por Augusto, sob a acusação de imoralidade. No ano 8, Ovídio fixou-se em Tomos, pequena localidade à margem do mar Negro.
Do exílio, Ovídio enviou as elegias sentimentais: Os Tristes e Epístolas do Ponto, cartas a sua mulher, aos amigos, e ao imperador, que foram protestos da inocência e apelos comoventes, mas inúteis. Escreveu na mesma época Ibis, maldição dirigida a um inimigo não identificado.
A popularidade de Ovídio intensificou-se na Idade Média. Tornou-se um dos autores latinos mais lidos. Seus versos requintados visavam realizar, acima de tudo, a suavidade, o equilíbrio e a harmonia. O poeta exerceu grande influência na revitalização da poesia bucólica e mitológica do Renascimento, que teve nas Metamorfoses um dos seus modelos fundamentais.
Ovídio morreu em Tomos, atual Constança, na Romênia, no ano 17 da era cristã.
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