Tibério

Imperador romano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Tibério

Tibério (42 a. C. – 37) foi imperador romano entre 14 e 37 da Era Cristã. Foi o segundo representante da dinastia Júlio-Claudiana, sucedendo o imperador Augusto Foi durante seu governo que, na província romana da Judeia, Jesus foi crucificado.

O Império Romano foi governado por quatro dinastias, e em geral, o governo dos imperadores foi marcado por conspirações, perseguições, intrigas palacianas, ameaças, assassinatos, corrução e execução dos opositores.

Tibério Cláudio Nero nasceu em Roma, Itália, no dia 16 de novembro de 42 a. C. Seu pai Tibério Cláudio Nero era sumo sacerdote e magistrado. Foi capitão da frota do ditador Júlio César durante a República Romana. Sua mãe, Lívia Drusila era prima de seu pai.

Antecedentes e juventude

Quando Tibério nasceu, o mundo romano vivia sob o regime republicano e era governado pelo Segundo Triunvirato formado pelos oficiais Marco Antônio, Lépido e Caio Otávio.

Tibério passou a fazer parte da família de Caio Otávio quando estava com quatro anos uma vez que sua mãe, grávida de seu irmão Nero Cláudio Druso, separou-se de seu pai e casou-se com Otávio, que se encantou com a beleza de Lívia.

As disputas e rivalidades entre os oficiais, pela supremacia do poder, terminaram em 30 a.C. com a vitória de Otávio sobre Marco Antônio e Cleópatra. Em 27 a.C., Otávio foi legitimado pelo Senado e tornou-se o primeiro imperador romano recebendo o cognome de Augusto.

Tibério, seu irmão Nero Cláudio Druso e Marcelo, sobrinho de Otávio, foram educados para a carreira militar. Tibério fez brilhantes campanhas na Germânia, na Gália e na Armênia, que lhe garantiram apoio popular.

Após retornar para Roma, Tibério casou-se com Vipsânia Agripina, filha de Marco Agripa, general e amigo de Augusto.

Nessa época, Tibério foi nomeado pretor e enviado no comando de campanhas no Ocidente, ao lado de seu irmão. Na volta, em 13 a.C., Tibério foi designado Cônsul e nesse mesmo ano nasceu seu filho Júlio César Druso.

Exílio

Após a morte de Marco Agripa em 12 a.C., Tibério separou-se de Vipsânia, filha de Agripa, por ordem do imperador Augusto, e para assegurar sua possível ascensão ao trono imperial, casou-se com Júlia, filha de Augusto e viúva em terceiras núpcias de Agripa.

Seis anos depois, Tibério foi designado tribuno. Diante da vida libertina de sua mulher, e temeroso em denunciá-la a Augusto, Tibério decidiu deixar Júlia em Roma e se exilar em Rodes.

Enquanto Tibério esteve em Rodes, os filhos de Júlia, Caio César e Lúcio César, netos de Augusto estavam sendo preparados para sucedê-lo.

No entanto, a morte de Caio e de Lúcio, candidatos à sucessão ao trono, obrigou Augusto a reconhecer Tibério como seu único sucessor, para dar continuidade à dinastia Júlio-Claudiana.

Tibério foi adotado como filho e herdeiro do império, mas foi obrigado a adotar seu sobrinho Germânico Júlio César Claudiano, filho de seu irmão Nero Cláudio Druso, por ordem de Augusto.

Após uma série de novas vitórias na Germânia, Tibério tornou-se um dos principais colaboradores de Augusto e o segundo homem no poder em Roma.

Imperador Romano

Com a morte de Augusto, no ano 14, sem deixar filhos, Tibério foi aprovado pelo Senado, sem escolhas, recebendo o nome de "Tibério Júlio César Augusto" e começou a executar os planos deixados por seu antecessor.

Em seus primeiros anos de governo, Tibério regularizou a economia com medidas severas, reduzindo os gastos públicos e adotando uma administração eficiente. Assegurou as fronteiras por meio de uma política conservadora, consolidou as instituições e reduziu o poder do Senado.

As rebeliões foram reprimidas com considerável número de mortos. Ao ser informado que quatro judeus conspiravam para roubar o tesouro de uma mulher, Tibério mandou exilar toda a comunidade judaica de Roma.

A maioria dos crimes cometidos por cidadãos abastados eram, segundo o direito romano, punidos com pesadas multas e confiscos.

Nessa época, cresceu a prática de “delação”, uma vez que não existiam procuradores remunerados e qualquer cidadão poderia atuar como procurador e ao delatar algum roubo poderia receber parte dos bens confiscados.

No ano 18 faleceu Germânico César, deixando viúva Agripina com seus três filhos: Nero César, Druso César e Caio César (Calígula).

No ano 23, abalado pela morte misteriosa de seu filho Druso, Tibério delegou a sua autoridade a seus conselheiros, sobretudo a Lúcio Sejano, o prefeito da Guarda Pretoriana. A partir de então dedicou cada vez menos atenção ao império.

Reclusão em Capri e Morte

Com sua personalidade difícil, Tibério passou a perseguir todos aqueles que pudessem enfrentá-lo, gerando uma imagem de tirano, cruel e impiedoso.

No ano 27, temendo ser assassinado, Tibério retirou-se para a ilha de Capri, de onde governava por intermédio de Sejano. Na ilha, ele construiu sua residência, vilas, prisões e masmorras subterrâneas. Vivia cercado de guardas, artistas, astrólogos e filósofos.

Tibério
Ruínas da Villa Jovis, residência de Tibério na ilha de Capri, Itália

No ano 31, Tibério foi eleito Cônsul de Roma pela quinta vez. Deu permissão para Sejano se casar com Lívila, a viúva de seu filho. Porém, a ausência do imperador deu grande poder a Sejano, que usou sua posição para reprimir duramente seus inimigos políticos e de tramar a morte de Tibério, mas foi delatado, julgado, condenado à morte e estrangulado.

Para seu sucessor, Tibério adotou Caio César, filho de Agripina e de Germânico César, conhecido pelo apelido de “Calígula”. Em seu testamento delegou a Calígula e a seu neto Tibério Gemelo um governo conjunto.

Mesmo estando longe de Roma, e distante de seus deveres, Tibério deixou uma instituição imperial consolidada, com os cofres cheios e as províncias em paz.

Tibério faleceu em Miseno, Itália, no dia 16 de março de 37, durante uma das raras viagens ao continente. Imediatamente após a sua morte, Calígula assumiu o poder e assassinou Tibério Gemelo.

Curiosiidade

A atividade pública de Jesus Cristo, segundo o Evangelho de Lucas, iniciou-se no décimo quinto ano do reinado de Tibério. Nesse período, Jesus foi morto e crucificado.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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