Diocleciano

Imperador romano
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Diocleciano

Diocleciano (244-311) foi um imperador romano, governou entre 284 e 305. Realizou a mais sangrenta perseguição aos cristãos durante o Império Romano.

Diocleciano (Caio Aurélio Valério Diocleciano) nasceu perto de Saloma (atual Croácia), na costa da Dalmácia, no ano de 244.

Descendente de uma família ilíria (povo indo-europeu que habitava a parte sul da Itália no início da Era-Cristã) seguiu a carreira militar, chegando a ser o comandante da guarda imperial.

Mais tarde, Diocleciano tornou-se Consul, durante o império de Numeriano (Marcus Aurelius Numerianus), imperador entre 283-284.

Depois do assassinato do imperador Numeriano em 284, Diocleciano matou o suposto assassino Árrio Áper, e foi proclamado seu sucessor pelo exército da Ásia Menor em 20 de novembro de 284.

Imperador romano

Em 285, após o desaparecimento de Carino, o co-imperador e irmão de Numeriano, o Senado reconheceu Diocleciano como Imperador Romano.

Com uma personalidade dominadora e contraditória seu objetivo era se defender dos bárbaros e dos frequentes golpes militares que pretendiam desmembrar o império.

Diocleciano dividiu o poder com "Maximiano", seu homem de confiança, a quem entregou a "parte ocidental", enquanto ele ficou com a "parte oriental", que estava vinculada a Júpiter, a principal divindade romana, o que lhe conferia um poder superior ao de Maximiano.

A divisão do império deu bons resultados, Maximiano reprimiu os movimentos revoltosos surgidos na Gália e Diocleciano recuperou parte da Mesopotâmia e estabeleceu o protetorado sobre a Armênia.

Reformas

Como os conflitos políticos e sociais estavam sempre aumentando no império, em maio de 293, Diocleciano realizou reformas políticas, militares, jurídicas e econômicas.

Em seguida, repartiu ainda mais o poder criando a "Tetrarquia" (governo de quatro) em 293, com a escolha de dois césares.

O "governo do Ocidente" ficou, assim, dividido entre "Maximiano", a quem destinou a "Itália e a África", e "Constâncio Cloro", a quem coube a "Bretanha, a Gália e a Espanha".

No Oriente, a maior parte, inclusive o Egito, ficava com o próprio Diocleciano, e as regiões do Danúbio e da Ilíria foram destinadas a Galério.

Com a criação desses colaboradores de hierarquia inferior, Diocleciano pretendia assegurar a unidade territorial e solucionar os problemas de cada região.

Contudo, exerceu total predomínio sobre a tetrarquia, adotando medidas que levaram a uma progressiva centralização do poder em suas mãos.

Limitou o poder do Senado criando uma burocracia que se encarregava das principais funções administrativas do império. Agrupou as províncias em 12 grandes divisões ou dioceses.

Diocleciano ampliou e fortaleceu o exército imperial e realizou reformas legislativas e tributárias.

No campo judiciário Diocleciano determinou que se fizessem duas compilações de leis imperiais, os códigos: “Gregoriano” e “Hermogeniano”.

Perseguição aos cristãos

No campo religioso, apesar de ser tolerante com os cristãos durante vinte anos, resolveu tornar obrigatório o culto a Júpiter, com quem se identificava.

Decidido a eliminar o “perigoso cristianismo”, que acreditava ser a causa da ruína do Império Romano, o imperador empreendeu a décima e a mais implacável de todas as perseguições contra os cristãos.

Numa cidade da Frígias, na Ásia Menor, todos os 700 habitantes foram trancados numa igreja, à qual os romanos atearam fogo.

Em outras cidades, de diferentes domínios romanos, populações inteiras também foram dizimadas. “Todos devem fazer sacrifícios aos deuses, quem se recusar será punido com a morte”, era a imposição que o imperador fazia a seus súditos.

Os cristãos negavam-se a adorá-lo, bem como os três componentes da “tetrarquia”, que então constituía o governo, Maximiano, Galeno e Constâncio, sofriam toda sorte de atrocidades.

Em 305, após grave doença, Diocleciano abdicou, obrigando a Maximiano a fazer o mesmo, e retirou-se para seu palácio na costa da Dalmácia, na Croácia.

Diocleciano - palácio
Palácio de Diocleciano na Costa da Dalmácia, Croácia

Sucessão

Em 306, a tradição conta que ao marchar sobre Roma para disputar o império com seu rival Maxêncio, Constantino viu surgir no céu uma cruz flamejante, encimada das palavras “In hoc signo vinces” (Sob este signo venceras).

Trocando a águia de seus emblemas pelo signo dos cristãos, Constantino lançou-se à batalha e ganhou a supremacia do império.

Diocleciano faleceu em seu magnífico palácio na costa da Dalmácia, na Croácia, por volta do ano 311. 

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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