Otto von Bismarck

Político alemão
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Otto von Bismarck

Otto von Bismarck (1815-1898) foi um estadista prussiano e primeiro chanceler do Império Alemão. O preparo e eficiência do exército prussiano e a habilidade e diplomacia de Bismarck foram decisivos para a unificação dos territórios germânicos.

Otto Edward Leopold von Bismarck, conhecido como Otto von Bismarck, nasceu em Schönhausen, província de Brandenburgo, Alemanha, no dia 1 de abril de 1815.

Filho de Karl Wilhelm Ferdinand von Bismarck, capitão reformado do exército prussiano, e da burguesa Wilhelmine Luise Mencken, senhores absolutos de suas terras, passou sua infância no campo.

A família Bismarck pertencia à pequena nobreza prussiana dos junkers (nobres rurais), que durante séculos forneceu ao exército prussiano diversos burocratas e suas altas patentes.

Otto von Bismarck completou os estudos secundários no Colégio Grauen Kloster e em 1832 ingressou na Faculdade de Direito, em Göttingen.

Nesse mesmo ano, uma manifestação na cidade de Hamback que reunia 20 mil pessoas, entre liberais e radicais, reivindicavam liberdade, a unificação da pátria e a proclamação da República.

O governo do território da Bavária respondeu com prisões em massa, o movimento democrático foi sufocado em toda a Alemanha.

Em 1833, Otto von Bismarck se transferiu para a universidade de Berlim. Concluído os estudos em 1837, Bismarck obteve o cargo de administrador judicial em Aachen.

Em 1839, foi para Potsdam, para ingressar na administração financeira. Nesse mesmo ano, sem vocação para burocrata subalterno, abandonou o trabalho e passou a administrar as propriedades da família.

Converteu-se ao protestantismo e nesse ambiente religioso conheceu a junker, Johanna von Puttkamer, com quem se casou em 1847.

Carreira política

Em 1847 conquistou uma cadeira para representar a nobreza saxônica no Landtag da Prússia. Conseguiu o apoio de um grupo politicamente influente e destacou-se como um dos mais agressivos deputados conservadores.

Em 1848, explodiu a revolução europeia pelos ideais liberais, que derrubou a Santa Aliança (união entre os países monarquistas), Bismarck tentou organizar tropas para enfrentar os revoltosos de Berlim, que forçaram do rei da Prússia a implantação de um Parlamento constitucional.

Unificação da Alemanha

A fase preparatória da unificação alemã se iniciou com a atuação de Bismarck, como representante da Prússia, na “Dieta Federal de Frankfurt”, em 1851, quando aliou-se aos Estados que formaram na última década a Zollverein (união alfandegária dos Estados alemães) e viajou por todas as cidades alemãs.

Em 1859, Otto von Bismarck foi nomeado embaixador em São Petersburgo e a partir de 1861 atuou como o conselheiro mais ouvido pelo rei.

Em 1863, foi nomeado Ministro de Estado e, logo a seguir, presidente do conselho e Ministro do Exterior. Uma verdadeira ditadura se instalou.

Aliou-se a Von Room, ministro da Guerra, para projetar o maior exército da Europa. A liberdade de imprensa foi restringida e a autoridade do Estado fortalecida.

A confiança inabalável de Guilherme I, que sucedera ao trono da Prússia a seu irmão Frederico Guilherme IV, completou o quadro, quando o novo chefe do governo se sentiu à vontade para empreender sua ação política decisiva.

Entre 1864 e 1871, Bismarck realizou a unificação da Alemanha em duas etapas. Primeiro afastou a Áustria por uma série de manobras tão hábeis quanto complexas. Aliou-se a ela na guerra contra a Dinamarca, anexando os ducados de Schleswig e Holstein, a seguir, utilizando a convenção de Gastein, sobre a administração dos territórios conquistados

Em 1866, aliado à Itália, atacou a Áustria e a derrotou em poucos dias. Foi o fim da supremacia austríaca sobre os alemães.

Em 1870, Bismarck levou as tropas alemães aos arredores de Paris e provocou o colapso do império de Napoleão III. A vitória permitiu a Bismarck completar a unidade alemã pela incorporação dos Estados do sul.

Por fim, anexou a Alsácia e Lorena, e Guilherme I foi coroado como imperador da Alemanha em 18 de janeiro de 1871.

O Chanceler de Ferro

No Salão dos Espelhos do Palácio de em Versalhes, em 21 de março de 1871, Bismarck, considerado um herói, foi nomeado príncipe e chanceler do governo imperial.   

O chanceler iniciou então uma série de reformas administrativas internas, reorganizou as finanças e criou uma moeda comum para todo o estado, instituiu um banco central e promulgou um código civil e comercial para toda a Alemanha.

No plano internacional, presidiu o Congresso de Berlim, em 1878, no qual atuou como mediador entre as grandes potências. Nesse mesmo ano, uma aliança com o império austro-húngaro, marcou uma nova etapa de conservadorismo na política de Bismarck, que se refletiu internamente através de sua política antissocialista.

Contudo, na intenção de contestar as críticas social-democráticas, instituiu um sistema de seguridade social – o primeiro da história contemporânea – que lhe atraiu o apoio de amplos setores operários.

Em política externa, suas atividades centraram-se na criação de um amplo e complexo sistema de alianças, apoiando-se ora no Império austro-húngaro, ora na Rússia, destinado a conseguir o isolamento da França.

Queda do poder e morte

Em 1888, morreu Guilherme I, e seu filho Frederico III reinou poucos dias, pois morreu subitamente. Seu neto, Guilherme II, entrou em conflito com o velho Bismarck.

Em 1890, seu poder começou a declinar em virtude de crescentes divergências com o novo imperador Guilherme II, que levaram o chanceler a demitir-se em 18 de março.

Na última etapa de sua vida, afastado de toda atividade política, Bismarck dedicou-se à redação de suas Memórias”.

Otto von Bismarck faleceu em Friedrichsruh, perto de Hamburgo, na Alemanha, no dia 30 de julho de 1898.

Frases de Otto von Bismarck

  • "A política não é uma ciência exata, mas uma arte."
  • "Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada."
  • "Os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros."
  • "Um grande estado não pode ser governado com base nas opiniões de um partido."
  • "Com leis ruins e funcionários bons ainda é possível governar. Mas com funcionários ruins as melhores leis não servem para nada."
Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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