Décio Pignatari

Poeta brasileiro
Por Dilva Frazão
Biblioteconomista e professora

Biografia de Décio Pignatari

Décio Pignatari, (1927-2012) foi um poeta e ensaísta brasileiro. Um dos idealizadores e o mais importantes poetas do movimento concretista. Foi também professor, teórico da comunicação e tradutor.

Décio Pignatari nasceu em Jundiaí, São Paulo, no dia 20 de agosto de 1927. Filho de imigrantes italianos, ainda pequeno mudou-se com a família para a cidade de Osasco, onde passou sua infância e adolescência. Em 1948 ingressou no curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

No fim de 1948, Décio e os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, reunidos em torno do Clube da Poesia, logo se desligam da Geração de 45, por entenderem que era um núcleo tradicional e pouco criativo. Em busca de síntese entre a poesia e a cidade o grupo cria a poesia concreta. Os poemas concretos não falavam necessariamente de ou sobre a cidade, mas falavam da linguagem da percepção e da sensibilidade urbana, utilizando recursos e técnicas visuais.

As primeiras poesias de Décio foram publicadas na "Revista Brasileira de Poesia", em 1949. Sua estreia na literatura se deu com a publicação do livro "Carrossel", em 1950, quando reúne poemas de imagens semânticas. 

O Concretismo

Em 1952, Décio Pignatari, e os irmãos Haroldo e Augusto resolvem fundar um órgão de imprensa que registrasse a nova poesia - o Concretismo, com a inauguração da revista "Noigandres", que na primeira edição, os três defendiam uma nova forma de poesia, com a palavra pensada em todas as dimensões – semântica, sonora e visual.

Em 1953 Décio concluiu o curso de Direito e em seguida viajou para a Europa, só retornando em 1955. Em 1956 o grupo lança oficialmente o "Movimento Concretista", na exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e, ao mesmo tempo, no Ministério da Educação (MEC), no Rio de Janeiro. A revista “Noigandres” durou até 1962, tendo publicado cinco números. Em 1965 o grupo publica o livro “Teoria da Poesia Concreta”.

Ainda em 1965 é decretado o fim do “ciclo histórico do verso”, no manifesto “Plano-Piloto para a Poesia Concreta”, traduzido em diversas línguas. Com a adesão de vários poetas ao grupo motivou a realização de congressos, exposições, mesas redondas e também muitas críticas.

Obras

Dedicado exclusivamente à poesia de vanguarda e a indagações teóricas sobre a teoria da informação e dos meios de comunicação de massa, o poeta colaborou com jornais e revistas.

Décio participou de obras coletivas com Augusto e Haroldo sobre simiologia, tema que abordou em "Informação, Linguagem, Comunicação (1968), Contra Comunicação (1970), Semiótica e Literatura (1974), Comunicação Poética (1977) e Signagem da Televisão (1984).

Entre suas obras destacam-se: “Poesia Pois é Poesia”, “Terra”, "Life e" “Dollar Cristo” e “Coca Cola”, onde denuncia o domínio de uma fórmula sobre as massas e a ironia é a chave do poeta no anagrama: "beba coca cola / babe cola / beba coca / babe cola caco / caco / cola / cloaca".

Mais satírico e menos ortodoxo que os irmãos Campos, Décio escreveu também romances e contos. Traduziu obras de Dante, Goethe e Marshall McLuhan.

Vida Pessoal

Décio foi casado com Lilla Pignatari e teve três filhos. Foi professor da Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de janeiro, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Décio Pignatari faleceu em São Paulo, vítima de insuficiência respiratória em consequência do mal de Alzheimer, no dia 2 de dezembro de 2012.

Dilva Frazão
É bacharel em Biblioteconomia pela UFPE e professora do ensino fundamental.
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